Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Os 70 anos bem vividos do ‘Joel do Laticínio’

Edição nº 1379 - 13 Setembro 2013

Joel Justino de Souza, o Joel do Laticínio, completou 70 anos no dia 8 de setembro e comemorou a data ao lado da esposa  Josina Maria José de Souza (Josa), os filhos Valéria, Joel,  Vera, Joélcio e Viviane , netos, familiares que vieram de Belo Horizonte, Campos Altos  e muitos amigos que com ele foram compartilhar a data, numa animada festa no Pacheco´s Buffet. Feliz como sempre, Joel se mostrou a todos definindo assim a data: “São 70 anos bem vividos”

 

A família

Natural de Santo Antônio do Amparo, Joel é o segundo  filho do  casal Julio Justino de Souza e de Rosália de Andrade Souza,  pais de outros oito filhos, Maria Aparecida, Antônio, Maria das graças, Neuza (falecida),  Neide, Julinho, Vicente, Maria Alice, quase todos presentes à festa. 

 

Opção por Sacramento

“- Santo Antônio fica perto de Perdões e lá vivi até os cinco anos, depois mudamos para o município de Campos Altos, onde morei até 1970, quando optei por Sacramento e sou sacramentano com muito prazer. Minha chegada aqui é interessante. Quando eu tinha de 12 para 13 anos fui morar na fazenda da laje, do Dr. Amir Ribeiro, genro do Nicolau Portela, lá eu vivi 12 anos, até os 25. Fiquei moço, me casei com a Josa e lá nasceram meus três filhos mais velhos, a Valéria, o Joel e a Vera. Quando eles venderam a fazenda, como eu já conhecia Sacramento, por conta das visitas que fiz na companhia de Dr. Amir, resolvi mudar pra cá, onde comecei a trabalhar no Laticínio Scala, graças a um pedido da esposa do Dr. Amir, em 1971. Ali eu fiquei até aposentar, mas continuei enquanto eles precisaram. Foram quase 36 anos”. 

 

Casa redonda

A famosa 'casa redonda', no início da av. Domingos Magnabosco, construída pelo fazendeiro e depois caminhoneiro, Alaor Thimóteo, foi adquirida pelo Scala e cedida ao Joel, que ali residiu com a família enquanto trabalhou no Laticínio. Morei ali 33 anos, os nove primeiros anos cuidando da pocilga que existia atrás da casa. “Cheguei a cuidar de 1.200 porcos”, informa Joel, lembrando os problemas que dava o chiqueirão próximo ao centro da cidade. “Começou muita reclamação por causa do mau cheiro. Aí o Sr. Nino acabou com ela. Na época, ele até pensou em fazer a pocilga na  chácara lá no Perpétuo Socorro, uma coisa moderna, bem cuidada sem mau cheiro, mas o vereador Azis discursava na Câmara: 'Ele quer  tirar a catinga do nariz dos ricos pra levar para os pobres' ”, conta dando uma boa risada. “Aí o Sr. Nino desistiu  e eu fui para as fazendas. Mas continuei morando na casa”.  

 

Mais vale a prática

Diz Joel, citando um velho ditado, 'mais vale a prática do que a gramática' que sua experiência com animais foi adquirida com um dos melhores veterinários que já conheceu, Dr. Amir Ribeiro. “Ele era um dos melhores veterinários da época, eu era menino quando comecei com ele e peguei muita prática. Fui para as fazenda do Sr. Nino e com o passar do tempo foram chegando veterinários, o Marcel se formou e fui aprendendo mais, pegando  mais  experiência. Por isso não encontrei dificuldade em mexer com gado”, conta, ressaltando o vínculo de amizade com a família. “Adquiri tudo o que temos com o trabalho no Scala. Eles foram pai, mãe, os meninos do Sr. Nino, Marcel, Leo, Gina, Cleise, eles  me consideram um irmão e eu também, porque foi a família que tivemos em Sacramento”.


Religiosidade 

Uma das grandes marcas da vida de Joel é a religiosidade. Católico praticante, irmão do Santíssimo, Joel sempre deus testemunho da grandeza divina. Um exemplo desse testemunho, que emocionou muita a gente, foi  em 2002, quando a filha Vera foi uma das vítimas do acidente na serra de Rifaina,   que matou 20 estudantes e o motorista. Enquanto o desespero tomava conta de todos, Joel enfrentava tudo com a serenidade daqueles que têm a certeza de estarem segurando firme na mão de Deus. “Nosso Senhor Jesus Cristo e o Divino Pai Eterno me socorreram e me deram forças para vencer aqueles momentos e ajudar a Josa, os outros meninos e as outras pessoas a terem esperança e força. A Vera e muitos meninos nasceram de novo naquele dia. A colega de banco da Vera morreu no acidente e nossa filha sobreviveu. Dos meus 70 anos, talvez este tenha sido um dos momentos mais tristes da minha vida, mas também de mais fé. Emociono-me sempre ao me lembrar daquele tempo e agradeço a Deus  por toda graça que me concedeu”.

 

Josa e Joel, 49 anos de feliz união

O namoro de Joel e Josa começou em Campos Altos, mas ela é de São Jerônimo dos Poções. “Eu tinha 18 anos e ela 15. Começamos a namorar e daí a três anos, no dia 19/09/1964,  nos casamos em Campos Altos, onde nasceram os três primeiros filhos. Joélcio e Viviane nasceram em Sacramento, hoje, graças a Deus todos encaminhados.  A caçula, Viviane, foi embora, hoje virou nordestina. Ela é veterinária, fez Mestrado e Doutorado e hoje é funcionária da Embrapa em Sobral, no Ceará. Virou nordestina. Acho que esse gosto por animais nasceu da vivência que teve com a gente esses anos todos”, diz Joel, finalizando mostrando o segredo de bem viver: “Fazer 70 anos de bem com a vida não tem segredo. Para mim, em primeiro lugar é  viver de bem com Deus, com a vida, com a família, com os outros, enfim, viver bem todos os momentos. E isso, graças a Deus,  eu vivi e vivo, e tomando um golinho da cachacinha de que gosto.  Dou graças a Deus pela vida que tenho”. 

Um vídeo com imagens de Joel no trabalho e com a família ao longo desses 70 anos, seguido de um belo texto da filha Valéria, marcou a homenagem feita pelos filhos ao paisão Joel.