Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Sacramento ganha mais uma profissional de Acupuntura

Edição nº 1477 - 7 de Agosto 2015

Paulina de Las Mercedes Fritis Barrera Borges é a nova profissional de Acupuntura na cidade. Chilena radicada no Brasil há 40 anos, Paulina é Química e graduada em  Letras, tendo atuado por muitos anos como professora. Há dois anos deixou São Paulo para fincar pé em Sacramento, com o marido, o sacramentano José Sebastião Borges, nosso simpaticíssimo Piolho, nos bons tempos de nossa adolescência. O casal deixa em São Paulo, os filhos 

Estevão e Mariana e três netos Aaron, Mellanie e Gabriela. 

Veja um pouco de sua história e de seu trabalho.

 

Herança familiar 

De acordo com Paulina, a dedicação à acupuntura é herança familiar. “Minha história pessoal começou no Chile com minha avó, que era uma espécie de curandeira, tratava com raízes minha mãe e tias. Minha avó já usava ervas e ventosa para tratamento de torcicolo, gripe, pneumonia. Na época, a penicilina não havia chegado ao país, apenas os ricos tinham acesso, pois tinha que ser importada. Quando eu estava com 15 anos nos mudamos para o Brasil, em 1975, dois anos depois do golpe militar de Augusto Pinochet, devido às perseguições. 

 

Opção pelo Brasil

“Meu pai era engenheiro e optou pelo Brasil, que estava contratando profissionais estrangeiros e aqui estudei, fiz minha vida. Meus pais retornaram ao Chile e eu permaneci no Brasil e hoje eu tenho duas cidadanias”, diz, afirmando que do Chile não trouxe nenhuma lembrança do golpe militar. “Só trouxe as coisas boas, como o valor que meu país sempre deu à cultura e à Medicina Alternativa. Tanto que temos no Chile a Escola Internacional de Medicina e Cultura Oriental, criada há mais de dez anos para as pessoas que querem se desenvolver no campo da medicina complementar com cursos de Acupuntura, Reflexologia podal Kun-li, Li Kun-Reiki, Iridologia (Iris), plantas medicinas e fitoterápicos”.

 

 Origem milenar

A história da acupuntura se confunde com a história da medicina na China. Seus primórdios remontam à pré-história chinesa. As notícias sobre acupuntura no ocidente chegaram com os primeiros exploradores europeus que visitaram o império Chinês ainda na idade média. E passou por grandes transformações ao longo do tempo e ganhou voga em todo o mundo. A acupuntura chegou ao Brasil em 1908 pelas mãos dos imigrantes japoneses, todavia permaneceu em âmbito familiar e local (nas colônias japonesas) até meados da década de 80, quando ainda era foco de preconceito, apontada ao lado de casos de charlatanismo e esoterismo. 

 

SUS dá atendimento

Em 1972 o Conselho Federal de Medicina - CFM chegou a estabelecer normativamente que a acupuntura não era considerada especialidade médica, mas hoje é respeitada na Medicina, inclusive com cursos de graduação e  especialização reconhecidos. A partir de 2006, a Acupuntura, passou a ser atendida pelo SUS, através da Portaria nº 971, de 03 de maio de 2006, do Ministério da Saúde. Atendendo a recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil implantou a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde, que liberou o atendimento da medicina integrativa, composta por acupuntura,  homeopatia, fitoterapia,  medicina antroposófica e termalismo sociail/crenoterapia,  como terapia complementar no tratamento de doentes em hospitais e postos de saúde. 

 

Terapias alternativas

De princípio, Paulina aliava a atividade do magistério com a prática de terapias alternativas e acupunturistas, em casa mesmo, fazendo valer todo seu conhecimento adquirido com a família, no Chile. Aperfeiçoando-se com cursos e muita prática, ao se aposentar, não pensou duas vezes, entregou-se de vez à ciência. Mas bem antes, em Sacramento, durante as vindas a cidade para visitar os familiares do marido, José Sebastião, começou a atender amigos e parentes, mostrando seu profissionalismo. Assim, sua maestria veio sendo divulgada no boca a boca e, logo que chegou à cidade, as pessoas precisando de ajuda começaram a procurá-la.

“- Eu, antes de me formar química e professora de línguas, já praticava tratamentos alternativos, como massagens, doin e crosstape (terapia com esparadrapo), só não trabalhava com agulhas e, as pessoas viam melhoras e, quando cheguei a Sacramento para morar, literalmente, meu trabalho já era conhecido. 

 

Especialidades tratadas

Paulina atua com as especialidades de acupuntura sistemática, estética, auricular, Koryo, craniopuntura e crosstape e explica que o tratamento é feito através de várias sessões. “São necessárias várias sessões para completar a energia e levar à cura e/ou melhora de inúmeras doenças, com índices de cura altíssimos, em torno de 70 a 90%’’, ressaltando que depende da doença e do momento em que a pessoa procura o tratamento. Prossegue, enumerando algumas das indicações mais comuns para o uso da acupuntura: dores em geral, fibromialgia, dores lombares,  lombose, artrose (bico de papagaio) dos joelhos, coluna, pescoço, ombro (bursite),  cotovelo, artrites,  tendinites, esporão do calcâneo, traumas esportivos, problemas do nervo ciático, estresse, depressão, bruxismo, labirintite, avc (derrame cerebral), paralisia facial, enxaqueca, tabagismo, uso de drogas, hipo e hipertireoidismo, obesidade, diabetes, asma, rinite, sinusite, dermatites de contato e alérgicas, psoríase, gastrite, etc.

 

Doenças psicológicas

Paulina chama atenção também para outros males tratados pela Acupuntura como as doenças psicológicas, depressão, ciúme, ansiedade, pânico, entre outras; a estética, que vai desde a obesidade ao lifting; incluindo ainda doenças degenerativas. “A acupuntura ajuda a paralisar a evolução do mal de Alzheimer, o mal de Parkinson, já comprovados em muitos casos”, ressalta Paulina, informando que no tratamento da acupuntura não há restrição de faixa etária, isto é, a acupuntura pode ser feita por pessoas de todas as idades. “Eu mesma já fiz atendimentos de vários bebês’’. E completa, explicando que a acupuntura é um tratamento preventivo, mas serve também para casos de emergência e também para doenças crônicas, isto é, doenças já declaradas, para propiciar qualidade de vida. 

 Na maioria dos casos são necessárias no mínimo dez sessões, com duração em média de 30 minutos. A acupuntura também atende emergências, geralmente encaminhadas pelos médicos e muitos casos de travamento da coluna.