Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Bucolândia e coisas mais...

Edição nº 1584 - 18 de Agosto de 2017

Se a crise de 1929 foi ruim para os coronéis, para o italiano Genaro foi excelente. Comprou uma fazenda e incrementou o cultivo de café com toda a família, a mulher, os dois filhos italianos e mais cinco nascidos no Brasil. Quando o café voltou a ter preço, Genaro fez fortuna. “Unha de fome”, diziam que Genaro não comia banana para não jogar a casca fora.

Certa ocasião, abastecendo seu fordeco na bomba de gasolina do Seu Manoel Carabina, o moleque Peteleco ofereceu-se para lavar o carro e ouviu palavras de desprezo do fazendeiro. Da cidade, dirigiu-se à sua fazenda distante 15 quilômetros da cidade. E lá chegando deu falta de sua carteira. Peteleco encontrou a carteira recheada de dinheiro. De volta ao posto, Genaro pergunta pela carteira. Nisso, chega Peteleco e a entrega a Genaro, afirmando que a encontrara próximo ao automóvel, onde ele havia estacionado. Genaro toma da carteira, confere o dinheiro e retira uma nota de mil réis e a dá a Peteleco, dizendo com voz debochada: 

“- Olha aqui, rapaz, tome este dinheiro, vá até a venda do Vicentinho, compre três metros de corda e vê se enforque nela”. Sem agradecer, foi-se embora. 

 

(Do livro, No Reino da Bucolândia, de Saulo Wilson)