Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Banda Lira do Borá inicia nova fase

Edição nº 1626 - 08 de Junho de 2018

A Associação Musical de Sacramento, mantenedora da Banda Lira do Borá está de cara nova,  inovando a cada dia e entrando numa nova fase com três professores sacramentanos à frente: o  presidente Thalys Ferreira Bianchini e os regentes, Guilherme Kassabian Paiva (banda) e Walter Rios Jr (flautistas). 

Sobre a nova fase, o presidente Thalys explica que sempre houve dificuldade para encontrar músicos para integrar a banca. “Às vezes, a pessoa desiste ou muda de cidade. Então criamos um projeto para investir nas crianças, formar um novo time de músicos com a flauta doce e depois integrá-los na banda e já estamos começando”, explica, destacando que já estiveram nas escolas, onde se reúnem jovens e crianças, mas o resultado não foi muito bom. “Por isso vamos intensificar as visitas. Precisamos, sem dúvida, pensar ainda uma forma de atrair os jovens para a música”.

 Sobre a contratação do maestro Kassabian, o presidente Thalys explica que devido às constantes ausências do maestro Paulo Constâncio Jr, receberam uma proposta do professor e maestro Guilherme. “Levamos à diretoria e ele foi aceito por todos. É prata da casa e com isso buscamos ficar mais juntos, agregados, conseguir mais facilidade, apoios. A ideia é de melhoria e crescimento e vemos que já está começando a frutificar. Nossos ensaios no Palácio das Artes, que recebeu reparos e cessão de mais uma sala, são feitos aos sábados, e permanentes. E já vimos melhora. Tivemos a apresentação do Dia das Mães, na praça Getúlio Vargas, uma apresentação na Semana Carolina Maria de Jesus e teremos outra no início de junho. Tudo isso para mostrar a banda e nosso trabalho para a sociedade”. 

Quanto aos instrumentos, temos alguns de propriedade da Associação Musical e outros cedidos por empréstimos da Prefeitura, que eram da Banda Marcial João Magnabosco. Porém, a maioria desses instrumentos está inadequada, necessitando de reparos. explica, destacando que alguns músicos têm o seu próprio instrumento.  

 

 O Encanto da música

O professor Walter Rios é pura dedicação com a garotada da iniciação na flauta. Com um carinho incomum entre as crianças, fala com o repórter explicando como é o procedimento. 

“- Sempre aos sábados, temos, às 9h, os alunos da iniciação musical, que aprendem as primeiras notas, os primeiros exercícios com a mão esquerda. Às 9h30, temos a turma de crianças de 10 a 12 anos que já é o intermediário, trabalhando as duas mãos e aprendendo algumas músicas. Das 9h30 às 11h30, temos a turma do avançado, que já estuda com o Guilherme. É a turma que começou comigo no ano passado e já estão pegando instrumentos de metal”, explica, destacando que, como trabalha na rede municipal como professor de flauta, com o apoio da Associação Musical, e das secretarias de Educação e Turismo, levou o trabalho para a Associação, dando mais oportunidade de aprendizado às crianças. 

“- Inclusive na rede municipal, vou selecionado alguns alunos que vêm para as aulas aqui, com um número reduzido de aluno. Enquanto lá temos 23, 25 alunos numa sala, aqui temos turmas pequenas, sem contar o tempo de aula que é maior”, destaca Rios, que trabalha como voluntário. “Faço parte da diretoria da Associação e pelo amor à música, aproveitei para dar uma apoio e vim como voluntário”. As aulas são gratuitas, a única exigência é que cada aluno tenha a sua flauta, que custa em média R$ 40,00.  

E os alunos deliram com as aulas. A pequena e bela Mary é uma das alunas de flauta doce do professor Walter Rios, que diz gostar de muito de música. “Desde que eu era bem pequenina gostava de flauta e depois da flauta eu quero aprender bateria”. O pequeno Arthur Alexandre completa: “Gosto de tocar flauta, gosto muito de música e já sei tocar Capelinha de Melão, Anunciação e mais um monte de músicas”. Já Maraíne, toda graciosa, relata: “Antes,  eu não gostava, ficava fazendo bagunça, mas depois  quando soube das aulas aqui comecei a gostar da flauta e quero  aprender muito, porque depois que eu ficar maior, não aprendo. Mas quando eu crescer quero tocar guitarra pra tocar rock”. 

O sessentão Eurípedes de Almeida, funcionário aposentado da Telemig, é também um dos alunos e explica porque aos 68 anos decidiu se dedicar à música. “Trabalhei durante 46 anos e aposentado comecei a me sentir sem tarefa. Decidi-me pelo curso de música e vi que com ela estou desenvolvendo a mente, reforçando meu cérebro, sem contar que estou aproveitando as talentos da nossa cidade, que estão trabalhando também com um público que gosto muito,  as crianças. Temos grandes profissionais da música na nossa cidade e temos que aproveitar essa oportunidade, pouca gente tem o que temos aqui”, 2elogia.

Duas mães, Neide Queiros Alves e Fernanda de Souza acompanhavam os filhos na aula e deram o seu depoimento. Neide, mãe de Maraíne, explica: “Eu acho que a música é muito importante e traz muitos benefícios para as pessoas, não só às crianças. A música faz bem, mas o gosto foi dela. O professor Walter convidou e ela logo quis participar e em casa se deixar, ela fica o tempo inteiro treinando”, revela, destacando que tem músicos na família. 

Já Fernanda, mãe de Miguel, revela que o filho pediu para ir para a aula de música. “Ele ganhou uma flauta do maestro Paulo quando fazia aula aqui, ainda bem pequenino. Depois as aulas foram interrompidas e quando soubemos que o Waltinho estava com as crianças, Miguel pediu pra voltar. Ele é muito interessado, diz que quer aprender flauta transversal. Além do saber, a música melhora muito a criança, é uma atividade muito boa, que tira a criança da televisão, do computador, celular...”