Os irmãos Josenildo Bispo dos Santos, 50 e Evandro Bispo dos Santos, 55, se reencontraram 20 depois, em Sacramento. Muita emoção e alegria foram vividas pelas famílias no reencontro ocorrido na casa de Evandro, no bairro Cajuru.
Naturais de Mutuípe, cidade do Recôncavo Sul da Bahia, os dois vêm de uma família de 11 irmãos. Em 1981, aos 17 anos, Josenildo mudou-se para Itabuna e Evandro ficou na terra natal. Em 1993, homem feito, com 34 anos, Evandro veio para Sacramento e nunca mais se viram. “Durante um tempo falávamos por telefone, mas em 2000, fui para Salvador e perdi o contato. Depois fui para o Espírito Santo. Em 2008, tivemos contato novamente, por cartas, mas nunca nos víamos desde que saí”.
De acordo com Josenildo, no começo trabalhava na roça, lavouras de cacau, próximo a Itabuna. Em Salvador, trabalhava como caseiro e servente pedreiro. “Como a cidade era muito violenta, a mulher não gostava, aí fomos para Linhares, no Espírito Santo, onde moramos até hoje. Meu serviço é variado, faço praticamente de tudo, de servente de pedreiro a secador de café, lavouras de maracujá”. Josenildo é casado com Alcione Santos Araújo e têm dos filho Jair (20) e Gideon (19).
Já Evandro tem 21 anos de vida sacramentana. Veio para Sacramento com a família em 1993, a esposa Conceição da Silva Santos e cinco filhos: Alexandro, Evanildo, Elisvandro, Allan e Aline. Aqui, o primeiro destino foi para a fazenda de Francisco Guimarães que, ao vender as terras, convidou Evandro para ir para São Paulo, mas Evandro se recusou.
“- Meu patrão, depois de nove anos, vendeu a fazenda e queria me levar para São Paulo, mas eu não quis. Eu tinha ido a São Paulo, vi o que era aquilo lá e fiquei com medo de levar os meninos. Acabei decidindo ficar por aqui. Fui trabalhar a meia numa fazenda, mas minha menina quis fazer faculdade, aí voltamos pra cidade. Aqui, arrendei a chácara do professor Juca e fui trabalhar por quatro anos. Trabalhei na Sak´s por dois anos e meio, mas como gosto muito da roça, voltei a fazer o que gosto, trabalhando com o veterinário Mozart”.
Para os irmãos, o reencontro foi um grande momento: “Muito satisfeito, porque são muitos anos, é uma riqueza esse nosso encontro”, confessa Evandro e Josenildo completa: “Há muitos anos eu sonhava com esse momento, agora vou voltar feliz e quero voltar aqui, mas ele terá de ir lá também. Será o maior orgulho mostrar para os meus colegas que eu tenho um irmão”.
A cunhada Alcione relata a emoção de conhecer a família de Evandro. “Toda a vida o Josenildo falava nesse irmão e viajamos 1.100 km pra esse reencontro, nunca havíamos viajado tão longe, mas valeu a pena, ele realizou o seu sonho”.