Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Enchente no córrego Santo destrói alambrado da ET

Edição nº 1557 - 10 de Fevereiro de 2017

A forte chuva dessa quarta-feira, por volta das 15h30, causou grandes alagamentos nas ruas Carlos Uhleman; Cônego Julião Nunes, na altura da praça e, como sempre, na rotatória do cemitério e na avenida Tomaz Novelino desaguando tudo no bairro Cajuru e atingindo casas.  Ainda no bairro João XXIII, parte do fundo da Igreja da Congregação Cristã do Brasil veio abaixo e, na Tomaz Novelino, invadiu a empresa Art-Minas/Sak´s.  

De acordo com o diretor do SAAE, Osny Zago, naquela meia hora choveu cerca de 110 mm. Tanta água que o córrego Santo, localizado no final da avenida Tomaz Novelino/Rodovia Antenor Duarte, inundou a jusante da ponte, onde é mais estreita, e fez estragos na rua Orestes Canassa, asfaltada recentemente. A enchente se espalhou fora do córrego em até 50 metros, a ponto de destruir todo o alambrado da elevatória  da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), localizada logo abaixo.

Informa mais o diretor que essa é a primeira vez em 15 anos que ocorre enchente no local. “Desde que iniciamos a ETE, construída em 1992,  é a primeira enchente nessas proporções. Estamos levantando as causas, mas, de antemão, já sabemos que isso é consequência dos loteamentos abertos na parte de cima da avenida Tomás Novelino, que impermeabilizaram uma grande área, pegaram toda a água das casas e das ruas jogaram tudo nesse córrego e ele não tem capacidade para isso”, explica.  

É possível observar em filmagem feita no momento a velocidade com a água chega ao bairro Cajuru. Ela inunda as canaletas da avenida e invade o bairro, principalmente, a rua Adauto Nascimento. A moradora da rua, Sandra Abadia, foi obrigada a sair de casa com os netos. A água chega muito rápido devido ao declive e em grande quantidade.  

Na outra vertente, ela invadiu o córrego e transbordou nas margens até à estação da ETE, onde arrebentou o alambrado pela quantidade de lixo e galhos levados pela correnteza. “O córrego é muito estreito para suportar tão grande volume de água e, quando chega aqui embaixo, dentro dessa mata ele é mais estreito ainda. A água extravasou e, praticamente, destruiu a elevatória  de esgoto: derrubou o alambrado, encheu as caixas e o poço de sucção de  lama. Hoje (quinta-feira, 9/2), estamos funcionando precariamente”, justificou Osny, adiantando as providências:

“- Estamos acionando o seguro e vamos ver como será recuperado. A ideia é fazer uma nova contenção, mudar o alambrado de lugar e criar na lateral um terraço de até 1,20 para segurar essa água”, ressalta, destacando que no local a enchente invadiu mais de 50 metros. “A elevatória foi construída 30 metros distante do córrego como manda a lei, o alambrado tem 22 metros, então a água chegou a mais de 50 metros, como podemos ver pela vegetação atingida”, explica mais. 

Outra alternativa e solução seria abrir o leito do córrego, mas segundo Osny, é processo demorado e muito burocrático, por se tratar de interferência em área de preservação permanente (APP). Teremos que acionar os órgãos ambientais, a Polícia Ambiental, o IEF, a Supran, o Ministério Público, etc. Vamos notificar todos e tentar ruma solução que seja economicamente viável, mas tem que ter solução, porque a água que vem dos loteamentos alterou o regime do córrego”. 

Ainda, de acordo com Osny, além do dano na ETE, houve problemas também no R1, na avenida Antonio Carlos, onde caiu um raio e danificou equipamentos. Problemas também no interceptor na esquina da rua Maria da Cruz e Orestes Canassa (prolongamento da rua Assyncrito Natal,  ligando à  Av. Tomaz Novelino).  E, por falar na rua Orestes Canassa, ela foi asfaltada no final do ano passado, mas o trabalho não foi concluído, porque a rua não tem  guia nem sarjeta. A água  escorreu pelo leito do asfalto e fez estragos.