Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Bucolândia e coisas mais...

Edição nº 1578 - 7 de Julho de 2017

O Placebo do Seu Guimarães

 

Frequentador assíduo da Farmácia do Seu Guimarães, a única no reino, Zeferino vivia se queixando de dores por todo o corpo. Dizia Dr. Waldomiro, rábula conceituado, que quando cessavam as dores no corpo do Zeferino, doía-lhe a dentadura. Certa feita chega o hipocondríaco à farmácia do Guimarães, queixando-se de dor nos rins. Velho conhecido de suas manias, o farmacêutico disse: “- Zeferino, me chegou um remédio ontem que é batata para os rins. Chama-se 'placebo', cura qualquer dor. E deu-lhe uma porção. No dia seguinte volta Zeferino na farmácia, agradecendo. “- Remedinho bão aquele, sô, curou até a espinhela caída da siá Maria”. Lá com seus botões, conjeturou o farmacêutico: “O que a imaginação não cura. Dei-lhe um placebo, feito com água, sal e ácido bórico”. E o Zeferino receitava para todos o famoso remédio chamado, Placebo (*).

(*) Placebo é toda e qualquer substância sem propriedades farmacológicas, uma substância inerte, chamada, às vezes, “pílula de açúcar”...

(De Saulo Wilson, no livro, No Reino da Bucolândia)