Um grupo de sacramentanos, com apoio de irmãos maçons uberabenses, reabriram em Sacramento a Loja Maçônica Estrela de Minas, que funcionou no povoado do Bananal no início do século XX, provavelmente uma das primeiras da região, tendo como último venerável, Carlos Nonato de Oliveira França. A iniciativa partiu do irmão maçom, ex-venerável e um dos fundadores da Loja Maçônica Acácia do Borá, Wagner Cunha, com a ajuda de Antonio José Pereira, de Uberaba, e que hoje frequenta a centenária loja em Sacramento e, também do irmão Neilson Amâncio, eleito seu primeiro Venerável.
“- Essa loja estava adormecida há quase cem anos. Ela é bem mais velha que a Loja Estrela Uberabense, que tem 97 anos. Não temos dados sobre o fundador, mas o último venerável foi Carlos Nonato. Como gosto de pesquisar, descobri que a loja foi fundada na região do Bananal. Com esses dados, fomos a Brasília, na Grande Oriente, e conseguimos a documentação para reerguer a loja aqui na cidade e conseguimos”, relata Cunha.
De acordo com Wagner Cunha, como a zona rural, naqueles idos de início do século XX, era bem povoada, as reuniões da Estrela de Minas eram realizadas nas fazendas dos irmãos que pertenciam à loja. “As reuniões eram realizadas nas cocheiras ou nos porões das fazendas, conforme pudemos apurar. Eram todos coronéis e as reuniões eram vigiadas pelos escravos pra ninguém chegar”, relata Cunha, que embora tenha trabalhado para reabrir a nova Loja, continua fiel à Acácia do Borá.
“- Fui iniciado na Loja General Sodré, onde permaneci durante muitos anos, até que um grupo de irmãos, entre eles o juiz Rui da Matta, Luciano Lavor, Aldenê Gomide, Expedito Almeida, de saudosas memórias, Otoniel, o seu Tino, eu além de outros, decidimos fundar a Acácia do Borá, um sonho antigo de um irmão maçom, apaixonado pela Maçonaria, que queria fundar a loja, o Joaquim Gonçalves de Araújo, o Joaquim São Roque, mas que partiu antes da loja ser aberta”, recorda, justificando como nasceu a Acácia do Borá, hoje com uma bem montada sede própria.
Segundo Wagner Cunha tudo nasceu do cumprimento de uma promessa. “Eu fiz uma promessa para o Joaquim São Roque. Quando ele estava muito doente, queixou-se a mim: 'É compadre, a loja nós não vamos fundar'. Naquele momento eu respondi: Pode ir, amigo, que a loja eu fundo'. E assim aconteceu, reuni o pessoal que acatou a intenção de Joaquim e a Acácia está aí há mais de 25 anos”.
Referindo-se ao diferente e bonito nome da loja, Acácia do Borá, diz Wagner que o nome tem uma grande simbologia dentro da Maçonaria. “A Acácia é o símbolo por excelência da Maçonaria, o símbolo da iniciação para uma nova vida, e Borá é um símbolo marcante em toda a história da cidade”, explicou.