Final de ano, tempo propício para as escolas e instituições mostrarem à comunidade as atividades realizadas durante o ano letivo, mas tempo também para fazer um balanço e avaliação dos projetos vivenciados. Foi assim com o Centro de Assistência Social (CAS) Pe. Antonio Borges, antigo Seminário, que montou, na Casa da Cultura Sérgio Pacheco, a I Mostra Cultural do CAS, reunindo alunos, servidores, familiares e amigos.
Irmã Cecília Freitas, supervisora religiosa do CAS e as confrades, Ir Neusa Teixeira e Ir Ana Francisca, da Congregação Mensageiras do Amor Divino e mais 19 servidores, entre educadores, profissionais em várias áreas, além de outros funcionários são os responsáveis por essa obra da Congregação Redentorista em Sacramento, que atende 207 beneficiários.
Para atender toda essa demanda, o CAS Pe. Antonio Borges desenvolveu três programas: o primeiro deles, o Programa Semear, que cuida de 120 beneficiários da primeira faixa etária, de 6 a 15 anos, presta atendimento diário no contra turno escolar, com os menores permanecem na instituição das 7 às 16h.
Os sete beneficiários de 15 a 18 anos são atendidos através do Programa Inclusão Jovem. Uma vez por semana, esses adolescentes comparecem ao CAS para participar das oficinas escolhidas, anualmente, pelos beneficiários, segundo a necessidade. Este ano, esses adolescentes foram trabalhados com as oficinas pedagógica e psicossocial. Para o próximo ano, o CAS quer aumentar essa matrícula.
Os demais, cerca de 60 mães, na faixa etária de 18 a 60 anos, fazem parte do Programa SOS Família, desenvolvido pela assistente social e psicóloga da casa. São três grupos de 20 mães cada um. Dois grupos são residentes no bairro Cajuru e o outro, no Chafariz.
Linha pedagógica do CAS
De acordo com a coordenadora Renata Popolim, o CAS Pe. Antonio Borges trabalha através de oficinas. “Nossa forma de trabalho atende a uma linha pedagógica voltada para oficinas, todas coordenadas por profissionais da área. Os beneficiários do contra turno escolar, atendidos pelo Programa Semear, cerca de 120, por exemplo, recebem um atendimento nas seguintes oficinas: psicossocial, atividades físicas, informática, teatro, coral, dança, fanfarra, música, além de um acompanhamento didático-pedagógico àqueles realmente necessitados.
Os sete beneficiários do Programa Inclusão Jovem, que vêm à instituição um dia na semana, frequentam as oficinas pedagógica e psicossocial”, explica, informando que as mães recebem assistência da instituição em suas próprias casas.
“- As profissionais do Programa SOS Família, uma assistente social e uma psicóloga, que atende 60 mães, prestam assistência através de visitas domiciliares, levando orientações diversas sobre o vínculo familiar, relacionamento, educação dos filhos e empoderamento da mulher. As mães são ouvidas e recebem ainda uma ajuda material mensal, um vale no valor de R$ 130,00 para ajudar nas despesas”.
Sobre as oficinas, Renata esclarece que três modalidades são opcionais, dependendo um pouco do gosto, da vocação e talento de cada um. “As oficinas de Canto, para fazer parte do Coral Anjos Mirim, de Teatro, Música e Danças não são obrigatórias. As crianças e adolescentes escolhem a sua especialidade da acordo com sua aptidão”, explica, ressaltando que o objetivo não é formar um músico ou um ator.
“- Nosso objetivo é colocá-los em contato com as artes, despertar-lhes o interesse, não impedindo porém que, dessa experiência, surjam talentos, como alguns que já estão buscando estudos fora da entidade”, informa.
Renata Popolim esclarece mais que a oficina de pedagogia dá um reforço escolar exclusivamente àqueles alunos das escolas, porém aos que realmente são recomendados. “A pedagoga auxilia no processo de aprendizagem, porém, nada de tarefa no CAS, as tarefas são feitas em casa, sob a supervisão dos pais. Se não conseguirem entender, o aluno traz as dúvidas que serão sanadas pela pedagoga”.
São responsáveis pelas oficinas os monitores: Josimar (Música/Coral), Adriana (atividades físicas e recreativas), Bethânia (pedagoga), Lucas (teatro e dança), Raquel (psicóloga, que faz atendimento em grupo por faixa etária e individual), irmãs Mensageiras do Amor Divino (espiritualidade), José Humberto, (informática).
CAS é mantido pela Congregação Redentorista
O Centro de Assistência Social (CAS) é mantido exclusivamente pela Congregação Redentorista, exceto no transporte público escolar que atende toda a rede escolar do município. Além de acompanhar os projetos implementados, fornece os uniformes para funcionários e aos beneficiários, que recebem também todo o material utilizado nas oficinas, além de um agasalho personalizado para o inverno, que é reposto quando necessário.
O gasto aproximado da Congregação com a manutenção da casa, funcionários e beneficiários soma por ano, R$ 800 mil, sem nenhuma subvenção do poder público. Além do vínculo empregatício, os funcionários fazem parte do plano de saúde médico-odontológico da Amil, de abrangência nacional.
De acordo com Renata, embora o CAS seja uma instituição católica, a entidade recebe alunos de todos os credos. “As oficinas de espiritualidade dirigidas pelas irmãs não focam o catolicismo, mas a espiritualidade no sentido amplo, ressalva Renata, com a administradora da Casa, Irmã Cecília, completando:
“- Espiritualidade é diferente de religião, trabalhamos no sentido de preparar, de formar para a vida, a importância da espiritualidade para ser alguém de bem na vida, com um destaque especial ao tema, 'Família'. Essa formação é muito importante na vida das crianças e adolescentes, embora não seja fácil, porque muitos chegam aqui sem nenhuma base, então temos que mostrar que Deus, o criador é um só para todos, mas os caminhos são muitos...”.
Durante o ano, um dos pontos altos do CAS é a Festa da Família, no mês de maio ou junho e, inaugurando, a partir deste ano, a Mostra Cultural do CAS, na sua primeira edição. Trata-se de um espaço criado para mostrar aos pais e à sociedade os trabalhos desenvolvidos pelos beneficiários, como resultado das várias oficinas oferecidas pela instituição.
Avaliando o ano que se encerra, Irmã Cecília e Renata reconheceram que foi um ano de grandes realizações, muito trabalho, mas muitos resultados positivos. “Mesmo com essa crise que abate o país, o Centro de Assistência Social Pe. Antonio Borges continuou o seu trabalho durante todo o ano. Para nós, graças a Deus, não afetou em nada e vimos os resultados do trabalho, a evolução que os assistidos tiveram durante o ano, como os trabalhos apresentados na I Mostra Cultural. Foi gratificante”, reconheceu Renata, completada por Ir. Cecília:
“- É momento de agradecermos e sempre falo com todos aqui sobre isso. Sabemos que ali fora está cheio de gente desempregada, passando dificuldades, então nós temos que valorizar o que temos e agradecer primeiro, não à Congregação, mas a Deus, por termos sido escolhidos pela Congregação, que tanto faz pela casa. Isso é uma bênção de Deus. Todos os que trabalham aqui, trabalham com alegria, dedicação, porque estão naquilo que sabem, têm segurança no trabalho, plano de saúde e isso tem que ser valorizado. E, para nós da Congregação Mensageiras do Amor Divino, que vivemos a espiritualidade redentorista, um reconhecimento aos nossos fundadores, seguidores de Santo Afonso”.
Renata ainda completa, afirmando que o objetivo principal da casa, irmãs, funcionários e congregação redentorista é, exclusivamente, pensar no bem estar de cada um. E com isso temos sempre um retorno, do contrário toda essa estrutura assistencial seria em vão”, frisou, finalizando com uma boa notícia: “Para o próximo ano há a possibilidade de ampliarmos um pouquinho mais o atendimento, no Projeto Inclusão Jovem, com pelo menos 15 beneficiários. Estamos felizes com os resultados que obtivemos”.