O Ministério Público Federal identificou em todo o país 4.942 candidatos a prefeito e vereador nas eleições municipais deste ano que poderão ser barrados por serem considerados 'fichas-sujas'. Até o dia 18/8, o MPF já havia pesquisado 467 mil candidatos no sistema informações. Além do MP, os candidatos e partidos também podem pedir a perda de registro de adversários à Justiça Eleitoral.
Os candidatos ameaçados foram identificados após cruzamento de seus CPFs com os registros das bases de dados de tribunais de Justiça, tribunais de contas e outros órgãos de controle. As informações coletadas são repassadas automaticamente pelo Ministério Público Federal aos promotores eleitorais, aos quais caberá analisar se há elementos ou não para pedir que a candidatura seja barrada.
Pela Lei da Ficha Limpa, não podem disputar a eleição, entre outros motivos, candidatos com rejeição de contas relativas ao cargo ou função pública, condenação em segunda instância por crimes como lavagem de dinheiro, corrupção e peculato. Esta é a primeira vez em que todos os promotores que atuam nas eleições têm acesso direto aos dados, segundo o Grupo Executivo Nacional da Função Eleitoral (Genafe).
De acordo com o levantamento, o estado com maior ocorrência de possíveis fichas-sujas é São Paulo, cidade que concentra o maior número de candidatos registrados e que o sistema do Ministério Público já identificou 1.403 políticos que possuem ocorrências que podem inviabilizar a eleição. Minas Gerais (620 casos), Paraná (461), Goiás (303), Bahia (278) e Pernambuco (279).
TSE já registrou mais de 500 mil candidatos em todo o país
O prazo para o registro de candidaturas inicialmente previsto para o dia 15 de agosto e foi prorrogado até o sábado 20, quando o prazo encerrou com 503.200 candidatos registrados, conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Segundo o órgão, o número de candidatos a prefeito e vice que apresentaram o registro de candidatura chega a 17 mil. Já para vereador já são mais de 469.200 candidatos. São Paulo bate recorde com 85 mil candidatos para os três cargos. Em segundo lugar, em número total de registros, aparece o estado de Minas Gerais, com 80.800. O Estado com a menor quantidade de registros, até agora, é Roraima, com 1.813.
Até o dia 2 de setembro os partidos, coligações podem preencher as vagas remanescentes para vereadores com os percentuais mínimos de 30% de mulheres e máximo de 70% para homens. O período de registro de candidatura, neste caso, termina no dia 12 de setembro. Em caso de morte de candidato, os partidos e coligações devem fazer substituição até 10 dias após o ocorrido.
Em 97 cidades não haverá uma disputa propriamente dita à prefeitura neste ano. É que em todas elas há apenas um candidato concorrendo, especialmente em cidades pequenas, mas há também municípios médios, como Jales, no interior de SP, que tem quase 50 mil habitantes, e Nova Mutum, em MT, que tem 40 mil pessoas. O Rio Grande do Sul é o estado com o maior número de municípios com candidato único, 32; São Paulo tem 17; Minas Gerais, 16, e Paraná, 14. Campo Grande, no Mato Grosso do Sul é a cidade com o maior número de candidatos a prefeito, 15, seguido por São Paulo com 12, Belo Horizonte com 11, Fortaleza (CE) e Belém (PA), com 10 candidatos a prefeito.