Para quem disse que o Carnaval Rua não iria acontecer... De fato, com a ajuda oficial, som de rua, seguranças, iluminação e banheiros públicos, na passarela do samba nada aconteceu. Mas pelo menos um dos locais foi preparado com algumas dessas recomendações, alvará, banheiros, porém, menos os seguranças. Foi lá no animadíssimo bairro perpétuo Socorro, bem na praça. A ideia foi do empresário Rodrigo Anselmo Mota e Maria Cristina dos Santos, que administram o Bar R10, onde tudo é nota 10, diz o proprietário, a começar da cerveja geladíssima.
“- Como não tinha carnaval na cidade a bateria da Escola Unidos do Areão queria tocar, então decidimos organizar e deu certo”. De acordo com Rodrigo, a segurança foi o povo quem fez. “Não houve confusão, não houve litro de vodka quebrado. Acabava o carnaval, eu limpava as ruas, a praça, fizemos um ambiente asseado, tranquilo, saudável... E, para o público que teve muitas famílias oferecemos muita animação, muita música, pula-pula, tudo muito bom”, afirma Rodrigo, lamentando a discriminação que há em relação aos bairros: “A sociedade discrimina muito os bairros, de modo geral, e isso não pode acontecer. A alta sociedade só vê coisas ruins nos bairros e não é assim...”.
Outra animada festa foi na rua Uberaba, promovido pela Cristiane, onde a galera veio se juntando e animando a noite com som de rua. Mas outra festa animada foi no alto Chafariz, na rua Professor Antenor Germano, uma iniciativa em comum dos vizinhos da rua. Liderados por Silaine e João Victor os vizinhos continuaram uma tradição ocorrida anualmente, quando se juntavam para ouvir a apuração dos votos pela rádio e, logo após, iniciavam a festa, sempre aos domingos e terças. De acordo com Silaine, a animação foi total e as músicas mais tocadas na rua foram as marchinhas, onde todos dançaram e se divertiram. Cada um ficou responsável de levar alguma coisa, ou seja, uma ação de moradores em prol da cultura.