Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Mais responsabilidade e cuidado na cavalgada de 1º de Maio

Edição nº 1360 - 03 Maio 2013

Há dois anos, uma guarnição da Polícia Rodoviária de MG esteve presente na concentração do desfile no Alto da Santa Cruz e criticou a falta de estrutura na concentração dos cavaleiros bem junto a uma rodovia vicinal, a falta de água para os animais e o trânsito de veículos entre os cavaleiros. Alertados pela PM, os organizadores do desfile não tomaram nenhuma providência no ano passado e a mesma confusão se repete este ano. 

Segundo Zezé Manzan, um dos organizadores do Clube do Laço, que até o ano passado coordenava o desfile, já era para a concentração ser feita, em 2012, em uma das pistas da avenida Ana Cândida, que liga o Perpétuo Socorro ao João XXIII, deixando a outra pista como via dupla para os veículos, mas acabou sendo feita no Alto da Santa Cruz. Sabe lá porquê. E o mesmo aconteceu este ano. 

Mas, além dessa frágil infraestrutura, os próprios cavaleiros abusam da sorte. Alguns chegam a desfilar bêbados. Outros não obedecem a fila, outros batem nos animais, empinam e fazem graça para o público. Se a maioria participa ordeiramente e com o devido cuidado, muitos levam a cavalgada como uma distração sem o mínimo cuidado, contribuindo para a desorganização. E é difícil coordenar uma tropa formada por quase mil cavaleiros. Cabe a cada um a sua responsabilidade e atenção. 

Cavalgada é marcada por acidentes 
Imprudência, desatenção, brincadeiras, empolgação excessiva e até o desrespeito de outros podem ter sido  as  causas de acidentes durante  a cavalgada.  Os casos relatados servem de alerta para muitas pessoas, sobretudo jovens e crianças que não têm a “manha”, a destreza na condução dos animais , mutias vezes estressados pelo cansaço e sede, o movimento e o barulho...
Um dos casos foi o da jovem MGRB, 14, que cavalgava na garupa de um animal com uma amiga e caiu do animal na avenida Benedito Valadares, na altura da Aacademia Ativa, por volta das 13h. A jovem que já está em casa em repouso conta que estava na garupa com uma amiga. 
“- O cavalo galopando,  de repente,  eu sentei fora do animal e cai na rua. Quando dei por mim, estava rodeada de gente. Eu desmaiei e depois fiquei zonza. Eles me levaram para a Santa Casa, minha cabeça sangrava muito e agora sinto muita dor no pescoço”, conta e admite que havia bebido cerveja e diz que seu único medo era de morrer. “Eu já morei em fazenda, sei cavalgar, mas foi um descuido mesmo. Eu tive um susto grande, tive muito medo de morrer”, contou. 
A mãe Márcia Elaine dos Reis André,  mãe de dois filhos, que estava no trabalho foi avisada e desesperou-se na hora. “Mãe não tem sossego. Eu estava trabalhando e me liagram  que ela estava desmaiada, que estava em coma. Fiquei doida, mas ao chegar ao hospital a médica me acalmou, dizendo que estava tudo bem e pediu pra eu ficar conversando com ela, pra não deixá-la dormir”, explicou.
A menor precisava fazer uma tomografia computadorizada da coluna cervical e a família não tinha recursos. “Teríamos que pagar R$ 700, 00, porque a Prefeitura não autorizou o exame. Fiquei preocupada, porque ela estava sangrando,mas não podia fazer a sutura enquanto não fizesse o exame.  Eu não tinha o dinheiro, mas minha patroa me arrumou. Ela fez o exame e graças a Deus não foi nada grave. E, felizmente, cobraram só a metade do preço do exame”, conta, lamentando  o acidente. “Espero que agora ela aprenda a lição”, resignou-se a mãe.
 A jovem M faz tamabém um alerta: “Isso me serviu de lição e falo para todos tomarem cuidado, porque um tombo desses não é brincadeira, pode matar. Se beberem, não andem a cavalo e que tenham cuidado com o animal e com os outros também”. Questionada se sabe que não podem vender bebidas para menores, M  dá um muxoxo e responde: “Não tem nada não, uma latinha só..”.
Outras duas jovens acidentadas
De acordo com M e a mãe, quando elas estavam na Santa Casa, uma mocinha chegou ao hospital também acidentada e  foi encaminhada para Uberaba. “Disseram que havia quebrado a clavícula... Só que foi levada para Uberaba”, informou. 
A jovem acidentada foi a estudante TSAP, que caiu também de um cavalo, e foi levada para a Santa Casa. Por decisão da família, a jovem foi levada para Uberaba, com suspeita de fratura, onde se submeteu a uma tomografia computadorizada. A Santa Casa não soube dar mais detalhes.
O ET não recebeu registro de ocorrência policial de nenhum dos dois acidentes.  
Imprudência de Motorista
Outro caso foi o da jovem Bruna Gonçalves, 18, que cavalgava na praça do Rosário em um cavalo emprestado por um amigo, quando, na avenida Benedito Valadares, um veículo veio por traz e, ao se aproximar o motoristo acionou fortemente a buzina espantando o animal. 
“- Eu estava cavalgando e veio um carro atraz e, quando chegou bem próximo do animal, o motorista buzinou. Aí o cavalo desembestou rumo ao centro da cidade. Saiu doido pela avenida Benedito Valadares e eu segurando na cabeça do arreio.  Havia muita gente na praça. Eu não conseguia parar o animal, que galopou até a rua Major Lima, depois virou na rua Visconde do Rio Branco e, quando cheguei na praça, atrás da Igreja, tentei virar para a Vigário Paixão, mas ele não obedeceu, e ia contornar a praça, quando se chocou com um Diplomata que estava estacionado bem próximo à esquina. Foi quando eu cai sobre o carro e dali para o chão. Segundo quem viu o tombo, foi uma queda cinematográfica. Mas fiquei com muito medo e dei graças a Deus por sair ilesa, com alguns arranhões”, contou aliviada.