Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

É melhor prevenir do que remediar

Edição nº 1525 - 8 de Julho de 2016

A prevenção para evitar futuras e possíveis inundações nas ruas próximas ao ribeirão Borá, no centro da cidade, segundo o promotor José do Egito de Castro Souza, é essencial para evitar futuros prejuízos. “Quem é  que vai pagar depois? O que estamos fazendo é importantíssimo, já estamos prevenindo. Isso são coisas sérias, são questões prementes, porque há um ano, pessoas passando na parte de cima da ponte perto da Prefeitura viram que a água  estava chegando à ponte. A gente não vê, porque com chuva forte todos ficam dentro de casa., mas há testemunhos disso...”, frisou, apontando algumas irregularidades cometidas por falta de fiscalização do poder público.
“- As construções de Sacramento, de acordo com o plano diretor, não podem ter mais de 80% do terreno impermeabilizado. Quer dizer, é obrigação do proprietário do lote deixar, no mínimo, 20% dos terrenos sem impermeabilização, isto é, deixar a terra, a grama, um lugar para que a água chegue e penetre no solo. Mas em Sacramento, a maioria constrói  100%, pegando toda a área, colocam piso, cimento no quintal e a água vai toda para o ribeirão, que está ficando cada vez mais estreito, mais raso, porque não é cuidado. Não se faz nem limpeza de galhos que caem, e isso deveria ser feito pelo menos uma vez por ano...”, disse, chamando a atenção do Codema sobre a aprovação de loteamentos.
O promotor lembrou que o trabalho de manutenção do córrego é responsabilidade da Prefeitura, mas como o problema está sendo causado por conta dos novos bairros implantados, ele quer uma participação das empresas de loteamento nessa empreitada. “Estamos tentando ver se os loteadores fazem isso, para não ter custos para a Prefeitura”, disse na reunião, exemplificando através da implantação do novo loteamento da Imobiliária Skaff, acima do Poliesportivo Marquezinho. “Ali, anteriormente, naquele loteamento construído por  Tim da Matta, acima do Poli, não existiam ruas e hoje está todo impermeabilizado”.
Presente à reunião, o presidente do Codema, Thiago Silva Scalon,  compartilha com o promotor a sua preocupação. “Os vários projetos de loteamentos previstos nas regiões mais elevadas do entorno do centro da cidade, por onde o Borá passa, transformando área verde em asfalto e construções, vão provocar uma grande impermeabilização do solo. No período de intensas chuvas, através das galerias ou até mesmo pelas enxurradas essa água pluvial vai parar no Borá, que já jogou água para fora sem esses novos loteamentos. Imagine com esses novos loteamentos! Portanto, tem razão o promotor José do Egito ao solicitar esse estudo para evitar um futuro transbordamento do córrego”, concordou.
De acordo com o relatório elaborado pelo SAAE e Secretaria de Meio Ambiente e encaminhado ao MP no dia 7 de junho,  o estudo foi feito através de imagem de satélite, começando da ponte da MG-190  até a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), ou seja,  no perímetro urbano de maior concentração de imóveis e nas áreas onde se tem  conhecimento de problemas antigos de transbordamento.
O relatório assinado pelo secretário de Meio Ambiente, Maurício Marques Scalon e representantes das câmaras técnicas Azul, Marrom e Verde o ponto crítico de possível transbordamento do ribeirão está entre a rua Cel. Teodoro Rodrigues da Cunha (rua do Marquezinho), até a ponte da rua Ângelo Crema (Bela Vista), que  apresenta assoreamento  com o crescimento de vegetação, assoreamento e problemas nos gabiões (muros de pedra).

 

Empresas assumem compromisso de limpar o Borá

Em reunião realizada com o promotor José do Egito de Castro Souza, dia 15 de junho, os representantes das empresas que exploram a expansão imobiliária na cidade se comprometeram a realizar a limpeza dos trechos citados no relatório, acrescido da remoção da passarela nas proximidades da Prefeitura e limpeza dos gabiões.
O compromisso foi feito pelas seguintes empresas: Danilo Souza Empreendimentos Imobiliários, representada por Mário Eduardo Barreto e Germano Henrique de Assis Souza; Loteamento Portal da Serra, representada por Myrian Aparecida Zago Orlando, Henrique da Silva Dias e Breno Pinelli; Imobiliária Skaff, Residencial Camilo e Grupo Pólo Empreendimentos, representadas por Edson  Santana Filho e Vicente Eustáquio da Matta.
O promotor José do Egito fez ainda uma última recomendação aos representantes do SAAE, Codema e Secretaria de Obras para não aprovarem loteamentos sem antes ter a convicção de estudos da vazão suportada pelo ribeirão Borá, conforme os estudos feitos, além de estabelecer um cronograma de competências dos responsáveis, a saber:
1. O licenciamento para a intervenção ficará a cargo da Secretaria de Meio Ambiente e do Codema;
2. A responsabilidade pelo acompanhamento da execução das obras ficará com o SAAE e a Secretaria de Obras;
3. O orçamento quantitativo  e financeiro para as obras e limpeza ficarão sob a responsabilidade dos loteadores sob a coordenação  de Germano Henrique de Assis e Souza.
A previsão é que a conclusão da obra ocorra até o fim de outubro, em razão do início das chuvas. Ficou acordado  ainda que será agendada visita com vistoria no local, pelo coordenador junto aos secretários de Obras, Meio Ambiente e SAAE para elaboração desse estudo e orçamento.