Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Continuação: As personalidades do ano

Edição nº 1395 - 03 Janeiro 2014

Latícinios Scala

No dia 18 de outubro o Laticínio Scala completou 50 anos de fundação. Uma grande empresa que nasceu de uma feliz sociedade entre Sebastião Olinto Scalon  e Leonildo Luigi Cerchi (Nino), que veio da Itália ainda criança, com os pais, que  escolheram Sacramento para criar sua família. De fato, a família  criou raízes, multiplicou-se e investiu.

A história do Laticínio Scala começa em 1963, ano em que Sebastião compra uma pequena fábrica de manteiga na cidade, a Manteiga Borá. Visão empreendedora, recém chegado do Paraná, buscou um parceiro para ampliar a empresa, encontrando no italiano, Leonildo (Nino) Luigi Cerchi, a pessoa ideal. A escolha não poderia ter sido melhor. Dez anos depois, em 1973, Sebastião vendeu suas cotas ao sócio e, a partir de então, Nino e a esposa, Cléria Scalon Cerchi seguiram com a nova empresa já denominada desde o início, Laticínio Scala.

Seu Nino foi o grande responsável pela modernização da fábrica, o que proporcionou em pouco tempo, o aumento da produção de manteiga e a fabricação de novos produtos, levando o nome Scala para todos os cantos do Brasil. A pequena fábrica, na rua Virgílio de Melo Franco,  foi aos poucos inserindo sua marca no mercado, que está presente, hoje, praticamente em todo país. 

Em 1996 entra em operação a unidade II,  aumentando a produção em 40%. Atualmente, o Laticínio Scala  com as duas unidades tem  capacidade para processar mais de 500.000 litros de leite por dia, com uma produção diversificada de queijos, como  Colonial,  Gorgonzola,  Minas Padrão, Montanhês,  Mussarela, Parmesão, Prato, requeijão Cheddar, copo e gourmet, além da tradicional manteiga. Todos, produtos de grande aceitação no país.  Além das unidades I e II, a marca Scala está presente também nas fazendas e na fábrica de ração.

Com o falecimento do Seu Nino, em 2002, a empresa continua sob a direção da matriarca, Cléria Scalon Cerchi e dos filhos,  Léo, Marcel, Cleise e Gina, que se orgulham da empresa familiar que, aliada à moderna tecnologia implantada mantem a filosofia de vida, a tradição italiana na produção de queijos de qualidade e os segredos da receita herdada de Nino Cerchi.

Além das unidades I e II, a marca Scala está presente também nas fazendas, na fábrica de ração e silos.  Destaque-se ainda a geração de empregos e valorização das pessoas, dos colaboradores, dentro dos mais altos padrões de exigências da legislação trabalhista e da saúde do trabalhador. Some-se ainda o atendimento às exigências ambientais com sistema próprio de tratamento de resíduos e da água.  

 

Na área social, a empresa mantém parceria com o Instituto Scala, na ajuda e absorção de mão de obra dos alunos atendidos a cada ano, com vistas à formação técnica. Tudo isso, aliado à tradição e qualidade da marca, faz do Scala um grande diferencial que, a cada dia, conquista mais solidez no mercado.  Por toda a sua história de 50 anos de existência, Laticínios Scala, na pessoa da Profa. Cléria Scalon, é Personalidade do Ano de 2013. (Arquivo ET)

 

Iris Cassiano

Há pessoas que não se contentam com uma vida de acordar e dormir, trabalhar e divertir-se, comer e beber, por isso fazem dela muito mais que o  viver, fazem-na cheia de momentos de doação e serviço aos seus e ao próximo. Essas pessoas abrem a janelas do coração vivem para servir. Assim podemos traduzir Iris Cassiano, 70. 

Sacramentana, Iris é a quinta dos sete filhos de Nicanor Cassiano da Silva e Joana Fornazier, ambos falecidos. E nasceu ali no bairro Rosário, onde ainda reside e mantém a tradição da família, no que, literalmente, podemos chamar de Casa da Mãe Joana. Ali é o ponto de encontro dos irmãos, cunhados, sobrinhos, amigos e vizinhos. “Cada um que chega, mesmo que fiquem hospedados noutro lugar, ali é o primeiro lugar onde aportam. Ali é o ponto do almoço. Eu mesma, diariamente almoço com Iris e trago o almoço pro Gilberto na loja”, conta a irmã Maria Alice, definindo: “A Iris é nossa mãezona, sempre foi...”.

 Iris é tradição na cidade pelo seu trabalho na antiga Telefônica, empresa na qual se aposentou com a desativação na época da modernização da telefonia. Mesmo aposentada, Iris não parou de trabalhar. Mudou-se para Uberlândia, onde trabalhou 20 anos na Construtora Araguaia Minas. Retornou a Sacramento e passou a cuidar dos pais até o seu falecimento. 

Muda-se mais uma vez para Uberlândia, até que um dia decidiu retornar definitivamente a Sacramento e aqui deu continuidade aos de uma forma mais intensa ao seu trabalho social e ao estudo do Espiritismo. 

Iris prima pelos belos trabalhos manuais: crochês, toalhas de linho com finas rendas e  bordados, tudo destinado aos bazares do Colégio Allan Kardec e ao Hospital Hélio Angotti.   Há mais de 20 anos, todos os sábados presenteia os idosos do Lar São Vicente de Paulo com o  tradicional bolo semanal e a sua presença.  A sua casa está sempre de portas abertas para um prato de comida, um lanche ou uma guloseima a quem quer que necessite. Uma dessas pessoas, que fazem parte da sua visita diária, é a andarilha Valdice, que sabe que pode ir que terá ajuda.

Cozinheira e doceira de mão cheia, em casa sempre tem o de comer, muitas gostosuras  e com fartura”. Ou seja, Íris   sempre tem alguma coisa para oferecer, além do seu sorriso franco,  límpido e cativante. Somem-se ainda os amigos, que ela sempre recebe com mesa farta,  aos sábados à tarde.  

Para a família, Iris é a mãezona, conforme define Maria Alice. “Almoço é sempre na casa da Íris, lá é o ponto de chegada e ela sempre solícita. E uma curiosidade é que ela  faz tudo no fogão a lenha. Em casa não entra nada de granja, é tudo comida caipira que todo mundo adora: frango, ovos, leite, doces de frutas... E ela adora agradar a todos, fazer tudo aquilo que todo mundo gosta, não só para a família, mas para as pessoas que ela visita e ajuda”. 

 

Fernando Pessoa diz que “Tudo vale a pena quando a  alma não é pequena”, versos que servem bem para Íris para quem não existe tristeza, desde que se levanta, até a hora de dormir ouve músicas e está sempre de bem com a vida e com os seus semelhantes. Iris é feliz e inspira felicidade.  Pelo seu trabalho, pela sua maneira de ser e de acolher, Íris é Personalidade do Ano de 2013.

 

Antônio Claret Scalon  - Polaco

Antônio Claret Scalon, o Polaco, 62,  é daquelas pessoas que podemos chamar de “pau para todo obra”. Está sempre pronto para ajudar e  não recusa nenhum tipo de trabalho. Já fez um pouco de quase tudo na vida. Hoje,  já com uma aposentadoria, Polaco ainda se mantém na ativa como servidor municipal do STC (Praça de  Esportes) onde trabalha desde 1989.

O ritmo de vida não é mais o mesmo da bela idade dos 20, 30 anos, mas o jeito é o mesmo de sempre e que o fez  conhecido por todos em todas as suas atividades que assumiu.

Polaco, filho caçula de Antônio Scalon (Tonicão) e Rita é natural de Apucarana, no Paraná. Em fins de 1950, o avô  Ernesto Scalon adquiriu fazenda no Paraná e para lá seguiram os  filhos todos com as respectivas famílias. Polaco estava com sete anos quando a família retornou a Sacramento e logo foi estudar no  Grupão (Afonso Pena) e Escola Coronel, onde dirigiu a Fanfarra por mais de 20 anos.

Profissionalmente, iniciou como engraxate, mas foi garçom, ajudante de sorveteria, auxiliar de escritório, funcionário da Pinusplan. Em 1973 casou-se com Valéria Schiffini  e, pouco tempo depois  ingressou no Laticínios Scala. Em 1983, ingressou na Prefeitura a convite do então prefeito Luiz Mangabosco (Dídia). Como servidor municipal, estável no cargo de Auxiliar Administrativo II, Polaco esteve envolvido com o esporte, reativando a liga desportiva, implantando as ruas de lazer, o JES e vários outros projetos. 

Iniciou com o prefeito Dídia o Encontro Municipal de Folias de Reis que deu origem à Associação Regional das Folias de Reis. E,por mais de 20 anos,  esteve á frente da organização  do carnaval até 2012.  

Polaco que se declara espírita, como todo ser humano, já viveu grandes perdas, primeiro a do pai Tonicão, em 1983, vítima de acidente e a maior delas, também em acidente, a do filho Tiago, ainda adolescente. “A vida é assim, cheia de ganhos e perdas, não podemos nos desesperar”, afirma e se considera uma pessoa  realizada. 

 

Gostaria de fazer mais, mas sabe que é hora de cuidar da saúde e se dedicar mais à família... Por tudo o que representa para a cidade, Polaco é Personalidade do Ano de  2013.  

 

Nilda Iva de Oliveira

Nilda Iva de Oliveira, 60, é outra sacramentana que faz a diferença. Filha do celeiro Cincinato Camilo Furtado e Maria Branquinho de Oliveira, Nilda sempre viveu em Sacramento. Crescendo ao lado dos irmãos Cirley e Cilmo, estudou nas escolas Afonso Pena e Coronel José Afonso. Depois de formada, em Pedagogia/Administração, trabalhou até aposentar-se como professora na EE Dr. Afonso Pena, contabilizando 56 anos de magistério em dois cargos.

Mas, antes da aposentadoria, Nilda iniciou outra atividade a do voluntariado. Há mais de dez anos presta assistência na Santa Casa, na diretoria, nas campanhase, sobretudo,  junto aos doentes do SUS, que visita quase todas as noites, levando uma palavra de carinho e esperança, além de um lanche leve com chá à noite.

“- Como a última refeição do hospital é servida às 17h, eu percebia que os pacientestomavam remédios por volta das 21, 22 horas com o estômago vazio. Através de uma campanha junto às padarias, consegui ganhar as quitandas que seriam descartadas no dia seguinte, e que passaram a ser servidas com um chá a esses pacientes do SUS, os mais carentes. Faço isso por amor, as pessoas precisam de conforto, atenção, na doença as pessoas ficam mais fragilizadas e uma palavra de carinho ajuda”, explica. 

A essa campanha seguiram-se muitas outras de roupas de cama, de mesa e banho. No seu último aniversário, no lugar de presentes aos amigos que sempre a visitam, pediu travesseiros paraa Santa Casa. Pelo carinho com todos os funcionários ganhou a confiança de todos, servindo como uma intermediária entre eles e a diretoria, nas suas reivindicações.

“- Gosto de todos os funcionários, converso com eles, uma palavra de estímulo, elogio pelas tarefas, pois sei que o trabalho na Santa Casa é pesado, lidamos com vidas, é um trabalho diferenciado e os funcionários precisam de uma palavra amiga”, reconhece.

 

Como presidente da Casa da Amizade 2011/2012, além da ajuda à Santa Casa, Nilda teve seu foco noLar São Vicente de Paulo. E o destaque é para a filha do coração, desde bebê, a Maria Clara, hoje com dez anos. “Quando perdi a mamãe, nasceu Maria Clara a quem adotei e tenho a guarda. É o luxo da vovó, um presente do céu na minha vida”, afirma.