Alberta Florentino Mota (foto), a Berta da Telefônica, morreu na manhã do dia 20, no Hospital Geriátrico, em Uberaba. Trasladada para Sacramento seu corpo foi velado por familiares e amigos e sepultado no final do dia.
Berta, como era conhecida morava em Sacramento com a irmã Floriscena (Sena) e recebia o carinho dos irmãos Adolfinha (Chinica), Florentino (Tino), Marta, Mariana e Sebastiana (Tianinha) e sobrinhos, até que, de acordo com a sobrinha, Maria Abadia, há cerca de seis meses, Berta teve um infarto e não mais se recuperou.
“- Ela teve uma parada cardíaca de muitos minutos, chegando a ser dada como morta, quando chegou ao hospital, mas reviveu. Foi encaminhada para o Hospital Escola de Uberaba e, depois para uma Clínica Geriátrica, onde permaneceu até o seu falecimento”, contou a sobrinha, destacando o quanto a tia era querida.
“- É uma tia que deixa muita saudade, principalmente pela sua alegria e dedicação à família. Era uma pessoa muito alegre, e fazendo jus ao seu nome, muito aberta, espontânea e caridosa. Ela era muito família, viveu muito mais para a família do que para ela mesma, assumia muita coisa. Deixa saudades...”.
Berta nasceu em Sacramento e aqui fez história. Ela era uma das várias telefonistas da cidade, nos tempos da Telefônica, localizada ali onde é Caixa Econômica Federal. E quem fala da Berta Telefonista são as antigas companheiras de trabalho, Íris Cassiano e Letícia Borges.
Íris Cassiano recorda que trabalhou com Berta cerca de 20 anos. “Berta era de bem com a vida, muito alegre, muito crítica, mas aquela crítica construtiva com as pessoas mais chegadas. Eu me lembro que era uma pessoa muito medrosa. Tinha medo de tudo, até de chuva, trovões. Lembro-me de que, na época de chuva, se trovejasse, ela tirava o aparelho do ouvido e não podíamos tirar, tínhamos que ficar atentas”.
Iris lembra que Berta preferia ficar no guichê da telefônica, em contato com o público. “Na época da construção da usina de Jaguara ela brincava: 'Trabalhando no guichê posso ver os homens bonitos'. E dava boas risadas. Era uma pessoa muito querida, muito simples. E, como éramos vizinhas estávamos sempre juntas, nas festas, naqueles grandes bailes da época. Tivemos uma grande amizade, perdi uma amiga muito querida”.
Também Letícia Borges recorda com carinho de 'melhor amiga'. “Berta foi uma das melhores amigas que tive na Telefônica e uma das grandes características dela é que ela nunca falava 'não' pra ninguém. Era muito prestativa e amiga”, destaca, recordando dos passeios juntas. “A gente era amiga de passear juntas. Naquela época, os jovens davam voltas no jardim e nós íamos também no vai e vem. Foram mais de 15 anos de trabalho juntas, de muita amizade. E não é porque ela faleceu, mas eu gostava muito da Berta, muito dedicada, sempre pronta a servir”.
Depois do fechamento da Telefônica na cidade, Berta mudou-se para Ribeirão Preto, onde trabalhou como telefonista da Cetesp, até se aposentar e retornou a Sacramento, onde viveu a maior parte de sua vida.