Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

No dia de Carolina, mulheres são homenageadas

Edição nº 1406 - 21 Março 2014

Antonina Florentina dos Santos (Purunga). Sacramentana, nascida em 22/10/1937, filha de Waldemar e Cândida dos Santos, sempre residiu na casa onde nasceu, na rua 13 de Maio, que considera um pedaço de seu coração. Costureira, cujo oficio herdou da mãe, Purunga há 50 anos mantém-se no ofício. É ela a responsável pela confecção das primeiras fantasias de carnaval na cidade e das fantasias do rei momo e rainha, desde 1971, quando o ex-prefeito José Alberto oficializou o Carnaval na cidade. Apaixonada por Carnaval  faz questão de estar presente na avenida.  

 

Célia Maria de Almeida Costa. Filha de Teófilo de Almeida e de Benedita Fernandes de Almeida, perdeu os pais ainda muito jovem e foi criada por Tomás Abrate. Rifainense de nascimento, Célia veio para Sacramento aos dois anos. Aqui estudou, se formou e se tornou a grande educadora, dona Célia, que por mais de quatro décadas se dedicou à educação na  EE José Afonso de Almeida, Seminário Santíssimo Redentor e Colégio Rousseau e ocupou também o cargo de diretora nas escolas Coronel e Maria Crema.  Casada com Ambleto Alves da Costa, tem três filhas.

 

Cristina Russel Mcsorley.    Natural da Escócia, Cristina chegou ao Brasil aos 29 anos, já formada em enfermagem.  O primeiro destino foi a cidade de São Joaquim da Barra, depois Uberaba e dali para Sacramento, a convite do pastor Leonardo Nye, para trabalhar na vila Alexandre Simpson. Com o fechamento da vila, Cristina continuou a dedicar-se ao trabalho filantrópico na Creche. E 53 anos se passaram desde a sua chegada à cidade em 1961 e aqui dona Cristina  continua à sua obra maior, que é cuidar de quem precisa. Foirepresentada pela neta, Maria Cerchi Crema.

 

Florípedes Batista da  Silva (Nena). Sacramentana, filha de Jose Batista de Oliveira (Zé Custódio) e de Josefina Vitalina de Jesus. Florípedes é o nome de batismo, mas é conhecida por Nena, nome com o qual se consagrou entre os alunos e servidores da EE Borges, onde sempre trabalhou e se  aposentou, destacando-se como merendeira de mão cheia, o que lhe rendeu bicos como cozinheira no Rotary Clube, no Pacheco´s Buffet. Nena é presença no  Cerea, nos Vicentinos, no Gtufa, quermesses e festas beneficentes.  Nena é casada  com  Sebastião da Silva, pais de nove filhos.

 

Joana da Graça Gonçalves e Faria. Sacramentana, graduada em Pedagogia, Supervisão e Administração Escolar. Como professora iniciou na zona rural, depois, por quase 20 anos na EE Sinhana Borges. Some-se ainda mais 12 anos como coordenadora municipal e estadual  do programa de alimentação escolar.  Ingressando na política, foi eleita vereadora por dois mandatos (1997/2004). Ocupou o cargo de Secretária de Educação. e é a atual secretária da pasta. É casada como José Bento de Faria, pais de dois filhos.

Noite de homenagens no Arquivo Público, no dia 14 de março, data em que se comemorou o do centenário do nascimento de Carolina Maria de Jesus. A solenidade presidida pelo prefeito Bruno Scalon Cordeiro contou com a presença de autoridades, convidados e famílias das homenageadas: Antonina Florentina dos Santos (Purunga),  Célia Maria de Almeida Costa,  Cristina Mc Sorley, Florípedes  Batista da Silva (Nena), Joana da Graça Gonçalves e Faria e,  Sandra Maria de Almeida, que foram agraciadas com a Comenda de Nossa Srª do Patrocínio do Ssmo Sacramento. 

 

Discursos exaltam Carolina 

O ex-prefeito José Alberto Bernardes Borges, autor da Lei 173, de 12 de outubro de 1980, que criou a honraria no seu discurso  destacou o centenário de Carolina. “Neste lugar se guarda a história, a vida  de nossos antecessores. Nesse lugar especial se comemora neste dia 14, o nome da escritora Carolina Maria de Jesus. Mulher criada na favela. Mulher que mostra no seu diário a opressão, a discriminação da pobreza  com a riqueza, da cor. Nasce com este livro uma idéia, planta-se uma semente. É preciso buscar solução para a fome, a moradia, o estudo. Isso tudo ela mostra  no seu livro e  o seu valor  está aí”, exaltou o ex-prefeito que conheceu Carolina em São Paulo, quando era estudante.

O presidente da Câmara, vereador José Maria Sobrinho, lembrou a parceria entre Legislativo e Executivo nas comemorações do centenário de Carolina Maria de Jesus, afirmando que os homens públicos temos uma dívida com a memória de Carolina Maria de Jesus, talvez o maior expoente feminino de Sacramento. 

O prefeito Bruno Scalon Cordeiro iniciou seu discurso afirmando que Carolina tinha todos os motivos para ser uma mulher infeliz, mas não foi, porque foi uma guerreira. “Não foi, porque ela foi uma destas que hoje recebe a Comenda da Ordem do Santíssimo Sacramento. Mulheres fortes, dinâmicas, guerreiras”. Dirigindo-se nominalmente as homenageadas enalteceu o trabalho de cada uma e finalizou: “Vocês são dignas dos nossos aplausos, das nossas reverências, do nosso amor”.   

À professora Sandra Maria de Almeida coube o agradecimento pela homenagem,  que lembrou as limitações vividas pelas mulheres ao longo da história da humanidade e as privações e as lutas para fazer história. Veja a íntegra de seu discurso nesta edição. 

Na próxima edição, José Alberto fala sobre seu encontro com Carolina