Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Negros que fizeram e fazem história

Edição nº 1574 - 09 de Junho de 2017

O cerimonialista, professor Carlos Mayer Pereira, ao abrir a noite de homenagens, destacando “a luta do povo negro para garantir seu espaço na sociedade”, lembrando Zumbi dos Palmares e a vida no regime de escravidão, ressaltou: “Todos os avanços relacionados com a posição do povo negro, dentro ou não de forças políticas, são resultados de seu trabalho e mobilizações”. E passou a nominar os homenageados com suas respectivas biografias. O presidente do Movimento Identidade Negra, Luiz Carlos Testa e diretores, o prefeito Wesley De Santi de Melo e o presidente da Câmara, Pedro Teodoro Rodrigues de Rezende participaram da solenidade de entrega das homenagens.  


Homenagens póstumas

Altiva dos Santos Miguel nasceu em Sacramento, no dia 2/10/1929. Aos 168 anos casou-se com João do Patrocínio Miguel e juntos criaram nove filhos: Benedito, Maria do Carmo, Maria das Graças, José Carlos, Iracy, Sebastião, Hébio e Luciano, que lhes deram nove netos. Dona Altiva, mais conhecida por “Tia Neia”, se destacava pelo encantamento para com todos e, principalmente, pela vida. Sinônimo de encanto, meiguice e muita moral, por onde passava, deixava seu perfume natural de bondade e respeito. Amor, carinho, generosidade e honestidade eram o diferencial de Dona Neia. Mas dependendo da necessidade, também sabia ser brava, sempre em benefício da boa educação. 

 

Azor Pereira Guimarães, aos 26 anos, casou-se com  Lúcia Vieira e juntos criaram cinco filhos. Desde a juventude, Azor se interessou pelas manifestações culturais. Com as irmãs, Ruth Barbosa e Messias da Conceição, iniciou os cordões carnavalescos. Mas destacou também no futebol, jogando pelo Sucuri, time formado quase que só por atletas negros. Na década de 1950, ajudou na fundação do Clube XIII de Maio e sua sede social, realizando vários eventos ligados à cultura negra, como: Congada, Moçambique, Carnaval. Junta-se a outros cidadãos para fundarem também o Clube Operários, e a Escola de Samba Operários, quando então recebeu o título de 'Rei Azor', o rei do carnaval sacramentano. 

Amélio Inácio, homem honesto, dedicado e trabalhador. Do casamento com Maria Aparecida Inácio nasceram 12 filhos: Olício, Rosângela, Rejane, Regina, Elisângela, Edson, Hélio, Maria de Lourdes, Cristiane, Adilson, Alice e Eleídes.  Nego Inácio, como era conhecido, fez história no bairro João XXIII onde sempre residiu e ajudou a construir com Irmã Benigna e jovens a Capela de São Miguel. Foi presidente da diretoria da Capela e ministro das celebrações. Nunca mediu esforços para ajudar o próximo,  especialmente adolescentes a quem priorizava. Nego Inácio participava também das Folias de Reis como tocador de bandolim.  Por seu amor e dedicação ao bairro onde sempre viveu dá nome à praça o bairro, praça Amélio Inácio. 

Iracema Ferreira, conhecida como Mainha, nasceu em Sacramento em 24 de agosto de 1916, na antiga rua do Azagaia (Eurípedes Barsanulfo) e, depois do casamento com Sebastião Mião, foi morar na fazenda Cachoeira. O casal criou 12 filhos, todos atuantes e ativos na sociedade, sobretudo no futebol, carnaval e  congada, exemplo herdado da mãe, que foi rainha da Congada. Mainha também se destacou por ser grande benzedeira de crianças e adultos. Morreu no ano passado, deixando um grande legado e uma grande geração composta de 51 netos, 19 bisnetos e 10 tetranetos.  Retornando à cidade, em 1981, passou a residir na rua José Ribeiro da Silva até seu falecimento, em 2016, onde está guardada sua memória.

Iris Inácio (Izinha) foi uma das pioneiras e idealizadoras das primeiras edições dos concursos, 'Rainha do Café' e 'Nego Lindo', na década de 80. Por muitos anos desfilou como passista e foi destaque na ala das baianas da Escola de Samba XIII de Maio. Sacramentana, Izinha foi uma das precursoras do carnaval de rua nos moldes atuais, ocupando os cargos de vice-presidente fundadora da Escola de Samba Mocidade Alegre Sacramentana,  no início dos anos 1970; presidente fundadora da Escola de Samba Unidos da Real,  cuja bateria foi campeã em 1985. Morrendo prematuramente, sempre incentivou e lutou para o engrandecimento e valorização de todas as atividades relativas à cultura negra da cidade e da região.

Homilton Ferreira (Bigico) e a esposa Irene de Lourdes Ferreira, ele nascido em 1918, ela em 1923. Desde criança Bigico participou do terno de congada de seu pai, José Ferreira, ao lado dos tios, Temístoles Rufino e Tio Adolfo, chegando a Capitão. Foi também boiadeiro na comitiva de José Santana, jogador de futebol do Sucuri, calceteiro e funcionário público municipal. Um dos fundadores do Clube XIII de Maio ocupou vários cargos, incluindo o de presidente. Irene, neta do moçambiqueiro Benedito Grilo, desde criança participava das festas de reinado com José Santana, como madrinha da imagem de São Benedito. Esposa e mãe dedicada e amorosa criou com Bigico os filhos, Benedito Roberto (Macalé), Maria Aparecida, Fátima Lurdes e Irene Antônia.

José Eustáquio da Silva (16/12/46), natural de  Cruzeiro da Fortaleza (MG), iniciou sua vida profissional como vaqueiro. Em 1966 muda-se para Sacramento, continuando na profissão de vaqueiro.  Em 1971, casou-se com Benedita Olinda Miguel com quem teve quatro filhos. Devido a um acidente de trabalho, perdeu um dedo da mão e passou a exercer a profissão de pintor até que, em 1977, descobriu um sério problema cardíaco, obrigando-o a um tratamento por quatro anos. Mesmo debilitado, voltou ao trabalho devido às necessidades e por honradez. Morreu em 8/1/81, vítima de um infarto fulminante, quando voltava do trabalho. Hoje seus 12 netos e cinco bisnetos guardam a sua história. 

José Francisco Pereira (Curtume), natural de Tapira (MG), teve iniciação musical através de uma pessoa desconhecida, quando ainda criança. Já residindo em Sacramento, casou-se com Maria de Lourdes Pereira com quem teve oito filhos. Concluído o curso de música em Sacramento até onde foi oferecido, foi um dos fundadores do Clube XIII de Maio, onde exerceu todas as funções, destacando-se, inclusive, como técnico do clube. Ensinou música a várias pessoas em Sacramento. Mestre no trombone, tocou e foi maestro na Banda local, hoje Banda Lira do Borá e animador dos carnavais de salão da época. O músico Curtume morreu aos 64 anos, deixando  um grande legado, na música, na cultura e no esporte sacramentanos.

José Miguel, sacramentano, conhecido como Zé Zico, casou-se com Idalina de Jesus (Dona Fia), com quem teve 18 filhos, que considerava sua maior herança. Zé Zico foi sempre muito respeitado pelos boiadeiros da época e donos de comitivas. Grande devoto dos Três Reis Magos, ensinou várias pessoas, inclusive aos filhos e netos a arte de comandar folias de reis, quer como capitães, tocadores e cantadores. Dentro da comunidade negra, Zé Zico destacou-se pela bondade, calma e sabedoria. Conselheiro nato, primava pelos bons princípios do homem simples, comum e de sorriso largo.  “Sempre que alguém necessitava de um bom conselho, procurava nosso pai, Zé Zico”, lembram hoje os filhos.

José Martins de Souza, o Geleia, nascido em Dores do Indaiá (MG), em 25.3.1916, era filho único de José Euzébio Martins de Souza e Maria José de Jesus. Ainda jovem, a família mudou-se para Sacramento. Apaixonado pelo futebol e exímio jogador, Geleia foi um dos grandes atletas defensores do Esporte Clube Marianos. Mas era também dançador e cantador nos ternos de Congada e Moçambique. Em Sacramento, conheceu a jovem Diolina Rosa de Jesus com quem se casou e teve nove filhos: Turunga (grande atleta) Jurandir, Adelli, Adelina, Aldari, João Antônio, José Antônio, Maria Antônia e Maida Elena. José Martins morreu em 14 de novembro de 1994, aos 78 anos. 

Maria das Dores e Alencar. Ela, conhecida como Vó Maria ou Maria do Alencar, nasceu em Sacramento, em 11.9.1933. Mulher caridosa e bondosa, viveu pronta a ajudar o próximo. Em 1957 casa-se com Alencar, com quem teve uma filha, Nite. Católicos fervorosos, sempre juntos por onde quer que fossem. Gostavam e participavam das festas de Reis, Congado e Moçambique. Foram membros atuantes no Centro de Recuperação do Alcoólatra (CEREA) e do coral cereano, que animava sempre a primeira missa dominical. Brincalhão e alegre, Alencar era igualmente um homem caridoso, aliás, o casal se destacava pela união e servidão ao próximo. Com a esposa Maria, formava um par constante nos bailes da 3ª idade.

Maria José de Barros, mais conhecida como Maria do Zé Caiana, tinha dois irmãos. Casada com José Caiana, foi mãe de 14 filhos. Maria foi uma pessoa extremamente querida por sua paciência, sempre conselheira, tinha sempre uma boa conversa na ponta da língua, principalmente quando os jovens aportavam em sua residência. Dona Maria José foi uma pessoa dócil, amiga e muito querida, que marcou uma presença indelével na comunidade.

Mário Ferreira Filho, filho de Mário José Ferreira e Antonieta Indalécio Ferreira, nasceu em Ituverava (SP). Em Sacramento, casou-se com Graciete Balbino Ferreira e dessa união nasceram os filhos, Rosemeire, Roselaine, Graciene, Lucimar, Anderson, Luciene e Mário Filho. Mário se destacou em duas profissões que exercia com mestria, carteiro e calceteiro. Nascido em 7.9.1951, destacou-se pela inteligência, trabalho, boa administração e alegria. Infelizmente, Mário morreu precocemente, em 1981, aos 30 anos. 

Matuzalém Ferreira, o Tutim (10.8.1933), filho de Eurídes Ferreira e de José Ferreira, o general do Congo, nasceu e sempre viveu na rua do Zagaia (Eurípedes Barsanulfo). Aos 15 anos foi peão de boiadeiro com José Dias, mas deixou a profissão, depois de um acidente, ao montar num boi na cidade de  Medeiros. Desde então passou à profissão de pedreiro até se aposentar.  Aos 21 anos, casou-se com Valdezina Souza (Fiúca) e juntos criaram os filhos, Sônia, Sângela, Sandra, Ivanir e Matuzalém Jr, filhos que lhes deram dez netos e 11 bisnetos. Tutim foi um dos fundadores do XIII de Maio Futebol Clube, revelando-se também como seu primeiro e grande treinador. Tutim morreu no dia 22.06.14, aos 80 anos. 

 

Ainda brilham na cidade...

Antonina Florentino Santos (Purunga) sacramentana, nascida em 22.10.1937, é a quinta filha de Waldemar e Cândida dos Santos. Cursou até a sétima série do Ensino Fundamental e foi trabalhar na profissão herdada da mãe, o ofício de costureira. Aos 18 anos, Purunga já era uma profissional com especialidades em roupas de festa e fantasias. Durante 21 anos costurou fantasias carnavalescas para o rei e a rainha do carnaval local. Participou de grandes bailes no Clube XIII de Maio. Aposentada, hoje se limita a viajar como diversão, conhecer as belezas do Brasil e curtir a família.

Antonio Francisco, natural de Patrocínio (MG), depois de residir em Ipatinga e João Monlevade, chega a Sacramento já casado com Vera Lúcia Porto e três filhos, Tatiany, Maximiano e Flaviany, para trabalhar com radiadores. Maçom desde 1988, Antonio é uma pessoa que tem um legado de serviços na cidade. Cria as ruas de lazer, reestruturou a Escola de Samba Mocidade Alegre, diretor do Clube Operários, do Grupo Espírita Vila Sinhazinha, do Ceneg Sacramento, presidente da Congada São Benedito; atuou também nos esportes,  construções de casas em regime de mutirão e na Associação do Bairro Maria Rosa. 

Benedita Antonia dos Reis, professora de Matemática com especializações na área, iniciou o magistério na zona rural em Sacramento, passa por Nova Ponte e retorna à cidade para lecionar nas escolas Afonso Pena, Barão da Rifaina e Coronel José Afonso de Almeida, onde se  aposentou. Em 1968, a convite de amigos, a Profa. Bené integrou uma chapa para participar da diretoria do XIII de Maio, sendo eleita diretora social.  Foi também presidente do Grupo da Terceira Idade, Arte de Envelhecer e, atualmente, é voluntária da CIJU - Casa Infanto Juvenil de Sacramento.

Benedito Roberto Ferreira (Macalé), sacramentano, filho de Bigico e Irene de Lourdes. Ainda criança começou a dançar no terno de Congada do avô Zé Santana e aprendeu com o pai a cortar pedras e fazer paralelepípedos. Foi também mecânico e músico, chegando a tocar trompete e violão nas bandas Tremendão e Pinguim. Macalé. É sócio fundador do Clube XIII de Maio. Foi presidente do Clube Operários e do grupo da 3ª idade, Arte de Envelhecer. Casou-se aos 20 anos. Teve quatro filhos, Anderson, Andréia, Adriano e Júlio César. 

Carlos Roberto Gabriel (Tiola), conhecido como o mais perfeito passista das escolas de samba da cidade, Tiola já trabalhou como chapa, motorista e pedreiro. Depois de passar por Belo Horizonte e São Paulo, Tiola retorna à cidade e, a convite de Bigico, presidente da escola de samba XIII de Maio, conquistou o troféu de melhor passista. Foram oito anos de conquistas e consagração. Em 2001, ajuda fundar a Escola de Samba Unidos do Areão com a ex-esposa, Maria, onde conquistou vários troféus. Tiola foi, é e será um ícone do carnaval sacramentano.

Cícero Salatiel Salvador nasceu em Sacramento em 1962. Congadeiro e percursionista  Cícero foi um batalhador incansável em prol da causa do negro na cidade. Com a tenra idade de seis anos iniciou sua participação no Terno de Congada de São Benedito e Nossa Sra. do Rosário, passando a Caixeiro e Capitão do terno. No carnaval foi mestre de bateria das escolas Unidos da Real e Clube Operários e fundador da bateria mirim do bloco, Maria Giriza. No esporte, foi jogador do XIII de Maio e Vila Nova Futebol Clube e vice-presidente do São Geraldo. Casou-se com Maura Rosângela com quem teve dois filhos, Washington e Vanderson

Cirene Nilza Miguel, sacramentana que teve ativa participação no carnaval de rua da cidade. Membro fundadora do Clube XIII de Maio, foi a primeira passista, a primeira integrante de comissão de frente e a segunda porta-bandeira dos desfiles. Teve participação efetiva no primeiro desfile da beleza negra em Sacramento, é conselheira administrativa do grupo da Terceira Idade. Hoje, aos 73 anos, ainda luta em prol da raça negra, como sócia fundadora do Movimento Consciência Negra. Casou-se em 1968 com Claudionor Miguel, com quem teve quatro filhos, que lhes deram dez netos.

Dalva Maria da Silva, bisneta de índios, neta de descendentes de negros da costa africana de Cabo Verde, filha de Sebastião e Maria José, caianas da tradição sacramentana. Dalva é uma mulher alicerçada pela honestidade, orgulha-se por sua cor e raça. Rainha altiva na passarela, foram 20 anos de beleza, cabendo-lhe o título de 'eterna porta-bandeira'. Prima pela nobreza da arte de sambar, desde quando começou na XIII  de Maio, passando também pelas escolas Mocidade Alegre e Beija Flor, que ajudou a fundar. Famosa pelos seus quitutes, é também uma das idealizadoras do Grupo de Dança Afro Ziriguidum. 

Eva dos Santos Nascimento, a baiana de Xique Xique, simpaticíssima nos seus belos 85 anos. Como se diz, começou a vida 'rodando o mundo' como trapezista de circo, que deixou por maus tratos e depois com o marido, Francisco Antônio do Nascimento, com quem se casou em 1949. Aportou em Sacramento em 1968, trazendo sua alegria e animação, dons que passou aos filhos. E caiu no samba, passando por todas as escolas da cidade, incluindo a Operário que ajudou a fundar. Embora residindo em Nova Ponte, fez de Sacramento sua terra natal. Dona Eva é mãe de oito filhos, 24 netos, 18 bisnetos e quase dois tataranetos.  

Florípedes Batista da Silva (Nena), sacramentana, filha de José Batista de Oliveira, (José Custódio) e de Josefina Vitalina de Jesus. Ainda bastante jovem casou-se com Sebastião da Silva (Sebastião Caiana) e tiveram 11 filhos e tem hoje, 16 netos e um bisneto. Nena trabalhou como auxiliar de serviços gerais na E.E. Sinhana Borges, até se aposentar. Mas ao longo de sua vida, se destacou pela arte da gastronomia com seus pratos, sopas, galinhadas e doces, cujos ingredientes maiores sempre foram, a ternura, a paciência, o amor, um sorriso acolhedor, decorado com um abraço sincero e gostoso.

José Alexandre da Silva, 82 anos, natural de Formiga (MG), chegou a Sacramento por volta dos anos 70, como prestador de serviços na construção da Usina Jaguara, depois de passar por Arcos e Campos Altos, onde conheceu a esposa Filomena Silvana da Silva, com quem teve os filhos, Maria José, Valter, Antonio Donizete, Irany, José Geraldo e Carlos Alexandre. Um grande mestre no trabalho foi funcionário de fazendas, máquinas de beneficiar café e na Bonargila onde se aposentou. Ao lado da esposa Filomena, muito trabalhou pelo bairro Areão. Exemplo de casal sincero e honesto para toda a cidade.

José do Carmo Martins nasceu na comunidade do Bananal, no lar de João Quintino Martins e Francisca Luíza de Jesus, conhecida na época como Chica Bananeira. Aos 2 anos de idade, muda-se para Sacramento com a mãe e mais sete irmãos. Aos oito anos já era um trabalhador ativo, aos 12 sai para trabalhar fora. Ao retornar, já homem feito, só encontra a mãe, uma irmã e o pai muito doente. Aos 39 anos casa-se com Maria Benedita Martins com quem teve quatro filhos. Capitão moçambiqueiro, embaixador de Folias de Reis, Zé do Carmo é uma pessoa maravilhosa. Foi condecorado com a Medalha da Ordem de Na. Sra. do Patrocínio do SSmo. Sacramento, especialmente pelo seu voluntarismo no Cerea. 

José Felício da Silva, sacramentano, sempre viveu em Sacramento ao lado da esposa, Maria de Castro da Silva, com quem teve 11 filhos. Na sua trajetória de vida, trabalhou em diversas atividades, dentre elas, pedreiro, colhedor de café. Trabalhou e residiu por muitos anos na Vila de Jaguara. Além da família e do trabalho, sua grande paixão são as Folias de Reis, das quais participou ativamente por 25 anos, levando aos lares sacramentanos e em cidades circunvizinhas essa tradição religiosa. Zezinho, como é chamado, atualmente aos 81 anos, continua espalhando alegria e bondade.  

Leila Maria Tiago e Delcides Tiago (Cid), pais de três filhos, Pablo Henrique, Mariane e Tarcísio (in memorian). Artesã, grande defensora, ao lado do marido Cid, da cultura afro, Leila é ex-presidente da ASAA por dois mandatos e ex-servidora pública municipal por 18 anos. Foi coordenadora do grupo Fé e Luz, que dava voz às pessoas com deficiências físicas. Cid é servidor público municipal, com atuação brilhante em várias entidades, Congada de São Benedito, Comissário Voluntário de Menor. Atualmente, é presidente do CEREA, conselheiro municipal de Cultura, e integrante do grupo musical, Momentos. 

Maria Elena de Jesus, sacramentana, graduada em Letras, com pós-graduação em Linguística e Didática da Modernidade e Comunicação. Brilhante educadora, trabalhou nas escolas estaduais de Ibituruna, Barão da Rifaina e Coronel José Afonso de Almeida, onde se aposentou. Lecionou também na Unipac, Colégio XX de Outubro e Colégio Rousseau. Como voluntária, fez parte, dentre outros, da Sociedade São Vicente de Paulo, Cerea, grupo de estudos do Estatuto da Criança e do Adolescente, secretária do Codema, Presidente do SindUTE por duas gestões e secretária por cinco anos, do Conselho Municipal de Defesa Social. Por 14 anos trabalho na Rádio Sacramento e faz parte da diretoria da Santa Casa de Misericórdia. 

Maria José do Nascimento, a Zezé, como é conhecida, desde cedo se destacou na dança. É formada nos cursos técnicos Agrícola, Contabilidade, Administração e Artesanaato. É dançarina, coreógrafa, artista plástica e graduada em Direito. Tem a dança como uma de suas paixões e recebeu seu primeiro troféu como sambista na Escola de Samba XIII de Maio, hoje é hours-concours. Recebeu também prêmios na ala luxo e beleza e, dos  Bombeiros Civis, o troféu Anjos da Vida. No esporte foi técnica de futebol infantil. Concluiu o curso de Direito em 2011 e trabalha na Polícia Civil de Uberaba. 

Nicanor de Souza, 84 anos, casou-se com Iracema, com quem teve os filhos, Antônio Carlos, (in memorian), Maria, Edna, Armando Carlos, Irineu e Paula. Exímio pedreiro, deixou um rastro de construções na região. Casou-se pela segunda vez com Terezinha e fixando residência em São Joaquim da Barra (SP) por 22 anos, onde tiveram três filhos: Nilvânia, Nivaldo e Nilcélio. Em 1989 retornam a Sacramento, onde vivem até hoje, cheio de orgulho no peito pelos 45 anos de união com a esposa Terezinha, e por tudo que passou, lágrimas, sorrisos e sucessos. 

Rita Felício da Silva sempre morou em Sacramento com os 11 irmãos. Identificada com o carnaval, começou no bloco do Azor e da Conceição, depois no Clube XIII de Maio, primeiro como passista, depois porta-bandeira e, finalmente, como baiana. Adora as festas de Congada e Moçambique. Na sua juventude, sua família se tornou tradicional pelas festas, pelos doces e comida gostosa distribuídos. Seu amor pelas tradições é tão forte que angariou o respeito de todos. Cadeirante, impossibilitada de assistir ao desfile de Congada, os ternos passam em sua casa para uma saudação especial.