Luzia das Graças Afonso, 53, hoje do lar, sempre trabalhou, mas nos últimos anos por problemas de saúde, está desempregada, mas continua a contribuir como autônoma com o INSS. Segundo Luzia, além dos problemas de saúde, enfrenta também dificuldades na sobrevivência.
Em relação ao seu problema de saúde, Luzia diz que vem buscando tratamento junto ao SUS e conta que, “em 2010, perdeu o companheiro e por causa da morosidade da justiça não recebeu ainda a pensão. Além disso, eu estava na casa e tive de sair, tenho um filho menor e não tenho condições de trabalhar mais. Não sou mulher de ficar parada, nunca fui. Mas agora não tenho mais condições. Só que já passei por quatro perícias em Sacramento e não fui aprovada”.
Queixa-se Luzia que os médicos alegam problema de coluna, mas não comprovaram através de exames. “Paguei um exame em Ribeirão Preto, mas a perícia não aceitou, porque o exame é particular. Há dois anos estou lutando por isso. Agora, para piorar, os médicos dizem que não é coluna, que são outros problemas. Fiz exames no dia 22 do mês passado e o médico escreveu que não foi possível fazer o exame direito porque eu estava com muita dor e, a médica que me atendeu não soube me responder o que aconteceu”.
A aflição de Luzia é saber se seu problema é grave ou não. “Eu pergunto: vai ter tratamento? Tenho que fazer cirurgia pra acabar com o problema? Por que não faz? Mandam-me para o fisioterapeuta, aí ele me manda para ortopedista e eu fico que nem bola de peteca, ficam me mandando daqui para ali. Tenho boa educação, que recebi da minha mãe. Não sou capaz de roubar nem isso passa pelo meu pensamento, mas digo que outra pessoa no meu lugar, tenho certeza, de que teria feito besteira”, desabafa.
Segundo ainda Luzia, o exame feito com o reumatologista acusou também fibromialgia e tendinite tanto nas pernas como nos ombros. “O médico me receitou um remédio manipulado, eu mandei manipular e agora estou tomando”, explica, mostrando a receita.
Luzia disse que tem problemas também com moradia. Ela teve uma ajuda da prefeitura por algum certo tempo, mas foi cortada. “A Prefeitura disse que só poderia me ajudar com o aluguel se eu pagasse um mês adiantado. Eu não tinha dinheiro, minha irmã me emprestou o dinheiro e fiz um contrato de seis meses, só que a Prefeitura liberou apenas dois meses, assim mesmo, depois de três meses. Na verdade, a prefeitura só pagou três meses de aluguel. Nesse meio tempo, minhas irmãs estavam me ajudando, só que elas também não têm condições. Minha mãe é idosa não tem como me ajudar mais, mas ela tem uma meia água no fundo da casa, onde eu poderia morar, mas a casa precisa de reforma. Fui à assistência social disseram que iriam arrumar, só que são promessas e mais promessas”, lamenta.
Sobre o programa do governo federal, 'Minha casa minha vida', Luzia diz também que tentou. Mas a renda mínima familiar, de acordo com a informação da secretaria de Assistência Social é de R$ 1.500,00 por mês. “Se eu ganhasse esse dinheiro, não precisaria de ajuda. Claro que não, mas entendo que a pessoa que vai para o Minha Casa Minha Vida é porque não tem condição mesmo, são pessoas de baixa renda. Eu mostrei os exames que comprovam que não estou bem, mas dizem que não podem me ajudar mais”, lamenta, fazendo de público esse apelo à Prefeitura para resolver o seu caso.