Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Sacramento perde Cleuza, uma artista da costura

Edição nº 1504 - 12 de Fevereiro de 2016

A costureira Cleuza Mateus (foto) 62 morreu no dia 1º de fevereiro vítima de infarto no miocárdio, na sua residência, no bairro Maria Rosa. Cleuza foi velada por familiares e um grande número de conhecidos e sepultada na tarde da terça-feira 2, no Cemitério S. Francisco de Assis, deixando os filhos Daniel (Cristiane) e Marília (Elton), residente em Uberaba, e uma netinha com um ano e um mês.
 De acordo com Rivanda Miguel, vizinha de quase 30 anos, Cleuza já vinha diminuindo o ritmo de trabalho por conta de uma cirurgia já agendada. “Naquele dia, pela manhã e após o almoço, ela foi fazer uns exames. Retornou por volta das 14h,  quando fui visita-la e ela me disse que tudo correu bem”, conta a amiga, informando que à noite, ela passou mal.
“_ Por volta das 21h, a irmã dela, Dirce,  veio correndo me chamar, porque ela estava Cleuza passava mal.  Quando cheguei, ela já estava toda roxa, os lábios pretos... Nós não fizemos nada, aliás, nem sabíamos o que fazer. Meu esposo, Marcondes, pediu a ambulância, que chegou muito rápido. Foi levada para o hospital, onde tentaram reanima-la, mas em vão...”, relata, ainda emocionada, lamentando sua morte.
“- Agora fica essa vazio aqui. Nossa amizade vem de longos anos, somos vizinhas de porta a porta há 27 anos. Não perdi uma amiga, mas uma irmã. Éramos  tão ligadas, que uma se preocupava com a outra, a ponto de, se não víssemos as janelas abertas, ligávamos logo pra saber se tudo estava bem. Uma grande amiga... Quando ela ia sair, me avisava por causa de clientes que viriam. Éramos  amigas inseparáveis, de conversar todos os dias”, recorda.
 Cleuza há mais de 40 anos desempenhava a profissão de modista, confeccionando roupas para as mulheres da alta sociedade sacramentana. Era uma artista da moda feminina. “Não tenho palavras para descrever a capacidade dela, era costureira de coisa fina. Tinha um número muito grande de clientes, gente de Sacramento e de fora. Era uma grande profissional, apaixonada pela profissão, sua morte representa uma grande perda para a cidade”, reconhece.
  Rivanda destaca ainda o grande amor e preocupação que Cleuza nutria pelos filhos Marilía e Daniel e pela netinha. “Cleuza era apaixonada pelos filhos. Cuidava da netinha e, como a babá estava adoentada, a Dirce foi ajudar a cuidar da menina. Não fosse isso, ela estaria sozinha com a criança”.
De acordo com Rivanda, todos os tecidos, roupas finalizadas e semiprontas, aviamentos, tudo está com Adriana Rosa. “Elas trabalhavam juntas. Cleuza costurava e Adriana desenhava e bordava. Ela ficou responsável de contatar os clientes e devolver tudo e receber as pendências. Esse dinheiro será revertido para a netinha da Cleuza”, explica Rivanda.