Os dias 19 e 21 últimos foram de pesar e dor para os familiares da Profa. Cerly Auxiliadora Cunha, 65, e Prof. Jorge Fidelis Cordeiro, 90. Cerly e Jorge deixam um legado de exemplos para familiares e de serviços prestados à comunidade, ela, como professora, catequista e Ministra da Eucaristia; ele, como funcionário público aposentado, ministro das exéquias e membro atuante da Sociedade São Vicente de Paulo.
Vida de doação e serviço
O Prof. Jorge Fidelis Cordeiro (foto) morreu às 5h30 da manhã dessa segunda-feira, 21, na Santa Casa de Sacramento, onde se encontrava internado desde o dia 14, com complicações de saúde, que vinha se agravando dia após dia. Centenas de pessoas, familiares, amigos, conhecidos e autoridades locais passaram pelo Velório 'Maurício Bonatti' para dar-lhe e o último adeus. O prefeito Bruno Scalon Cordeiro falou em nome da família, da cidade e da Câmara Municipal, destacando o seu trabalho e contribuição para a história da cidade. O professor recebeu homenagens também dos serventuários dos cartórios da cidade pelos serviços prestados. Após as exéquias, proferidas pelo vigário paroquial, Pe. Paulo, foi sepultado, às 17h, no Cemitério S. Francisco de Assis.
Jorge deixa a esposa Amália Rezende Cordeiro, companheira de quase 63 anos de convivência, a filha Beatriz, netos e bisnetos e uma folha de serviços considerável, tanto na vida pública como religiosa. Na vida pública destacou-se pelos serviços no Cartório, que herdou do pai, Itagiba Cordeiro, junto com o irmão Jerônimo, até aposentar-se. Contratado pela Câmara Municipal exerceu a função de secretário durante vários anos e foi também professor da EE Cel. José Afonso de Almeida, no curso de Contabilidade.
Paralelamente à vida profissional, Jorge dedicou-se à filantropia como irmão da Santa Casa de Misericórdia, entidade fundada pela Sociedade São Vicente de Paulo, que serviu com zelo e amor. Mas como vicentino, Jorge não serviu apenas à Santa Casa, foi um dos grandes batalhadores para a construção do antigo prédio do Lar S. Vicente de Paulo, do qual foi presidente alguns anos.
Mas não parou por aí, continuou ativamente no serviço, serviu até bem pouco tempo os mais necessitados, no Recanto São Geraldo, levando a várias famílias necessitadas assistência espiritual e material. Some-se a isso a sua religiosidade. Jorge era católico praticante, sempre presente às missas domingueiras, destacando-se entre todos pelas roupas alvíssimas, calças e camisas de linho e brilhantes sapatos pretos. Presença também solidária nos velórios. Não importava a raça, a condição financeira, a religião, Jorge lá estava a levar as suas condolências.
Mas foi na família, que Jorge fez a sua grande obra, na convivência com a esposa Amália e na criação dos filhos, Ricardo, Beatriz e Jorge Luiz. Um exemplo de convivência, pelo respeito que sempre demonstrou no convívio com diferentes crenças. Jorge tirava e dava lições: “Na nossa vida, a fé em Deus sempre foi o nosso norte”, disse em entrevista ao ET, em 2012, por ocasião dos seus 90 anos, completos no dia 24/08.
A vida e vivência de Jorge foram de fato norteadas por Deus, até para suportar a perda dos pais, de 11 irmãos e dos dois filhos, até que no dia 21, o forte esteio também tombou, deixando à cidade o seu legado de exemplos, de respeito e de serviço aos mais necessitados.
Profa. Cerly Cunha
A Profa. Cerly Cunha (foto) morreu no sábado, 19, por volta das 14h, no hospital Hélio Angotti, exatamente um mês após ser internada. Seu corpo foi trasladado para Sacramento, onde chegou às 21h e foi velado por familiares e centenas de amigos, dentre eles, companheiros de trabalho na Paróquia do Santíssimo Sacramento, onde era membro atuante. Colegas de ministério colocaram sobre seu corpo a veste que sempre usava no serviço religioso. As exéquias foram proferidas pelo vigário paroquial. Pe. Paulo e, às 10h da manhã do domingo, 20, Cerly foi sepultada no Cemitério São Francisco de Assis.
Cerly partiu para a casa do Pai, acompanhada de perto pela irmã Cirley, irmã religiosa que veio de Campinas para apoia-la na doença. “Eu saí para descansar um pouco, mas como havia percebido que ela não estava bem, não consegui descansar e decidi voltar para perto dela. Os aparelhos davam sinal de que ela estava no fim. Aí comecei a rezar baixinho no ouvido dela, fui rezando, rezando e aí eu disse para as enfermeiras: Cerly se foi”, disse, acrescentando: “A gente já esperava por isso. Os médicos haviam lhe dado no máximo seis meses de vida. Mas morreu em paz e abençoada”.
De acordo com a sobrinha, Ivana, 31, Cerly passou mal dia 19 de dezembro e foi internada. “Ela pediu para confessar, mas não queria outro padre senão Mons. Valmir e ele esteve com ela antes do Natal. Por volta das meia noite ele esteve lá. Tia Cerly teve uma melhora, mas não saiu mais do hospital”, conta lamentando que a tia não viu seu primeiro filho nascer. Irmã Cirley conta que seu pai José Jerônimo, conhecido como Tibepo, o irmão Fernando e a irmã Zoraide, os três morreram vítimas de câncer.
Ao longo de sua vida foi serviço, sobretudo na comunidade do Rosário, bairro, onde sempre residiu. Foi uma educadora, por excelência, da mente e da alma. Como professora trabalhou nas escolas Barão da Rifaina e Tancredo Neves, onde se aposentou. Como catequista, na igreja Nossa Senhora do Rosário e na Matriz do Santíssimo Sacramento. Mais recentemente, Cerly tornou-se ministra da eucaristia.