Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

CAPS comemora Dia de Luta Antimanicomial

Edição nº 1571 - 19 de Maio de 2017

O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), realizou atividades diferenciadas nos dias 16, 17 e 18, reunindo usuários da Saúde Mental,  familiares e sociedade em comemoração ao Dia Nacional da Luta Antimanicomial,  celebrado oficialmente no  dia 18 de maio.  A edição 2017 tem como tema "Faz escuro, mas eu canto: liberdade em todo canto".

Na terça-feira 16, na Casa da Cultura Sérgio Pacheco, peça teatral e apresentações com os usuários da Saúde Mental; quarta-feira 17, exibição do filme, "Nise da Silveira: Coração da Loucura". E, nessa quinta-feira 18, Dia Nacional da Luta Antimanicomial, culminância da semana com a passeata pelas ruas da cidade, envolvendo usuários, familiares e profissionais da rede de saúde mental do Município, intitulada, "Há de enlouquecer sem perder a criatura". 

O Dia Nacional da Luta Antimanicomial foi instituído após profissionais da saúde mental, cansados do tratamento desumano e cruel dado a usuários do sistema de saúde mental, organizarem o primeiro manifesto público a favor da extinção dos manicômios durante o II Congresso Nacional de Trabalhadores da Saúde Mental, realizado em 1987, na cidade de Bauru/SP. Naquela manifestação, nasceu o Movimento Antimanicomial, "Por uma sociedade sem manicômios", inaugurando uma nova trajetória da proposta de Reforma Psiquiátrica Brasileira. 

Seus objetivos são, desde então, propor não só mudanças no cenário da 'Atenção à Saúde Mental', mas, principalmente, questionar as relações de estigma e exclusão que social e culturalmente se estabeleceram para as pessoas que vivem e convivem com transtornos mentais. 

“- As manifestações em todo o país no dia 18 de maio, são um chamamento para que se mantenha vivo o cuidado com os doentes, e para que fique claro que eles não devem ser excluídos da sociedade e maltratados como eram antigamente, mas sim orientados e acompanhados para que possam encontrar seu lugar no mundo”, justifica a coordenadora do CAPS, Carla Fernanda Pereira. 

 

O grande e importante trabalho do CAPs

A enfermeira chefe do CAPs, Karla Fernanda Pereira, falando sobre a semana Antimanicomial, que encerrou nessa quinta-feira 18 com uma passeata pelas ruas centrais da cidade, faz uma avaliação positiva da semana, porém com ressalvas: “Mesmo que não tenha tido uma participação expressiva da população, vejo de forma muito positiva o resultado, porque  envolveu grande esforço, dedicação e trabalho de toda a equipe. Houve a participação de familiares nos eventos, desde o passeio à AABB, o teatro, filme e passeata. Infelizmente, o CAPs ainda é visto com maus olhos por algumas pessoas, mas nosso trabalho tem ganhado visibilidade e creio que isso auxilia na humanização do cuidado que todos devem ter com pessoas com algum tipo de transtorno mental”.                        

O CAPs (Centro de Atenção Psicossocial) é um serviço especializado na área de Saúde  Mental, que se caracteriza por um atendimento humanizado, de forma a evitar internações de longa permanência,  salvo situações   de extrema necessidade; pela valorização do paciente e o trabalho nas questões sociais, autonomia, inserção no mercado e cidadania.

 De acordo com Karla, o CAPs conta, atualmente com um quadro de pessoal que soma 13 funcionários diversos. A equipe multidisciplinar é composta por dois psiquiatras,  quatro psicólogos, uma  assistente social, uma técnica em enfermagem e uma enfermeira, além de auxiliar de serviços gerais,  recepcionista, auxiliar administrativo e um  motorista. A instituição conta também com seis estagiários , sendo quatro da  área de psicologia,  um de  assistência social e um  de educação física.

    Aberto de segunda a sexta-feira, das 7h às 16h, o CAPs oferece aos usuários,  além de atendimentos individuais nas áreas de psiquiatria,  enfermagem e psicologia,  também são realizadas oficinas terapêuticas  (diariamente), para 45 pacientes, divididos em duas turmas, que nas oficinas realizam  trabalhos manuais tais como artesanato, confecção de tapetes, mandalas, cartões, pintura, crochê. Os pacientes têm também momentos de reflexão, hidroginástica, atividades na academia ao ar livre, caminhada, alongamentos. Muitos pacientes também são inseridos em outras atividades oferecidas na cidade tais   como, informática pintura e dança. E têm ainda tratamento e acompanhamento odontológico, além de orientação aos familiares de pacientes dependentes químicos, através de terapia em grupo.