Sacramento sedia, neste domingo 15, o 11º Encontro de Acordeonistas e Sanfoneiros, evento promovido por João Bizinotto, que será realizado no Salão de Festas da Igreja de Nossa Senhora D´Abadia, a partir das 8h da manhã, com almoço no local.
De acordo com o promotor do evento, João Bizinotto, estão confirmadas as presenças de sanfoneiros e acordeonistas de várias cidade, inclusive de outros estados. “A expectativa é muito boa, porque estamos com muitas inscrições de pessoas, até do Mato Grosso, Goiás, dentre outros”.
Explica João que não se trata de um concurso para escolha do melhor sanfoneiro. “Nenhum sanfoneiro vai se apresentar no palco para ser julgado. Não é um concurso, mas um encontro, com cada um apresentando três músicas no palco, mostrando seu estilo e suas características próprias. É muito bonito, especialmente quando todos se juntam no palco para tocar uma mesma música”.
De acordo com João, além de não ter julgamento, não há premiação. “Fazemos isso por gosto, é uma confraternização de acordeonistas”, explica e destaca a participação dos irmãos, Humberto e José Humberto Bizinoto, dois grandes músicos da cidade.
Durante a entrevista, João apresentou a esposa, Eliana Paula de Oliveira, também musicista. O casal tem o filho Geovani, acadêmico de Direito. Já o sobrinho Nairon Felipe, que aprendeu tudo e mais alguma coisa com o tio, aos 18 anos já é músico profissional.
“- Desde criança, eu os acompanhava em eventos de acordeon e comecei a me interessar. O João me deu uma sanfona e me ensinou a primeira música, 'Tema de Lara', a partir daí fui desenvolvendo e hoje toco todo tipo de músicas: sertanejo universitário, clássico, raiz e trabalho como freelancer com bandas e duplas Brasil a fora. E, no dia 15 de novembro estarei aqui firme”, confirma Nairon, para a alegria do tio João Sanfoneiro.
A paixão de João por acordeon
João Bizinoto é um expert em acordeon. Não apenas toca o instrumento, mas fabrica, conserta, afina e recupera... A paixão vem desde os tempos de criança, lá na fazenda Mumbuca ouvindo rádio. Mas tem herança dos avós sanfoneiros que vieram da Itália. “Moramos na Mumbuca até os nove anos e adorava rádio, ouvia muita música, mas não tocava. Comecei mesmo depois dos 11 anos, através do método do Alencar Terra, grande sanfoneiro de Sacramento, e com a ajuda da família, uns tios que tocavam.
Lembra João que seu primeiro acordeon foi importado da Itália. “Meu pai não podia me dar uma, então aos 14 anos fui para São Paulo, trabalhei, juntei dinheiro e importei o instrumento da Itália. Em São Paulo, trabalhava na construção civil, mas não deixei a música. Sempre a levei a sério. Fazia barzinhos, festas, montamos uma banda “Forró Sandália 37”, em homenagem a Luiz Gonzaga. E tocávamos choros, forrós, sertanejos, pé de serra, que reúne vários ritmos. Mas fiz também diversos cursos, inclusive no CTG, no Rio Grande do Sul, com Albino Manik e Edinho Lima”, conta mais.
João que é casado com Eliana desde 2003, um dia optou por voltar as origens. Cansou da cidade grande. “Foram 30 anos em São Paulo, me cansei daquela agitação, e tive também um problema de coluna e aí decidi voltar e passar essa experiência para as crianças daqui. Hoje tenho vários alunos”, finaliza.
E nós lembramos o adágio: “O bom filho à casa torna” e trazendo uma bagagem maravilhosa. Quem ganha é a cidade.