Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Perueiros fazem queixas ao MP

Edição nº 1510 - 25 de Março de 2016

Os motoristas da Transcoop, mais conhecidos como 'perueiros', responsáveis pelo transporte de alunos das escolas públicas fizeram uma manifestação pacífica em frente ao Ministério Público (MP), na manhã dessa terça-feira 22 com o objetivo de chamar a atenção das autoridades em relação aos baixos valores da remuneração, atraso de pagamento e defasagem salarial.
“- Os preços não são reajustados desde janeiro de 2015 e estamos com a bonificação do mês de dezembro atrasada. Nós recebemos essa bonificação nos meses de recesso (dezembro e janeiro)”, explicam os profissionais, informando que a reivindicação da categoria é de 25 a 30%, um valor justo, que passaria o preço do Km/rodado para R$ 2,05 bruto. Com o desconto, mais ou menos R$ 1,95”, justificam.
De acordo com os perueiros, eles recebem, atualmente, por veículos de 12 lugares (van ou Kombi), R$ 1,46 por Km/rododado. “Esse é o valor bruto no contrato, que cai para R$ 1,38 devido aos descontos: 2% para a Cooperativa e mais 2% que retornam para a Prefeitura”, explica um dos motoristas, sem querer se identificar, mostrando a defasagem do período.
“- Quando começamos no Governo Bruno, o álcool custava R$ 1,20 o litro, hoje são R$ 3,00; a gasolina, de R$2,30, foi para R$ 4,10. E aí vem peça, desgaste do veículos e a gente sempre no vermelho, sempre dependendo de vale na Transccoop.  A defasagem é muito grande”, expõe.
Segundo os perueiros, a média diária do trajeto corresponde a 13 mil km, com 64, dos 69  perueiros, na estrada, transportando em torno de mil alunos. Os perueiros reclamam também do mau estado das estradas, danificadas pelo excesso de  chuvas. “Temos de sair bem mais cedo, para não atrasar incomodando mais as crianças, obrigadas a passar mais tempo em viagem, com risco, inclusive, de quebrar o transporte. Precisa melhorar muita coisa para nós”, queixam.
De acordo com o vereador Márcio Marzola, engrossando a manifestação em apoio aos manifestantes, disse ao ET que a Câmara tem levado as reclamações dos pereueiros há três anos. “Ora pagamentos atrasados, abono atrasado, sempre há alguma coisa pendente. Já ficaram com três pagamentos vencidos, chegaram a ameaçar parar as atividades, tiveram dificuldades para abastecimento nos postos e na manutenção  dos veículos. Depois deu uma normalizada, mas agora vem essa defasagem no preço por km rodado...”, afirma, destacando a necessidade do reajuste.
“- Eu não entendo, dá-se todo o valor ao transporte universitário, que não é obrigação da Prefeitura, enquanto aos perueiros que transportam crianças do ensino fundamental, um trabalho obrigatório pela Constituição, é essa penúria”, lamenta o vereador que foi impedido de participar da audiência entre três perueiros e o promotor José do Egito de Castro Sousa, assim como o jornal ET.
Em frente ao MP, três representantes  foram recebidos pelo promotor José do Egito de Castro Souza, Gilson, Luiz Antonio  e Juarez, mas não foi permitida a entrada da imprensa nem do vereador Márcio Marzola.

 

Para PMS está tudo normal

Respondendo a emeio do ET, através do jornalista Thiago Borges, a PMS, informou que ‘‘a paralisação dos perueiros foi precipitada, uma vez que os funcionários não procuraram o governo antecipadamente para debater sobre o reajuste’’.
De acordo com a PMS, os reajustes foram feitos anualmente no governo Bruno Cordeiro. Finalizou, afirmando que, ‘‘em apenas uma reunião com o secretário de Finanças, Marcos Antônio Rodrigues Borges, a situação foi resolvida com um reajuste de 18%,  em 2016.
Finaliza, afirmando que as crianças foram as únicas prejudicadas, além de atrapalhar o bom andamento da Secretaria de Educação. ‘‘A partir de Segunda, 28, tudo estará resolvido’’.