O engenheiro agrônomo e produtor, João Donadelli , aprovou a iniciativa da Jaguara Agro. “Uma oportunidade muito boa para apresentar as inovações, sem contar que nas feiras, na hora da compra, os descontos são muito bons. Isso favorece, porque podemos comprar com preços bem melhores. E, para nós produtores é um ganho muito grande uma oportunidade dessas, de não precisar sair para comprar”, enfatiza.
De acordo com Donadelli, o produtor rural tem buscado muitas coisas novas, para tentar acompanhar a evolução. Por exemplo, uma máquina nova otimiza a parte operacional. No caso de uma colheitadeira, ela rende muito mais, a ponto desse excedente colhido a mais pagar parte do financiamento, assim como uma plantadeira nova. E poder fazer isso sem precisar sair viajando em busca das novidades de mercado é bem mais prático. “A feira aqui em Sacramento é como se estivesse na 'porta da cozinha', mostrando um pouco de tudo, o que há de melhor no momento”.
Há 37 anos na cidade, a família Donadelli adotou a cidade como se fosse filha da terra. “Chegamos aqui em 1979, fugindo da cana que proliferou na região onde estávamos. Hoje, a cana chegou aqui também. Mas vimos pra cá com papai, Antonio Donadelli, pra plantar soja e milho e fomos para o chapadão. Lembro como se fosse hoje, que quando chegamos, um cunhado comentou:
“- Essas terras aqui não produzem nada. Olha as árvores, todas pequenas, dá pra arrancar no chute. Plantar o quê aqui?”. E o meu pai respondeu: “- Esse solo é ótimo, tem boa estrutura e a fertilidade a gente faz”, recorda, fazendo uma análise do solo.
“- Meu cunhado tinha razão, porque não tinha árvores mesmo, era só capim barba de bode e uns arbustos. As primeiras análises feitas mostravam só alumínio tóxico. Não tinha nem macro nem micro nutrientes. Fizemos as análises e papai comentou: “Precisa ver se chove”.
João confirma o que disse o cunhado. “Ele teve visão, porque o clima aqui é o mesmo do Estado de São Paulo, mas as condições aqui são melhores, porque tem altitude de 900 a 1150 metros, que favorece, qualidade de vida das melhores, clima ameno. Devido ao solo ser em torno de 55 a 65% de argila, ele retém água e, por ter altitude de 1150 m favorece a umidade. Pra sentir um veranico é só depois de uns 30 dias de sol, comparando com uma região baixa e terreno arenoso”.
Segundo o produtor, no começo não foi fácil, mas a previsão de seu pai se confirmou: “Papai tinha razão, solo plano, amarelo que serve para o plantio de tudo e mais um pouco: batata, cenoura, beterraba, cebola. E hoje a área é cheia de pivôs. O que comentamos em 1979 acontece hoje. E digo mais, daqui 30, 40 anos essa região do chapadão será considerada a melhor terra, não vou dizer do Brasil, não, mas do mundo”, profetiza, referindo-se ao que Caminha disse em sua carta, em 1500, ao rei de Portugal: “Em se plantando aqui tudo dá”.
“- Aqui se planta de tudo, porque tudo favorece. Inclusive com o aquecimento global, a região chegou ao clima ideal. Quando aqui chegamos, há 37 anos, era frio, a gente vestia blusa para trabalhar, hoje, não, ou seja, houve um aumento da temperatura que favoreceu o solo do chapadão”, observa, cumprimentando os empresários idealizadores da feira, Decão e Noti.
Dos dez filhos de Antonio Donadelli, já falecido, cinco residem em Sacramento e também a matriarca da família, hoje com 93 anos.