A Cavalgada de 1º de Maio trouxe à cidade quase 800 cavaleiros das diversas regiões do município e de outras cidades. Tradição criada pela igreja católica em 1977 para homenagear o patrono do dia, a cavalgada foi aberta com as imagens de São José Operário e de Na. Sra. Aparecida, seguidas das bandeiras do Brasil, Minas e de Sacramento.
A rainha, Karolina Anastácia, a princesa Eduarda Ferreira e a miss simpatia Amanda Oliveira, ricamente vestidas por Adriana Rosa, deram o toque de beleza ao desfile completado pelas dezenas de comitivas. Em frente à Basílica, a bênção proferida pelo missionário redentorista, Pe. Braz Romeiro Portes.
A organização da cavalhada, mais uma vez ficou a cargo de Carlo Miranon de Oliveira e apoio das secretarias municipais de Cultura e Agricultura e Pecuária. “Tenho 30 anos de cavalgada, os últimos quatro como coordenador, um evento tradicional que reúne pessoas do município e cidades vizinhas, todos muito alegres, comemorando e que tenho a alegria de poder participar”, afirma.
De acordo com Miranon, a participação é voluntária. “Vem quem quiser, tentamos fazer inscrições antecipadas, mas não obtivemos êxito”, lembra, destacando este ano uma punição criada para os cavaleiros que judiarem dos animais. “Em reunião com o Ministério Público e a Polícia Ambiental ficou decidido que quaisquer casos de maus tratos aos animais serão lavrados boletins de ocorrência e os autores responderão na justiça”, alertou.
A organização deixa ainda muito a desejar. Faltam responsáveis para dirigir a cavalgada no trajeto, evitando o trança-trança de muitos cavaleiros no desfile, o que contribui para apagar a beleza das comitivas uniformizadas, que obedientes ao regulamento, desfilam em duplas e ali permanecem até o final do trajeto. Infelizmente, o que se percebe é que muitos cavaleiros se desgarram do desfile, para nos bares e até mesmo não completam o trajeto.
A festa da cavalgada encerrou no Parque de Exposições Hugo Rodrigues da Cunha com uma tarde de várias atividades e cantorias.
Do Desemboque até Sacramento para a Cavalgada
Uma nova comitiva foi criada este ano pelos cavaleiros do povoado do Desemboque e arredores. Trata-se da Comitiva Sertão da Farinha Podre, que partiu do arraial dia 29 de abril, pernoitou no Caxambu, chegando a Sacramento na tarde do dia 30, para pernoite no Leilão Bela Vista e desfile no dia seguinte. Foram 60 quilômetros de cavalgada, um trajeto difícil sob um frio intenso. Dos 29 cavaleiros que partiram do Desemboque, 12 desistiram.
“- Por conta do clima, foi um 1º de maio atípico, veio um frio muito forte e não foi fácil atravessar o chapadão... Houve muitas desistências, inclusive no caminho, gente que cavalgou um pouco e desistiu. Éramos 29 cavaleiros quando saímos do Desemboque na manhã de sexta-feira, dia 29, e só 17 chegamos a Sacramento no sábado. Muitos que chegaram no Caxambu para o pernoite na sexta-feira, não se animaram a sair. Estava muito frio, garoa... Mas hoje na cavalgada estamos somos 23 cavaleiros”, explica Marly Leite, uma das organizadoras da Comitiva.
De acordo com Marly, o frio espantou também o público para a festa e leilão no Caxambu, em benefício da Santa Casa. “O frio espantou o público, então achamos melhor adiar a festa. Guardamos as prendas não perecíveis e numa próxima oportunidade vamos realizar a festa”, justificou. Finalizando Marly prometeu uma nova cavalgada. “Foi muito bom. No próximo ano, a Comitiva Sertão da Farinha Podre volta à cavalgada com frio ou sem frio, se Deus quiser”.
Três jovens deram apoio à comitiva no percurso: Marcos Olavo da Cunha, Reikman Natanael da Cunha Leite e Eloá Vitória da Cunha Leite, todos parentes, que residem na cidade, mas tem as origens na zona rural.
“- Fomos para ajudar. Na caminhonete transportamos água, carne, o almoço, merenda, café e cerveja. Graças a Deus deu tudo certo, não houve nenhum acidente nem com animais, nem com cavaleiros. Valeu muito a pena. Foram dois dias muito bons de viagem. No próximo ano voltamos para o apoio”, prometeram.