No início do século XX muitos imigrantes chegaram à Bucolândia, portugueses, italianos, turcos, sírios e libaneses... Entre estes, os patrícios, Jacó e Antônio Turco. Jacó, além de agiota, abriu uma lojinha de quinquilharias; o Turco, mais velho, mascateava. Em dificuldades financeiras, foi até o patrício, Jacó:
“- 'Brimo Jacó, sogorre o badrício'...” Chorou tanto que Jacó emprestou-lhe 100 contos de réis pelo prazo de um mês a juros de 10% ao mês. Vencida a letra, Turco foi a Jacó:
“- 'Brimo' Jacó, sogorre Badrício, ieu num tainho dinero pra te bága'...”
Jacó viu dois grandes baús no fundo da loja e, percebendo tratar-se de mercadorias novas, propôs a troca. Ficaria com as caixas se, no final de um mês não lhe pagasse. O Turco chorou, esperneou, mas aceitou... E desapareceu da Bucolândia. Ao abrir os baús no final do mês, ávido pelas mercadorias, Jacó deparou só com jornais velhos enrolados em tijolos e um bilhete do Antônio Turco:
“- 'Brá velhaco, velhaco e meio... Quaim roba de ladron, tem cerm ano de pardon'”.
(Do livro, 'No Reino da Bucolândia', de Saulo Wilson)