A tradição do presépio ecológico de Maria José

Num tempo em que as secretarias de Turismo das cidades brasileiras fazem do Natal uma vitrine comercial com Papai Noel, grandes árvores de Natal, reinas e muita neve, em plena linha abaixo do Equador, e sem a mínima referência ao nascimento do Menino Jesus, há ainda muita singeleza e respeito às verdadeiras tradições do Natal nas casas de muitas famílias. 

Foi o que vimos na casa de Maria José da Silva (foto), na rua das Flores, 29 (Manoel Soares), no presépio montado em uma pequena sala, aproveitando toda a vegetação cuidada por ela. “Embora eu não professe hoje o catolicismo, fui criada num convento e lá as irmãs faziam um presépio imenso, no jardim e nós todas, internas, ajudávamos. Guardo na memória essa lembrança e em casa essa tradição é respeitada a cada Natal”, justifica, mostrando toda a decoração com plantas, pedras e material reciclado. 

Este ano, Maria José inovou, usando novas imagens, presente de uma amiga. “Ganhei essas peças e fiz questão de usar. As peças tradicionais, que eu usava, dei de presente para algumas pessoas”. De acordo com Maria, assim que desmonta o presépio, tudo, inclusive as pedras, é embrulhado em papel e guardado até o final do ano. “Foram muitos anos recolhendo material, eu guardo tudo e a cada ano vou agregando mais alguma coisa, para manter a tradição”. 

O presépio na casa de Maria José, todo iluminado com pisca-pisca estará aberto para visitação até o dia 6 de janeiro, dia da festa da Epifania, em que se comemoram os Três Reis Magos, Baltazar, Belchior e Gaspar, santos.