Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

A alegria faz parte da ‘Arte de Envelhecer’

Edição nº 1636 - 17 de Agosto de 2018

No final da tarde de cada domingo os integrantes do Grupo da Terceira Idade Arte de Envelhecer reúnem-se no Recanto do Idoso Prof. José Silveira para o tradicional 'Domingueira', um baile super animado com a presença de 100 a 200 pessoas que se divertem ao som de uma banda que toca os mais diferentes ritmos. 

A 'domingueira', conforme ficou conhecida a tarde de domingo, é realizada três vezes por mês no Recanto do Idoso, reservando o quarto domingo para uma viagem fora. “Os bailes domingueiros já são tradição e uma viagem mensal também. Além desses, temos também alguns bailes comemorativos, como por exemplo este de hoje, em que estamos festejando o Dia dos Pais. Temos a Festa Junina, o baile da eleição do rei e rainha da Terceira Idade e, no final do ano, o Baile de Confraternização e o ponto alto que é o 'Grande Baile Regional',”, explica a presidente do Grupo, Maria Helena dos Reis, à frente da diretoria há três anos.

Ressalta Maria Helena que o Grande Baile Regional reúne grupos de idosos de 11 cidades da região no Pacheco's Buffet. Este ano o baile foi realizado no dia 29 de julho, no Pacheco's Buffet, com uma grande participação. Éramos cerca de 800 pagantes, além daqueles que têm entrada franca”, explica.

 Segundo Maria Helena, o objetivo da diretoria é proporcionar lazer e diversão aos associados do Grupo da 3ª Idade. “Essas atividades são de extrema importância para a Terceira Idade, pela interatividade, divertimento e troca de experiências. Esses encontros   têm também a finalidade de tirar os idosos de casa, da frente da TV e dos afazeres domésticos. Temos que nos divertir, já trabalhamos demais”, alerta Maria Helena. 

Uma das preocupações da diretoria, segundo a presidenta, é criar novas atividades. “Por isso, estamos vendo a possibilidade de incluir nessa diversão, além da dança, outras atividades como jogos de baralho, bingos e pequenos cursos e palestras. Nosso objetivo é crescer, somar junto com eles”, ressalta, destacando que a diretoria quer também investir em outras atividades, como cursos de artesanato, trabalhos manuais...

Mas um dos grandes sonhos do Grupo da 3ª Idade Arte de Envelhecer é ter uma sede própria, onde seus associados, hoje em torno de 500 pessoas cadastradas, poderão realizar todas essas atividades. “Não temos um local próprio para expandirmos. O Recanto do Idoso é alugado para os bailes. Mas quem sabe algum prefeito assuma esse compromisso de construir a 'Casa da 3ª Idade'. Seria um grande investimento no Social”,  conjecturou. 

Segundo Maria Helena, proporcionar qualidade de vida aos idosos é um investimento e não um gasto. Velho quieto, parado, sem atividade física fica doente fácil. E o tratamento de um doente custa muito mais caro para o governo do que o lazer”, alerta, lembrando que o grupo fez esse pedido aos candidatos a prefeito.

“- Fizemos esse pedido a todos os candidatos a prefeito na última eleição e eles assumiram o compromisso de construir a 'Casa da 3ª Idade', um lugar pra chamarmos de nosso. Aliás, temos promessa da doação de um terreno e da ajuda de um deputado para a construção dessa casa. Estamos esperando...” 

 No baile do Dia dos Pais, realizado no último domingo, todos os papais presentes concorreram ao sorteio de prêmios doados pela Comercial Estrela. Após as orações proferidas pela diretora Tereza Bianchi Jerônimo e acompanhada pelos presentes, Maria Helena agradeceu a presença de todo e destacou: “Que vocês, pais presentes, tenham uma vida de paz e que se interajam conosco cobertos de bênçãos”. 


Um casal cheio de vida

Geralcino Silveira Borges (Sibirica) e a esposa Tereza de Fátima Fornazier Borges, casados há 42 anos, são presenças marcantes na Domingueira da Terceira Idade. “Para nós não tem tempo ruim, não. Se um não pode, o outro vem. Nunca houve ciúme e agora depois de 40 anos de casados ciúmes pra quê? Ciúme é coisa que não pode existir num casal, ciúme é falta de confiança, só dá briga,  desavença que desorganiza a vida da gente”, ensina o grande Sibirica, pai de cinco filhos: Edney, Edenilson, Eder, Elen, Estael, que já lhes deram seis netos. 

Para Tereza, o encontro do casal nos bailes é voltar ao tempo de namorados nos bailes na roça. “Muito bom isso aqui, diversão gostosa, muita alegria, adoramos dançar um Vanerão (estilo de dança de origem gaúcha). A gente encontra amigos, aqui é como se fôssemos uma família. Este encontro aos domingos nos mantém  unidos”. 

E Sibirica finaliza se declarando um homem feliz. “Sou muito feliz, cheio de amigos, casa cheia... Não gosto de falar bom dia para uma pessoa e ela responder de cabeça baixa. Gosto que me mostre os dentes, porque eu sou assim, olhou pra mim, estou sorrindo, sou rico demais de felicidade. Tenho uma grande família, uma grande mulher, filhos netos, amigos. Tenho tudo de bom”.