Edição nº 1565 - 07 de Abril de 2017
A Cooperativa de Agropecuária de Sacramento (Coasa) inaugurou na cidade para os seus mais de 600 associados, na manhã do último dia 3, sua nova sede empresarial, uma grande loja de produtos e serviços diversos destinados, exclusivamente, ao setor rural. Para o presidente Mozart José Ribeiro, o projeto dá início a um programa de atendimento diferenciado ao produtor rural.
“- Este é o início de um grande projeto, e gostaria de iniciá-lo com uma oração de agradecimento, oração que nos dá força para iniciarmos cada dia nosso trabalho, portanto, convido todos a rezarmos essa oração universal do Pai Nosso, porque é num clima de muita fé e oração que quero dar início a esse projeto que poderá proporcionar muito benefício para a nossa classe”, disse o presidente, justificando o empreendimento e agradecendo às diretorias que tocaram administraram a Cooperativa desde sua fundação, no dia 15 de março de 1992.
A solenidade de inauguração contou com a presença de um grande número de associados, autoridades e convidados, como o prefeito Wesley De Santi de Melo, o vice Osmar Trevisan Jr, vereadores, funcionários, técnicos e convidados. Empresa parceira e arrendatária da plataforma de recebimento de leite e da fábrica de ração, o Laticínio Jussara foi representado pelo seu presidente, Odorico Barbosa, que elogiou a iniciativa, o potencial da Cooperativa e agradeceu pela parceria.
“- Realmente, a Coasa vem se firmando através dos anos e agora está mostrando todo o que a cooperativa tem através de um trabalho muito sério, o que fortalece essa parceria que temos e que nos resta agradecer, porque tudo o que combinamos foi cumprido. E essa proposta que hoje se inicia é apenas o primeiro de um dos grandes passos que a Coasa dá para ter continuidade”, elogiou Barbosa.
Para Mozart, nasce uma ‘nova’ Coasa
De acordo com Mozart Ribeiro, que preside a diretoria com Abele Félix, Ílio Borges Araújo e Luiz Epifania, a Coasa foi fundada para captar leite e foi ampliando as atividades, com a criação da fábrica de ração, farmácia veterinária e assistência técnica, mas depois de 14 anos ela entrou em decadência e encerrou as atividades.
“- No início de 2006, toda a estrutura foi arrendada para o Laticínios Jussara, que assumiu todo o processo. Nesse período, a Coasa sobreviveu com o arrendamento do espaço, e foram graças a esses recursos que pudemos realizar esse empreendimento que estamos inaugurando, ou seja todo o dinheiro que entrou foi poupado e foi possível a construção dessa estrutura que está toda equipada e abastecida de produtos, que serão disponibilizados, exclusivamente para associados”, justificou.
Segundo Mozart, o Jussara continua com o leite e a fábrica de ração anexos ao espaço e a Coasa, começa com essa estrutura que é uma loja de produtos e serviços para os cooperados, representando o primeiro passo que damos para recuperar a cooperativa.
“- Aqui é um lugar onde o produtor se sentirá em casa, com sanitários masculino e feminino, fraldário, sala de estar, sala de negócios, café acompanhado... Quer dizer, o associado vem da fazenda com a família, parou aqui, todos serão bem atendidos. E, nesse ambiente de sentir-se em casa, ele vai usufruir de uma loja completa e diversificada de produtos veterinários, jardinagem, ferramentas, assistência técnica generalizada e direcionada.
Explica o diretor que o associado terá à sua disposição uma equipe com um veterinário, um nutricionista e um gestor que, após uma triagem, vai trabalhar com os associados. “Nosso objetivo é tirar o sistema de produção do fazendeiro da informalidade, além de plantões nos finais de semana e feriados. E vamos ter projetos agrícolas, que iniciam nos próximos meses, por isso, vamos atender somente cooperado da Coasa e que tenha inscrição rural”.
Com 600 associados, segundo Mozart, a Coasa hoje assiste diretamente a 2.400 pessoas, considerando as famílias com dois filhos e, ainda aberta a novas adesões. “Quando do encerramento das atividades da Coasa, havia um número bem menor de cooperados, mas agora estamos ampliando o quadro de cooperados. Aqui é a casa do produtor, quem quiser associar-se estamos abertos, porque a casa é do homem do campo e vamos trabalhar com projetos para o meio rural”.
Finalizando, Mozart Ribeiro fala da importância do sistema cooperativista que, além dos preços diferenciados, da assistência e dos serviços oferecidos aos associados, eles sãos os donos do empreendimento.
“- Como cooperado ou associado, ele é o dono da Cooperativa, ele pode, inclusive, se tiver qualquer queixa contra funcionários, por exemplo ao ser mal atendido, ele pode exigir a demissão do funcionário, caso seja comprovado, ou até destituir uma diretoria através das assembleias, porque isso é uma cooperativa” – explica, ressaltando a força da cooperativa ao negociar preços.
“- Quando eu for negociar com um laboratório em nome da Coasa, teu terei 600 cooperados esperando que eu faça bons negócios. Não posso chegar aqui com uma margem de lucro muito grande e preços altos para os cooperados. Nessa negociação, eu não quero benefício para a diretoria, não quero agrados, brindes de ninguém, quero, sim, o menor preço para o cooperado, então vamos ter o menor preço. E, se o cooperado duvidar, pode pedir a nota fiscal de compra e comparar o preço. Não queremos lucros, queremos a satisfação do cooperado e tudo com transparência, lisura”, afirma.
O diretor Ílio Borges Araújo lembrou a criação da Coasa pelo saudoso médico Milton Skaff, o primeiro presidente e doador da área onde a cooperativa está instalada, entre outras áreas na cidade doadas pelo médico. Ílio lembrou também o trabalho de João Osvaldo Manzan que encabeçou o movimento para a criação de uma cooperativa agropecuária no município.
Ideia nasce de Vado Manzan
Fazendo uma retrospectiva, conforme os arquivos do ET, edição nº 454, de 5 de abril de 1992, João Osvaldo Manzan (Vado), então presidente do Sindicato Rural de Sacramento, incansável na batalha, fez mais de uma dezena de reuniões e contatos com líderes e empresários do ramo. “No dia 4 de agosto de 91, Osvaldo Manzan formalizou uma Comissão Provisória, formada pelo médico Milton Skaff, o ex-prefeito Luiz Magnabosco, os fazendeiros Luiz Constantino Bizinoto, Natal Zago, Mário Antonio de Almeida, Ivan Cardoso Maia, Júlio Gaspar Jerônimo e o advogado Luiz Rodrigues de Souza, autor do Estatuto da instituição”.
Diz mais a reportagem que, “uma assembleia formada por 150 produtores rurais, realizada no dia 15 de março de 1992, na Casa da Cultura, formalizou em ata a criação da Cooperativa Agropecuária de Sacramento – Coasa”, assumindo a presidência do Conselho Administrativo o médico Milton Skaff, juntamente com os membros, Hugo Rodrigues da Cunha, Mário Antonio de Almeida, João Luiz de Melo, Luiz Magnabosco, César de Almeida Pirajá, Paulo José Marinceck, Luiz Constantino Bizinoto e Natal Zago. Do Conselho Fiscal faziam parte, Lemir Feliciano de Deus, Atílio Cezar Cervato, Jair Ferreira Cândido, Vani Ramos, João José Zago, Evaldo Carvalho e Ivan Maia Cardoso.
Um ano depois, a COASA inaugura, em terreno doado pelo médico Milton Skaff, a plataforma de recebimento de leite, conforme está registrado na edição 487, de 11.7.93: “COASA inaugura posto e promete fábrica de ração”.
A Cooperativa começou com 170 cooperados, e quando encerrou as atividades, em fevereiro de 2006, contava com 338, conforme consta na matéria sobre o arrendamento da plataforma para o Laticínio Jussara, publicada no ET - Cooperados da COASA aprovam terceirização da Plataforma (Edição nº 988, de 26/02/2006).