O II Festival de Cultura e Agroecologia foi uma semana rica de atividades com meditações, exposições, reflexões, debates, música, teatro, palestras, oficinas, cineclube e lazer, que reuniu um bom público entre a partir do último domingo (9). O Festival encerra neste sábado, 14, mas deixa, com certeza, várias sementes, sobretudo de mudança de mentalidade, isto é, abre possibilidade para o repensar o ser humano e a vida.
Desde o domingo, foram realizadas sete mesas de debates, abordando temas relacionados ao desenvolvimento sustentável urbano e rural; cidadania e ética; circuitos de comercialização; consumo consciente; cultura; o papel da mulher e, a elaboração da Carta Manifesto com Rede Brota Cerrado, Rede Ecovida, CNTU, Sindicato dos Nutricionistas, Companhia Nacional contra os Agrotóxicos e Pela Vida, Muda, Plataforma, Embrapa, Emater e Sebrae, que será entregue à presidenta Dilma, exigindo alimentação saudável para todos, sem transgênicos e uso abusivo de agrotóxicos.
E mais: oficinas de homeopatia e agroindústria; astronomia e calendário biodinâmico; vocis motus (voz cantada e voz falada) e ainda, três apresentações de teatro: com Wilson Rabelo, o Luxo do Lixo; Jussara Miller, Clariarce; Sabina Uitz com Lady Macbeth; além de um excerto da peça Liberdade Liberdade, de Flávio Rangel e Millor Fernandes, pelo Núcleo Musical Cláudia Cruvinel, no palco aberto, com a participação de vários outros talentos da cidade.
Destaque também para a participação do Coral da APAE com os alunos da Escolinha Tio Tofe e da ASAA; intervenções carolinianas; observação de pássaros; passeio cultural pela cidade e Usina Livre.
Além dos nomes já citados, o Festival, promovido pela Rede Brota Cerrado com o patrocínio do Ministério da Cultura, através da Lei de Incentivo à Cultura e do Laticínio Scala e o apoio de diversas empresas, teve a coordenação geral da presidente da Rede, Maria de Fátima Fajardo Archanjo Sampaio e contou com uma equipe de peso, pessoas vindas dos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e de Sacramento e região: André Staehler Lucas Duarte, Alessandro Abdala e Tietta Pivatto, José Pacheco, Robetto Crema, Carlos Alberto Cerchi, Marcus Fusco, Fabíola Ribeiro, Gustavo Grando, José Carlos Frozi, José Marfil, Moacir Roberto Darolt, Mário Barbariole, Ana Beatriz Hosken, Teca Zandonaide, Amir Salomão Jacob, Léster Scalon, Ivan Sebastião Barbosa Afonso, Mainês Calori, Alessandro Ubirajara, Vera Eunice de Jesus Lima, Raffaela Fernandes, Aline Arruda, Sérgio Barcelos.
Nesta sexta-feira, (14) às 20h, homenagem a Carolina Maria de Jesus, no Arquivo Público Municipal, com a participação do poder Executivo representado pelo prefeito Bruno Cordeiro. Para fechar com chave de ouro, a partir das 21h, o baile das 100 Primaveras de Carolina, no Clube XIII de Maio.
Uma semana inesquecível
Exposições, teatro, dança, palco aberto, usina livre, oficinas, meditação, trilhas e um colóquio internacional foram as atividades desenvolvidas no palco da Casa da Cultura, no salão do Sacramento Tênis Clube e na fazenda São Vicente, da coordenadora e mentora do evento, Maria de Fátima Fajardo Sampaio.
Não é qualquer dia que vemos no palco da Casa da Cultura profissionais, autores, atores e artistas tão brilhantes. Em debate figuras de renome internacional como José Pacheco, Roberto Crema, Moacir Roberto Darolt, Prof. Frosi; atores como Wilson Rabelo, com o monólogo 'O Luxo do Lixo'; Jussara Miller, com o espetáculo,'Clariarce' e o fantástico, 'Lady Mcbeth, com Sabine Uitz e muitos outros momentos, como as Meditações matinais de André Stahler, fechando com uma mesa, 'Mulheres de papeis e palavras', sobre Carolina Maria de Jesus, com a presença de sua filha Vera Eunice de Jesus Lima. Uma semana de pura emoção, cultura, arte e agroecologia. Fantástico.
O festival cumpriu seu objetivo, tanto nos temas culturais desenvolvidos e apresentados em palco como nos temas agroecológicos, bem definidos pela Via Campesina Internacional: “Soberania Alimentar é o direito dos povos a definir suas próprias políticas estratégias sustentáveis de produção, distribuição e consumo de alimentos que garantam o direito à alimentação a toda a população, com base na pequena e média produção, respeitando suas próprias culturas e a diversidade dos modos camponeses de produção, de comercialização e de gestão, nos quais, a mulher desempenha um papel fundamental”.
Foi pena que o público não acorreu como merecia. Não entendo a rede social, tão dinâmica, tão participativa em ações políticas e comunitárias, calou-se na difusão e apoio à semana. Foi um momento de nos curvarmos diante de Rabelo, Jussara Miller, Sabine Uitz, José Pacheco, Roberto Crema... Quem participou, com certeza cresceu um pouco mais... (WJS)