Um abaixo assinado com 2.131 assinaturas, acompanhado de um projeto de lei de iniciativa popular, entregue ao presidente da Câmara, Pedro Teodoro Rodrigues de Rezende, pelos advogados Danilo Inácio Padovani e Thiago Silva Scalon, na manhã dessa segunta-feira 13, pede aos vereadores para revogar a lei que criou a Cosip – Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública, conhecida como Taxa de Iluminação Pública.
0 Projeto de Lei de Iniciativa Popular apresentado tem apenas três artigos. O primeiro deles diz tudo: “Art. 1º - Fica revogada a Lei Municipal nº 1.516 de 25 de setembro de 2017. A lei já sancionada pelo prefeito Wesley De Santi de Melo foi aprovada pela Câmara em setembro último por cinco votos a três. O número de assinaturas no documento representa 11,11% do número de eleitores do município, 19.181, mais que o dobro do que determina a lei, 5%, ou seja, 959 eleitores.
Ao receber o projeto de lei, o vereador Pedro Teodoro louvou a iniciativa, afirmando que “no estado democrático de direito, nada mais justo que a participação e o direito da população nas decisões da política brasileira, seja municipal, estadual ou federal, por isso cumprimento todas as pessoas que assinaram esse projeto de lei para que fosse encaminhado a esse Legislativo para apreciação, discussão e votação”.
Sobre sua tramitação, informou que o projeto foi entregue ao setor jurídico da casa para sua primeira apreciação constitucional. “O projeto será apreciado como os demais projetos que chegam a esta casa. Tão logo o jurídico garanta sua constitucionalidade, encaminharemos o projeto às comissões temáticas de Constituição, Legislação e Justiça e Comissão de Fiscalização Financeira, Controle e Orçamento”, disse, destacando mais uma vez a iniciativa dos subscritores. “Eu só vejo um modo de o Brasil mudar: é pela participação ativa do povo brasileiro e é desse modo que todo o povo deveria agir, se fazer presente na política em qualquer esfera”, frisou, deixando que claro que o projeto deve ser votado até o final do ano. “Não será engavetado, nem que seja necessário uma reunião extraordinária, o projeto será votado ainda este ano”, prometeu.
Como nasceu a ideia
Num breve retrospecto, o projeto de Lei que cria a Cosip foi aprovado pela Câmara, na reunião do dia 18 de setembro. A notícia de sua aprovação gerou muitas críticas pelas redes sociais, além de uma manifestação realizada, uma semana depois, em frente ao Paço Municipal, pedindo ao prefeito Wesley que vetasse a lei. Uma vez sancionada, os advogados subscritores do documento, Danilo Padovani, Scalon e José Bonifácio Silva lançaram o abaixo assinado para apresentar um projeto de iniciativa popular para derrubar a lei.
Entre as justificativas apresentadas, os autores consideram, dentre outras, a arrecadação do município, orçada para 2017 em R$ 90 milhões e, sobretudo, o fato de o SAAE ter aumentado em 30% a tarifa de esgoto de todos os imóveis da cidade. Afirma Danilo, em entrevista ao ET, que o projeto pede a revogação da lei, mesmo sabendo da dificuldade. “Vai ser difícil, pois o governo tem maioria na Câmara, mas mesmo assim, conseguimos mobilizar a população e mostrar que existe dinheiro para isso, que a renda do município é suficiente para cobrir a iluminação”. E termina, parafraseando o grande político Ulisses Guimarães: “Agora vamos ver se os políticos têm medo de fato do povo. Agora vamos fazer o teste”.
Thiago Scalon esclarece que as 2.131 assinaturas foram acompanhadas do número do título de eleitor. “Não foram considerados outros documentos, apenas o título do eleitor que vota em Sacramento (...) de pessoas de todos os níveis sociais. E é um projeto que vem com uma vontade popular forte e ficamos satisfeitos com o êxito, porque mais que dobramos nossa meta”, explica.
O vereador Henrique Spirandelli Andrade que, com os vereadores Edmilson Peres e Leandro Araújo votaram contra a Cosip, apoia o projeto dentro das mesmas convicções. “Só tenho que parabenizar os idealizadores que estão mostrando a sua força e vou lutar fortemente para que a lei seja revogada. Sabemos que a situação está difícil, mas podem ser feitos cortes em outras áreas e não cobrar mais do povo”, opinou.