Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Filial da Padaria Cerchi muda de endereço

Edição nº 1417 - 06 Junho 2014

A Padaria Cerchi tem 84 anos de história, o mais antigo comércio de Sacramento, fundado em 1930, pelos pioneiros Quinto Cerchi e Olga Bertolucci, ali na rua Tiradentes, no bairro do Rosário, que ainda guarda os velhos fornos a lenha, de onde recendia o cheirinho gostoso de pão da hora, a cada madrugada e tarde.

Depois de 55 anos de tradição no bairro do Rosário, a Padaria Cerchi abriu a primeira filial no centro da cidade, na rua Clemente Araujo esquina  com a rua Antônio Carlos, preservando sempre a tradicional marca, 'Padaria', não incorporando o termo, Panificadora, já em voga. E ali permaneceu quase oito anos, até que subiu um pouquinho e se mudou para a rua Antonio Carlos, onde permaneceu mais 22 anos. E agora se muda para 100 metros acima, esquina com a av. Capitão Borges, mas sempre como Padaria Cerchi. A mesma tradição de bem servir e fazer amigos. 

“- Abrimos a primeira filial, ali no prédio do Azizinho e foi um sucesso. Quando ele pediu o cômodo, já acostumados aqui no centro, com freguesia feita, conseguimos um cômodo com o ex-prefeito Joaquim, proprietário do prédio da esquina com a rua Antônio Carlos, e ali permanecemos por mais 22 anos. E agora de novo pedem o cômodo e mais uma vez a sorte bateu à portas e pudemos nos mudar para a mesmo rua, só um pouquinho acima. Com isso a gente vai mudando de endereço, de ponto, mas a tradição é a de sempre”, explica Leonardo Cerchi, o Léo, filho caçula de Quinto, hoje aos 60 anos.


Sempre um negócio de família

Conta Léo que ao longo de sua vida não teve outra profissão a não ser a de padeiro e se emociona ao falar de sua trajetória. “Nunca fiz outra coisa na vida. Pão, se não tiver padeiro, pode deixar que eu faço. Aliás, diziam que nasci na fornalha,  na barriga da mamãe eu já sentia o cheirinho do pão. Comecei a ser padeiro aos 13 anos com carteira assinada,  tudo era manual, hoje é tudo moderno. Mas antes de ir para a produção, eu ia com meu pai entregar pão. Peguei o tempo da ximbica...”, recorda, emocionando-se. 

Há três anos, Léo está aposentado, mas ainda trabalha meio período na padaria do centro com a irmã Pidoca e a filha Nicieli. “Já estamos entregando os negócios para a terceira geração dos Cerchi/Bertolucci. Assim como Antônio vai passando para os filhos, Juliana e Marco Antônio, que permanece na retaguarda, como um controlador administrativo. E, na matriz, minha esposa Marta. De geração em geração, sempre um negócio de família, e sempre auxiliados por competentes e dedicados funcionários”, reconhece.

Embora os netos comecem a assumir os negócios, diz Léo que não consegue se ver fora do comércio. “Passamos para os filhos, mas continuo aqui, não me vejo fora da padaria. Me tirar desse cheirinho será tirar parte de mim”, afirma, emocionado-se ao falar das perdas.

“- Papai faleceu aos 60 anos, em 1973. Quando papai adoeceu, fiquei na  produção e entregas e, com a morte dele assumi de vez a distribuição, que ainda era feita de casa em casa. Em 1989,  mamãe faleceu, mas a família manteve a tradição, graças a Deus”, agradece, emocionado, completando: “Acredito que papai e mamãe estejam muito felizes por mantermos nossa união e a tradição deixada por eles. Nossos pais nos criaram com padaria, Pidoca e eu criamos nossos  filhos com padaria, e hoje a terceira geração está se dedicando ao negócio”. 

 

Segundo Léo, nem todos os filhos atuam hoje no comércio da família. “Temos dois irmãos que se mudaram de Sacramento ainda jovens, o Ostílio, falecido, e a Aída. Em Sacramento, outros quatro irmãos tiveram atividades próprias, a Dora, advogada e, como professores, o Berto, a Marisa e a Sony, que ainda hoje ajuda na Padaria da Major Lima. Mas tenho certeza de que, algum dia, se for preciso, estaremos todos unidos, agarra todo mundo e não deixa acabar”, afirma.