Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Iphan delimita área de sítio arqueológico no Caxambu

Edição nº 1569 - 5 de Maio de 2017

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan delimitou uma área de oito hectares na fazenda Caxambu, de propriedade de Cândido Clementino da Cunha, onde foram encontrados objetos e peças, cuja datação está sendo estudada para comprovação de época. Os responsáveis pelo achado dos objetos são funcionários da empreiteira Incomisa, responsável pela implantação de uma rede de alta tensão que liga a Usina Hidrelétrica de Belo Monte (PA), à subestação de Estreito, no município de Ibiraci (MG),   conforme informações de Clementino ao ET. 

 

“-  As torres passam dentro de nossa propriedade, que é a fazenda antiga do Caxambu, que pertencia à Dona Bárbara e hoje é dos descendentes. Durante a fundação, eles encontraram muitos objetos antigos, que não sabemos bem do que se trata. O Iphan foi comunicado e está ainda estudando tanto o local como os objetos encontrados. Eles demarcaram uma área entre seis a oito hectares e fizeram o tombamento como sítio arqueológico. E estamos esperando o resultado, claro, muito curiosos, acreditando que seja alguma coisa muito interessante, mas não deram ainda um laudo final”. 

Questionado sobre os objetos encontrados, Clementino não soube responder, porque não teve acesso ao que foi achado. “Eles estiveram aqui pegaram bastante coisa e levaram para análise e voltaram imediatamente para a delimitação da área e tombamento, mas não falaram do que se trata. Não podemos retirar nada de lá, temos que respeitar a demarcação, mas podemos usar como pastagens e lavoura branca. Só não podemos mexer no subsolo”, informou. 

De acordo  com Clementino, o terreno é formado por uma argila escura, arenosa, tipo barro de olaria e ele não sabe ao certo como os funcionários da empreiteira encontraram os objetos e sequer sabe a que profundidade. “A fundação dessas torres depende muito do tipo de solo, umas afundam mais outras menos, até encontrar uma rocha e, numa dessas fundações eles deram com estes objetos”, explicou, informando que não teve contato com o Iphan depois da demarcação. “O que existe no local é apenas uma placa com as informações técnicas do sítio arqueológico”, disse mais.

 A obra da linha de transmissão Xingu/Estreito é feita pelo consórcio IE Belo Monte, formado pela chinesa State Grid e as empresas brasileiras, Furnas e Eletronorte. Com 2,1 mil quilômetros, passará pelo Pará, onde está sendo construída a hidrelétrica de Belo Monte, Tocantins, Goiás e Minas Gerais, abrangendo um total de 65 municípios, dos quais oito são mineiros, dentre eles, Sacramento e Araxá.

 O Projeto denominado de 'linhão' por se tratar da maior linha de transmissão do país terá 28 transformadores, 25 mil quilômetros de fios e 4,5 mil torres de sustentação dos cabos. De acordo com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), toda a construção, prevista para ser concluída em 2018, gera cerca de 12,5 mil empregos diretos.