Neiva Maria Santana 58 morreu na noite do dia 4 de fevereiro, por volta das 20h30, no Hospital Helio Angotti, em Uberaba, onde estava internada desde o dia 15 de janeiro. Trasladada para Sacramento, Neiva foi velada na Capela de Nossa Senhora do Rosário por familiares e um grande número de amigos e companheiros de pastorais da Paróquia Basílica de Nossa Senhora do Patrocínio do Ssmo Sacramento, onde Neiva e o marido Celso Roberto (Celso Encanador) eram muito atuantes. Durante 16 anos, o casal foi dirigente de Encontro de Casais.
Neiva foi sepultada na sexta-feira 5, às 14h, após as exéquias proferidas pelo pároco, Pe. Sérgio Márcio de Oliveira, que proferiu comovente homilia na cerimônia realizada na Capela do Rosário. Neiva deixa o marido Celso e os filhos, César, Fábio e Dener e uma neta, Manuela.
Durante todo o longo processo de sua doença, Neiva foi acompanhada por muito carinho, não penas pela família, mas também pelas famílias que fazem parte da pastoral familiar. Uma pessoa muita querida por todos.
“- Neiva era o nosso eixo, tudo girava em torno dela. Ela fazia questão de ajudar um por um, não só a família, mas também com os amigos e vizinhos. Neiva foi uma pessoa que nos ensinou muito e tudo o que temos, construímos juntos. Eu, particularmente, aprendi muito com ela, desde que nos casamos em 23/06/1979. Nós nos conhecemos através de uma tragédia ocorrida com meu irmão, que foi vítima de um raio, em dezembro de 1975”, relembra o esposo.
“- Neiva era enfermeira e, a partir dali ela entrou na nossa família, entrou cuidando, ajudando sem que nem nos conhecêssemos. A partir daquela data ela entrou na nossa vida como uma presença constante, cuidando de quem precisasse, inclusive da minha mãe que mora conosco há quatro anos e só parou agora, nesses últimos oito meses”, relata o marido Celso, ainda muito abalado com a perda.
Mesmo com tantos afazeres, Neiva ainda encontrava tempo para participar das atividades paroquiais. “Começamos em 1986, mais por vontade dela. Fizemos o encontro de casais, gostei muito e nunca mais paramos. A partir daí, participamos de todos os encontros, por mais de 15 anos estivemos à frente do Curso de Noivos e ajudávamos noutros movimento, fizemos a festa do Perpétuo Socorro, em 2014. No ano passado trabalhamos pouco. Ela adoeceu e era o momento de cuidarmos dela, como ela sempre fez conosco”, reconhece Celso, recordando o início da doença da esposa.
“- Todo ano a gente fazia um check-up juntos em Uberaba. Antes de nossa última consulta, Neiva começou a apresentar uma fraqueza muito grande, muito pálida... Diagnosticada, o médico disse que era dengue, mas as plaquetas continuaram baixando muito, até que, no dia 31 de julho, a responsável pelo laboratório ligou, preocupada, informando que as plaquetas estavam em 21 mil, quando o normal são 150 mil a 350 mil”, afirma.
O filho César completa: “Estávamos em São José do Rio Preto, na missa do Pe. Sérgio, e papai estava para a fazenda. Ficamos desesperados lá, mas ela ligou para o Fábio e seguiram para Uberaba, onde foi encaminhada, no dia seguinte, para um hematologista. No domingo 2, Dr. Marcel Mendes deu o diagnóstico: linfoma não-Hodgkin. E, desde então se passaram sete meses...”, afirma o filho, comprovando a participação dos três filhos maravilhosos e do esposo na vida da mãe e seu cuidado na doença.
“- A gente não tem palavras para descrever a mãe, o que ela fez por nós. Ela tratou os três da melhor forma possível e nos fez homens de verdade. Mamãe era 'ponta firme' em casa, ela nos mandava buscar uma vara de marmelo e deixava na janela, mas nunca nos deu um tapa, queria que crescêssemos como gente de bem. E isso vamos passar para nosso filhos e, o que pudemos fazer por ela, fizemos e vamos fazer por nosso pai”, afirma César, com os olhos rasos d'água.
Também para o filho Fábio, não há como descrever a mãe, mas, em poucas palavras a define com muito amor. “Mamãe era de sorriso fácil, meiga, delicada e que nos deu lições todos os dias. Foi guerreira na sua doença, do início ao fim do tratamento, como foi a vida inteira, cuidando de todos à sua volta, o marido, os filhos, vovô Manuel, vovó Fia, vovô Adelordes e tantos outros...”.
Sobre o seu trabalho na sociedade e a sua despedida no velório, Fábio destaca: “A sua despedida foi digna, linda, como o papel que desempenhou à frente de nossa sociedade, ajudando a evangelizar tantos casais... A senhora mereceu cada segundo do dia de hoje... Nós a amamos e sempre amaremos, nossa mãe e agora nossa anjinha que nos protegerá”, afirmou em entrevista o filho, seguido pelas emoções do pai e irmãos.