Grande Rei Azor, Conceição e Maria Onça... O bloco do Noninho, do Dedé, da Sandra Ramos e as 'Deusas Astecas', carnavais de belos tempos com os grandes bailes do Sacramento Clube e do XIII de Maio...
A beleza se misturava ao deboche, o luxo ao brega e a simpatia à cara de pau de foliões, que naquela época também já se embriagavam... com um detalhe que faz a diferença, e que diferença: Não havia violência.
A sociedade sacramentana se reunia nos dois principais clubes da cidade, mas já nos tempos em que se viam brancos e negros numa única alegria, dançando e brincando juntos nos seus salões.
Já em 88, anota o ET, a jurada Nilva Dias sugeriu à comissão organizadora do carnaval a realização do 'Baile da Cidade', na semana que antecede a folia... A ideia não pegou. Os bailes de salão foram perdendo a força a partir do carnaval de rua... Aliás, nada pegou mais... O declínio veio acontecendo aos poucos até que um dia o SC fechou, deixando saudades, nos versos do rei: 'Eu me lembro com saudade o tempo que passou...'
Ganhou força um outro 'grito de carnaval', o da passarela do samba, graças ao incentivo dos diversos governos municipais que investem nas escolas de samba, com subvenção, apoio logístico e decoração da avenida.
Do carnaval de antigamente resta pouco, o confete e a serpentina. Mas foram 'Imagens que marcaram' de uma época de ouro. Da festa pagã em agradecimento aos deuses pela fertilidade do solo e pela colheita, na Grécia antiga, o Carnaval já se transformou com os romanos em práticas condenadas, no século seguinte... até chegar na musiquinha: 'Uh, uh, o papai chegou...A festa vai começar, o papai chegou...'
Enfim, é como diz Martinho da Vila, no samba da Vila Isabel: 'Meu Deus, o Grande Criador adoeceu, porque a sua geração já se perdeu...'
Feliz Carnaval a todos. E, por favor, se beber, não dirija!!
(WJS)