Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Prefeitura realiza cinco conferências municipais

Edição nº 1580 - 21 de Julho de 2017

O prefeito Wesley De Santi de Melo abriu, oficialmente, na manhã dessa quinta-feira 20, os trabalhos de apresentação e votação de propostas e escolha dos delegados de cinco conferências municipais: II Conferência Municipal do Idoso; II Conferência dos Direitos da Pessoa com Deficiência; V Conferência Antidrogas; VIII Conferência da Criança e do Adolescente. XI Conferência de Assistência Social e, concomitante, a II Oficina Lúdica de Assistência Social, com exposição dos trabalhos realizados pelos usuários nos diversos cursos oferecidos.

Para o prefeito, o momento era de extrema importância para o governo municipal, pois ali estavam os usuários de cinco grandes projetos ligados à Secretaria de Assistência Social e de Saúde para discutir os problemas, votar as propostas e reivindicações da sociedade civil. 

“- Nenhum governo logra êxito se não ouvir o seu povo, se não atender suas reivindicações, daí a importância que damos a essas conferências, pois ali ouvimos a voz da comunidade, o sentimento das pessoas para dali elaborar o Plano de Assistência Social para os próximos quatro anos, 2018/2021”, frisou.

De acordo com o prefeito, só no projeto Interagir, que funciona no Lar Solidário, há quase 500 inscritos. “Crianças, adolescentes e adultos que estão fazendo violão e canto - como esse coral lindo que ouvimos hoje abrir as conferências com o Hino nacional - artesanato, pintura, dança... Portanto, o momento é de discussão, interação, oferecer ideias e saber reivindicar”, ponderou o prefeito agradecendo a presença dos funcionários, usuários e das autoridades que compuseram a mesa, como a secretária de Ação Social, Sílvia Madalosso Dreher; o promotor José do Egito de Castro Souza; Luciene Beatriz Fachinelli, Diretora de Estado de Estado da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedese); Raquel Aparecida Costa e Ana Cristina Silva, respectivamente presidentes dos conselhos municipais de Assistência Social e da Criança e do Adolescente. 

A diretora da Sedese, Luciene Fachinelli, falou a seguir, afirmadod que tem observado que “a Assistência Social tende a caminhar a passos largos e não podemos permitir retrocesso de forma alguma. Nós ainda encontramos pelo caminho, em algumas cidades a mentalidade de querer voltar no tempo e, ao invés do empoderamento do Sistema Único de Assistência  Social (SUAS), se preocupam em voltar ao assistencialismo e isso nós não podemos permitir, porque o que agiganta uma família que está em situação de vulnerabilidade é justamente o conhecer e aprender”. 

Para Fachinelle, as conferências são destinadas a todos os usuários do SUAS. “Essas conferências não são feitas para o prefeito, para o promotor, mas para vocês que usam o SUAS. Isso dá poder pra vocês reivindicarem todas as coisas que a administração pública possa oferecer, para conferir se tudo está sendo feito direitinho, eleger delegados que levarão para a conferência regional as propostas, reivindicações de vocês e  depois para a estadual e por fim, a conferência nacional, que é onde são consolidadas  as políticas públicas”, alertou.   

 

As políticas públicas para cada segmento

Questionada sobre quais são as políticas públicas consolidadas para cada conselho, Sílvia destaca várias ações ligadas a elas e aplicadas aos usuários dos diversos conselhos. Veja alguns exemplos citados pela secretária: 

“- Todos os conselhos têm suas atividades específicas que vão do atendimento psicossocial, no Centro do Idoso, às oficinas de artesanato, jogos, atividades físicas em vários outros locais. Não vão lá só para escutar. Os usuários têm atividades diversas, estão sempre desenvolvendo alguma coisa, como as oficinas, por exemplo, no Lar Solidário, onde pessoas de 75 anos estão fazendo curso de pintura. Acreditamos que isso, além de motivar o ganho em dinheiro, elas ganham, principalmente, na qualidade de vida, na saúde física e psicológica, porque elas estão conhecendo e interagindo com outras pessoas, saindo da frente da TV, exercitando a mente”, explica.  

De acordo com Sílvia, hoje são 270 idosos assistidos. “Todos cadastrados, com assinatura toda semana. As atividades físicas começam às 8 horas. Eles fazem caminhada, hidroginástica no Marquezinho, onde mantemos um monitor para orientá-los na piscina. E o Centro do Idoso fica aberto o dia todo, a qualquer horário eles podem comparecer que tem gente lá. O salão é deles”. 

 

Usuários definem as políticas públicas

A secretária Sílvia Madalosso, em entrevista ao ET, explicou que para cada conferência há um Conselho Municipal, cujos membros são eleitos no final da conferência para atuar por dois anos. Cada conselho tem seis representantes da sociedade civil e seis da área governamental, exceto o da Criança e do Adolescente, que são 12 membros, cujo trabalho é ouvir as demandas e transformá-las em políticas públicas através dessas conferências”. 

A assistente social, Nallyn Gobbo, subsecretária da pasta, explica que, para mobilizar os usuários de cada um dos segmentos foi feito um trabalho de sensibilização. “Fizemos saber que eles também são responsáveis pela efetivação de cada política, eles são importantes para definir cada política. Não adianta só a área governamental decidir por si, as políticas a serem adotadas. Eles sabem das necessidades, o que precisa ser mantido, mudado, melhorado. Então, é importante que os usuários, familiares se integrem e se inteirem, participem dos conselhos”, explica.   

 

Assistência social não é assistencialismo

Segundo a secretária Sílvia, o Conselho de Assistência Social é o que mais dá trabalho, por um erro que vem do passado. “Infelizmente, muita gente acha que o papel da assistência social é sustentar as pessoas, as famílias com cestas básicas, um erro que vinha de governos anteriores. E não é isso. Assistência Social não é assistencialismo, ela existe para ajudar, dar apoio, criar políticas sociais para crianças, adolescentes, famílias carentes, idosos e não sustentar as famílias. Por isso é importante a participação da sociedade para conhecer o papel da assistência social e o que está sendo feito”, justifica, informando que das 750 cestas básicas distribuídas no início do governo, “hoje são 350 cestas para as famílias efetivamente carentes, mesmo assim, diante de determinadas regras”. 

Afirma mais Sílvia que a Secretaria estabeleceu regras para quem reivindica uma cesta básica. “Essas pessoas são encaminhadas para participar de palestras informativas e formativas, fazer oficinas, cursos de artesanato, manicure, etc. De 300 pessoas que procuraram, não tem 100 atuantes. Não é cobrança, isso é para as pessoas aprenderem a fazer alguma coisa a se virar, ter uma renda. Temos cursos durante a semana inteira”, afirma Sílvia, destacando um dado curioso: “O interessante é que a maioria das pessoas que vêm atrás de cestas básicas não são de Sacramento, são pessoas que vieram de fora e estão na cidade”.