O ET conversou com cada um dos filhos que traduziram o sentimento de gratidão e o orgulho do nome Batista.
“Estou muito feliz, porque o Marco Antonio fez o que nenhum de nós pensamos em fazer e nem podemos pela idade. Ele ressuscitou a Batista dentro da modernidade. Estou orgulhoso, porque carreguei muita pinga nas costas, fazia entregas pra todo lado. Lembro das entregas em Brasília, São Paulo e vários outros lugares. A dificuldade era grande. Há uma passagem engraçada que aconteceu no Vale do Anhangabaú em São Paulo. Tínhamos que fazer uma entrega perto de um ponto de ônibus e não tínhamos como chegar ao local. Aí vi um guarda, peguei as caixas e falei: 'Seu guarda, olha o carro aqui pra mim'. E saí. Quando voltei, ele deu a bronca, que eu não podia parar ali, não podia fazer aquilo. Com esse resgate me sinto valorizado. Eu tinha de cinco pra seis anos quando papai começou a fazer a cachaça...”. (Ismar Batista de Rezende).
“Moleque ainda, com quatro anos, eu me lembro que ajudei a buscar o alambique a uns dois quilômetros de casa. Fui com papai de carro de boi... E nunca imaginei que a cachaça Batista renasceria... Aí chega o Marco Antonio, começou pequenininho como papai começou e se entusiasmou. Fizemos muita pinga, mas aprendemos com os conhecimentos que vinham de geração a geração, ou seja, aprendemos com o vizinho que aprendeu com o outro vizinho. Já o Marco Antonio pegou os novos tempos, as tecnologia e aplicou na receita. Muito nobre da parte dele esse resgate da marca”. (Edmar Batista de Rezende).
“Marco faz isso com muito amor. Ele amava o papai e começou com um projeto pequeno, confiou em vocês e levou à frente aquilo que ele sonhava e, pra mim, isso é uma bênção. Fizemos o lançamento em São Paulo com um sucesso muito grande e vemos a marca que nasceu com papai, hoje, tornando-se uma marca de sucesso e grande aceitação. Como filha e esposa é um orgulho em dose dupla”. (Marly, casada com Marco Antônio há 41 anos).
“O que impressiona, em primeiro lugar, é o carinho do Marco Antônio com papai. De vez em quando eu o chamo de Sr. Batista, como o fazem outros que não o conhecem. Nós, os filhos não tivemos essas ideias e oportunidades. Ele soube usar sua capacidade para homenagear alguém a quem ele diz dever muito. Ser agradecido e gratuito nesta homenagem é muito bonito e também muito espiritual. Papai dizia, 'Você pode beber a pinga, mas não deixe a pinga beber você'. É a sabedoria de saber usar bem as coisas da vida.
“Essa homenagem ao papai traz consigo algo muito bonito: o silêncio da mamãe. No silêncio de suas muitas atividades, ela o acompanhou em tudo. Estava sempre por trás como a garantia de que tudo ia dar certo e ele ia vencer. Com seu silêncio trabalhava na retaguarda da Batista, garantindo a educação dos filhos, o manejo da casa, a economia doméstica. Era uma cozinheira de primeira, quitandeira, costureira. Fazia um pão de queijo pra ninguém pôr defeito. Pamonha, nem se diga! Era uma mulher completa. Papai e mamãe abriram a casa para o Marco ser nossa família. Ele entrou, ficou e agora faz este resgate. As homenagens a Papai, neste momento, mamãe as sente como feitos a ela também, pois eles eram um só coração e uma só alma. Estão na glória do Pai e se alegram juntos por mais esta vitória da família Batista homenageada por Marco Antônio e Marly, que é a Da. Alda outra vez! Tudo que se falou dela repete-se agora com Marly. A homenagem também é aos irmãos que se sentem uma só família e se alegram com papai e mamãe. Obrigado, Marco!”. (Pe. Luiz Carlos)
“Muito bom o que Marco Antônio está fazendo por nossa família, investiu na marca, acreditou e fez um projeto bonito, muito bem feito. Ficamos honrados com o resgate do nome Batista, pois papai foi o formador de tudo isso aí. Com esse resgate preservamos o nome de família, herdado do nosso avô Joaquim Batista de Oliveira. O nome foi se perdendo nas gerações seguintes, mas já vem sendo resgatado nos netos. Meus filhos todos trazem o Batista no registro. O nome e a marca agora estarão para sempre resgatados”. (José Walter)
“Eu era muito criança, mas presenciei a fabricação da cachaça aqui, na chácara na cidade. Minha infância, minhas brincadeiras eram em cima do bagaço de cana. Esse cheiro de cachaça, me lembra minha infância, eu pegava o bagaço e chupava, por isso meu coração está exultante. Estou muito feliz com este gesto do Marco Antonio. Aquilo que eu não vivi, estou conhecendo com a lembranças que ele trouxe lá de trás. Sou-lhe muito grata por isso”. (Vânia...)
Perpetuando a história
O filho Marco Elísio Rezende da Motta, braço direito de Marco Antônio, com orgulho elogia o feito do pai. “Pegamos a história e botamos a tecnologia em cima para perpetuar uma história tão bonita”, afirma Elísio, reconhecendo que fomentou a ideia e o pai, como diz, “botou pra quebrar”.
“- Fomentamos a ideia e papai 'bota pra quebrar', incansavelmente, não perde tempo e investe. Isso para nós é a continuidade de uma história bacana, história de vida do vovô e que une toda a família. Nossa ideia agora é fazer com que a Batista tome corpo em todo o Brasil e no mundo”, explica, ressaltando que quando iniciaram o projeto não tinham ideia da dimensão que o investimento alcançaria.
“- Para o meu pai, tudo que o faz, é para ser com perfeição, para ser o melhor, mas nunca imaginamos que a cachaça tomaria essa proporção. Hoje estamos praticamente em todos os estados e em três outros países e em breve estaremos em Bruxelas”.
Sobre o lançamento da Cachaça Premium, a edição especial comemorativa dos 70 anos, Marco Elísio fala do sucesso do primeiro lançamento. “Participamos, recentemente, com a nossa cachaça, do lançamento do Ford Mustang, em São Paulo. A Cachaça Batista, edição 1970, com a safra Premium, que na verdade é o resgate de uma história e de um trabalho mostrados no livro e no vídeo institucional, foi lançada à noite, no mesmo evento. Agora, é expandir a marca pelo Brasil e o mundo”.
Um momento único de grande emoção, que levou às lágrimas, foi o tributo a Zé Batista, o poema escrito pelo empresário Marco Antônio, declamado pelo Prof. Walmor Júlio Silva.
“Tudo começou num engenho “piquitito”, no fundo da horta, tocado por uma junta de bois, o Brasileiro e o Rojão”
O fazendeiro aposentado, Arimondes Ribeiro da Silva, um dos velhos amigos de Zé Batista e um dos homenageados da noite, é casado com Helena, sobrinha de Da. Alda. “Éramos vizinhos de fazenda. A divisa era um córrego e eu ficava ali vendo o movimento. O Marco Antônio está trazendo uma história à tona, uma história que começou há 70 anos na fazenda do Joaquim Batista de Oliveira, num engenho pequitito no fundo da horta, tocado por uma junta de bois, o Brasileiro e o Rojão.
Joaquim Batista e dona Rita, mais conhecida como Mãe Rita, criaram duas meninas, a Margarida e a Benedita. Elas é que davam conta da moagem da cana, uma tocando os bois e a outro abastecendo a moenda. Eles começaram fazendo rapadura, depois passaram a fazer açúcar, batiam a massa num gamelão com uma pá. Mas o Zé Batista e o Chico tiveram a ideia de fazer pinga, aí aquele engenho velho não deu conta, pegaram outro maiorzinho, tocado a água e foram em frente com a produção. É uma história bonita a dessa cachaça que fez muito sucesso uma época e agora o Marco Antônio traz de volta tudo isso...”
Para Fernando Borges Gomes, presidente da Associação Comercial e Empresarial de Sacramento o resgate da marca Batista e os investimentos na cachaça só elevam o nome da família e da cidade. “Este resgate para Sacramento é um ganho muito grande, uma marca de 70 anos de existência que está crescendo a olhos vistos e difundindo o nome da cidade. Para nós da ACE é uma alegria muito grande, saber que há empresas que são tradição na cidade e trazendo desenvolvimento, gerando emprego e isso precisa ser valorizado, reconhecido”.