Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Engie assume Cemig em ato simples

Edição nº 1604 - 05 de Janeiro de 2018

A Usina Hidrelétrica de Jaguara passou a ser administrada pela empresa franco-belga, Engie. A transmissão da operação aconteceu de forma simples no último dia 29, com a presença do gerente de transição, José Carlos Borgman e mais cinco funcionários da nova concessionária, Engie, que venceu a licitação; seis funcionários da empresa terceirizada, Opersul, que vai operar a usina, sob a coordenação de José Wilson Cantarelli; e o técnico de operação, Sandoval Rodrigues de Oliveira, único representante da Cemig, que perdeu a concessão. 

De acordo com Sandoval à zero hora (meia noite) do dia 29, o controle operacional foi passado para a Opersul. “Foi um ato simples, sem nenhuma cerimônia, meramente operacional. Os novos operadores, simplesmente aguardaram a ligação da central da Engie, para iniciar o procedimento formal e, em dois minutos, estava tudo consolidado. Os funcionários da Cemig trabalhamos até as 23 horas e eu fiquei até a zero hora para a transmissão”, informou.

De acordo com Sandoval, dez funcionários trabalhavam na usina, cinco na operação e cinco na manutenção e o clima, segundo ele, não poderia ser outro, de tristeza. “Tínhamos  a expectativa de a  Cemig  retomar a concessão, porque ela tinha direito de prorrogar a concessão por mais 20 anos, de acordo com o contrato firmado em 1997 e, no dia do pregão, ela não apresentou também nenhuma proposta. Vieram rolando ações na justiça até que não deu mais”, explicou, informando que, do ponto de vista operacional, Jaguara continua nas mãos de funcionários competentes, com larga experiência, sem nenhum prejuízo para o consumidor. 

 

Funcionários estão sendo remanejados

Os dez funcionários da Cemig, lotados em Jaguara, todos concursados, de acordo com Sandoval,  estão sendo remanejados,  transferidos para outras unidades da estatal. “Todos  somos concursados e estamos sendo  remanejados. Dois foram transferidos para as subestações, que funcionam aqui mesmo em Jaguara, e que continua sob o controle da Cemig. É bom frisar que a Cemig só perdeu a usina, as três subestações continuam sendo operadas por ela. Os demais estão sendo transferidos para Nova Ponte, Uberlândia e para a usina de Emborcação, como eu”. 

A usina de Emborcação (oficialmente Usina Hidrelétrica Theodomiro Santiago) fica no rio Paranaíba,  na divisa de Minas e Goiás, mais precisamente entre Araguari e Catalão. 

Questionado sobre o que muda além dos novos donos e da nova operadora, Sandoval destaca que, em termos de operação, não há mudança. 

“- O quadro deles é muito experiente. Trabalham com eles, o Maurício, que já operou em Jaguara e era chefe de turno, e o César Barsanulfo, ambos ex-funcionários da Cemig. A empresa abriu uma seleção para funcionários da Cemig que queiram trabalhar com eles, desde que se exonerem do quadro da Cemig. A Cemig não nos demitiu, está nos remanejando, mas quem quiser pode fazer essa opção pela Engie”, informou mais.

Finalizando, Sandoval explica que a gerência das Usinas de Nova Ponte, Emborcação, Capim Branco 1 e 2 (que são consórcios), passa para  Uberlândia

A Cemig possuía na região as usinas de Jaguara, São Simão, Volta Grande e Miranda. Jaguara e Miranda foram adquiridas em leilão pela Engie; São Simão, pela empresa chinesa Spic Pacific Energy e,  Volta Grande, pela italiana, Enel. 

Além das usinas de Nova Ponte e Emborcação; e Capim Branco 1 e 2 (sob consórcio), cuja gerência administrativa passa para Uberlândia, a Cemig continua a operar a PCH Pai Joaquim. (PCH - Pequena Central Hidrelétrica, conforme classificação da Anel) localizada no município de Sacramento. Esses empreendimentos têm, obrigatoriamente, entre 5 e 30 megawatts (MW) de potência e devem ter menos de 13 km² de área de reservatório”.