A comissão de transição constituída para a troca da administração estadual em 1º de janeiro se tornou espaço para uma silenciosa queda de braço entre petistas representantes do governador eleito Fernando Pimentel e tucanos do governo Alberto Pinto Coelho. Até agora, foram 12 reuniões que, na avaliação da base do futuro governador, representaram pouco ou nenhum avanço. “Os dados que estão sendo repassados estão disponíveis na internet. Nada, além disso, é informado e muitos questionamentos feitos ficam sem resposta”, critica o deputado estadual Durval Ângelo, que será o líder do governo Fernando Pimentel na Assembleia.
Na comissão de transição, a relação é formal e distante entre os coordenadores de Pimentel, Marco Antônio Rezende Teixeira e Helvécio Magalhães e as coordenadoras do atual governo, Renata Vilhena, secretária de Estado de Planejamento, e Maria Coeli, da Casa Civil. Há reclamação de que as informações que a transição do governo repassa não são aquelas demandas pela equipe de Pimentel. Foram pedidos, por exemplo, dados mais específicos sobre a situação das empresas de economia mista, as chamadas jóias da coroa do Estado – a Cemig, a Copasa e a Codemig –, assim como informações sobre o impacto fiscal de vários projetos enviados à Assembleia Legislativa pelo governo, como o do reajuste ao funcionalismo de 4,62%, relativos aos meses de outubro, novembro e dezembro, proposto pelo governador, que, estima-se, terá um impacto anual de R$ 706,8 milhões.
Transição quer saber se governo de MG recebeu ICMS antecipado
Representantes do governador eleito, Fernando Pimentel, na comissão de transição, querem saber da Secretaria de Fazenda se o estado recebeu em outubro e neste mês recursos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) que deveriam ser pagos por empresas em 2015. Como o estado passa por problemas financeiros, a estratégia ajudaria a fechar as contas de fim de ano. Os recursos poderiam ser usados, por exemplo, para o pagamento do 13º salário dos servidores.
A estratégia foi usada no final do governo de Eduardo Azeredo (PSDB), em 1998, conforme lembra o diretor do Sindicado dos Auditores Fiscais da Receita Estadual de Minas Gerais (Sindifisco-MG), Wertson Brasil. Também com problemas de caixa, o governo recebeu em dezembro daquele ano R$ 150 milhões do ICMS a ser pago no mês seguinte por três empresas: Cemig, Petrobras e Telemar., medida que teria complicado os primeiros meses do Governo Itamar Franco.
(Fonte: Internet)