O Conselho Municipal de Desenvolvimento Ambiental (Codema) reuniu-se extraordinariamente na quarta-feira 26, para discutir e votar sobre o corte de dez árvores frutíferas plantadas em canteiros de duas avenidas, uma delas na av. Cel. José Afonso de Almeida e as demais no final da av. Clemente Vieira de Araújo, prosseguimento da av. Vigário Paixão. Além dessas constam da pauta o corte de duas árvores na calçada da rua Comendador Machado, centro; duas na rua Assyncrito Natal, bairro João XXIII, e três no Recanto das Águas, totalizando 17 árvores.
O corte foi requerido pelo secretário de Obras, Lélio Aparecido de Souza, justificando que as árvores estavam em desconformidade com o paisagismo que está sendo implantado naqueles logradouros.
O Codema, que é presidido pelo advogado Thiago Scalon é composto por mais 11 membros. Titulares: Maurício Marques Scalon (secretário de Meio Ambiente), Pierre Patrick (Secretaria de Agronegócio), Samuel Marinho (Secretaria de Obras e Serviços Urbanos), Alisson Rodrigues de Jesus Souza (Emater), Thiago Henrique Paim (IEF), Marcos Aurélio Martins Borges (SAAE), Lester Scalon (ONg Rio Grande), Hermógenes Vicente Ribeiro (Sindicato Rural), Ailton Neves (CMDRS), Késsius Moraes Silva (Consórcio UHE Igarapava) e, Isabel Cristina Pansani (Associação do Bairro Perpétuo Socorro), cada um dos titulares com os respectivos suplentes.
Participaram da reunião extraordinária apenas sete dos 12 membros, assim sendo, o corte das 10 árvores dos canteiros centrais das duas avenidas, restou aprovado por 4 votos a 3. A aprovação se deu, justamente com os votos dos membros ligados à Prefeitura: Maurício Marques Scalon, Pierre Patrick, Samuel Marinho e Thiago Henrique Paim.
Além do presidente Thiago Scalon, os votos contrários foram dos membros suplentes, Reinaldo Rezende (suplente do representante do Sindicato dos Produtores Rurais ) e, Afonso E. Saucedo (suplente do Conselho Municipal do Desenvolvimento Rural Susentável).
Aprovação do corte das árvores gerou protesto
A notícia da aprovação do corte das árvores nas avenidas se espalhou como um rastilho de pólvora. Em protesto, um grupo de pessoas cortou a machado uma goiabeira no canteiro da av. Cel. José Afonso, próximo à avenida Antônio Carlos. O corte foi confirmado por Pedrinho (Casa do Produtor), que plantou a goiabeira há três anos.
“- Não havia nada ali. Cortaram os coqueiros há quase quatro anos, deixaram os tocos, não urbanizaram, ficou aquilo ali pelado. Agora vêm e falam que pode cair goiaba nos carros... A turma veio, cortou e eu não falei nada, porque autorizaram em reunião o corte. Como fui eu que plantei e cuidei, deixei cortar. Aprovaram o corte, foi cortada. Só isso”.
Resultado: foi armada a confusão que rendeu até BO junto à Polícia Florestal. Para a PMS, embora ela mesma tenha autorizado através de seus quatro representantes no Codema, os autores deveriam ter aguardado a ordem de corte do Codema. Mesmo assim, essa providência não caberia a eles, seria responsabilidade da Secretaria de Meio Ambiente.
“Abaixo o muro, salve as árvores...
E o protesto foi parar também nas redes sociais. A exemplo de Pedrinho, outras pessoas plantaram e cuidam de outras espécies de árvores nos canteiros, como por exemplo, o advogado José Bonifácio Silva e moradores, que arborizaram o quarteirão da Coronel José Afonso, próxima à Silva Jardim.
“- Talvez eu esteja enganado e quero estar, mas pode ser que entre essas árvores estejam um Flamboyant gigante, alguns Ipês e um Pau-brasil que nós plantamos no nosso quarteirão. Se forem cortar, chamo a Polícia Ambiental e o Ibama! Vou ao MP...”.
Na mesma página, Rose Rezende lamentou a poda das árvores da Praça de Esportes. “Hoje passei pela praça de esporte e que lástima ao ver o calor que faz ali agora... E me lembrei o quanto era bom passar por ali a pé, fresquinho, sombra! Vi aquelas árvores detonadas, com cortes irregulares (mutiladas), tudo isso para proteger um muro." Abaixo o muro, salve as árvores!"