Os chapadões do Bugre, milhares de hectares de terras que serviram de inspiração para o romance homônimo de Mário Palmério, eram de um frio intenso e uma região de muitas descargas elétricas. Ali, as árvores não cresciam acima de um metro, que já se transformavam em para-raios. Manoelinho, garoto esperto, mas com sérios problemas para aprender Matemática foi vítima de um raio no chapadão que o deixou de coma uma semana, na Santa Casa de Misericórdia do reino. Ao despertar, ficou pasmado por uma semana, levando todos a pensar que ele jamais voltaria a falar. Ledo engano. De repente, o garoto começou a recitar a tabuada de cor de trás pra frente... Todos debitaram o milagre aos santos do Gólgota da Serra.
(Do livro, no Reino da Bucolândia, de Saulo Wilson)