Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Vereador suplente denuncia irregularidade na obra da praça Getúlio Vargas

Edição nº 1561 - 10 de Março de 2017

E a novela de sempre, a Reforma da praça Getúlio Vargas, tem mais um capítulo e mais um personagem, o vereador suplente, Beto Rockfeller, desculpem, Beto Scalon, que entra na trama da história protagonizada pelo elenco do governo anterior. Com recursos federais que somam quase R$ 427.514,90, a empresa contratada para dirigir a obra, Construtora e Incorporadora Irmãos Paula Ltda ME, fez na verdade, uma... desastrada reforma. 

A começar do exagerado tapume construído no entorno da praça, sem a mínima necessidade. E o pior, inconsequentemente, ao abrir os buracos para fincar os esteios no passeio, arrancaram o calçamento feito com pedrinhas portuguesas, brancas, vermelhas e pretas, imitando as ondas do calçadão de Copacabana. Como dissemos, sem nenhuma necessidade, pois os esteios podem ser colocados na grama, deixando intacto o passeio. Mas onde estavam os fiscais de obras do ex-prefeito Bruno???? Onde estava um Beto Rockfeller, personagem de Cassiano Gabus Mendes, na novela homônima da extinta rede Tupi, nos anos 60, que brigava, questionava e encantava o público???  

Quem sabe ele volta na pessoa de seu chará, o Beto Scalon que, usando do direito de cidadão sacramentano, parou a obra de reparos que está sendo feita, atendendo denúncia do prefeito Wesley De Santi de Melo, a empresa responsável. 

Em entrevista ao ET, que cobriu o evento a convite do próprio Beto, justificou a sua ousadia, como disse, “em nome do cidadão sacramentano que vê seu dinheiro escoar pelo ralo em obras mal executadas. 

“- A praça foi restaurada recentemente, uma obra de mais de R$ 400 mil e que ficou com um acabamento muito mal feito. Venho denunciar a falta de sequência dos mosaicos. As pessoas que começaram o trabalho aqui, fizeram uma verdadeira destruição do patrimônio público. Essa obra não é só do governo, ela é, em primeiro lugar, do povo de Sacramento, ela é do Ministério das Cidades, da Caixa Econômica Federal, da Prefeitura Municipal que, infelizmente, não tem aqui um responsável para fiscalizar as barbaridades que estão sendo feitas”, denunciou, Beto, apontando os vários defeitos. 

“- Não é preciso ser pedreiro, entendido em arte ou profissional no ramo, basta olhar e ver que está tudo errado, a começar do tamanho dos mosaicos que estão sendo repostos, bem maiores dos que os originais. É como se você tivesse reparando um piso feito com lajotas de 30x30 cm, e repondo nos espaços lajotas de 30x35 cm, 40x40cm... O que fizeram com as pedrinhas que foram arrancadas??? - indaga, revoltado.

Outro detalhe anotado por Beto está na falta de cuidado da simetria dos desenhos curvos e também das linhas retas. “Isso aqui que está sendo feito não obedece o alinhamento, os desenhos que existiam na praça. Antes de mexerem, os desenhos tinham todas as quinas, as linhas, o formato da calçada de Copacabana, com as pedrinhas vermelhas nas bordas e brancas e pretas nas ondas. Absurdo, usaram cimento no assentamento das pedrinhas, manchando toda a calçada. Serviço de amador, mesmo, 'meia cuié', como dizem. Dessa forma que está aqui, nós cidadãos sacramentanos, não podemos aceitar”, afirma, destacando que quer a intervenção do Ministério Público e uma resposta da Prefeitura, que teria por dever ela mesma paralisar a obra.

“- Temos que parar essa obra e o Ministério Público, intervir, tomar as providências necessárias, e até a Polícia Federal se preciso for, haja vista a Caixa Econômica que, segundo o engenheiro Luiz, já fez a vistoria e aprovou dessa forma, ou seja, a coisa está muito além do que esperávamos. Como um órgão federal, responsável por repassar o dinheiro, aprovar uma obra nessa situação, no coração da cidade?, questiona mais.

Comparando com obras edificadas em cidades vizinhas, Beto denuncia que isso acontece só em Sacramento. “Se nas cidades vizinhas como Rifaina e Conquista as obras são bonitas, de chamar a atenção, por que Sacramento tem que ser dessa forma. Não devemos aceitar, não podemos aceitar uma coisa dessas de braços cruzados. Gostaria de ouvir o engenheiro Sérgio pra saber qual o posicionamento da Prefeitura em relação a essa obra”, finalizou. 

O ET enviou emeio à Prefeitura mostrando a denúncia do vereador suplente e perguntando sobre as providências que serão tomadas em relação ao serviço mal feito. 

 

Prefeitura diz que exigiu serviço com qualidade

O assessor de imprensa da Prefeitura, Marcelo de Paulo, atendendo a emeio do ET, informou que a empresa contratada para executar as obras da praça Getúlio Vargas, no valor de R$ 400 mil, mesmo tendo recebido o documento de conclusão de obra do governo anterior, foi notificada pelo município para retornar à obra e corrigir as irregularidades”. 

Argumentou o secretário de Obras, Sérgio Araújo, que “uma das preocupações com a praça é o valor histórico e simbólico do calçamento feito em pedras portuguesas com design da calçada Copacabana, porém, para o trabalho executado foi esquecida a técnica e a mão de obra do calceteiro”, ponderou, confirmando o que Beto Scalon havia denunciado. 

“- Realmente, o trabalho feito esta descaracterizando a Praça, além das demais falhas técnicas encontradas. Como ainda existe recurso de Convênio a ser pago pela Prefeitura, foi exigido da empresa a correção e a realização de serviços com qualidade”.