Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Chuva inunda casas do Residencial Cajuru

Edição nº 1386 - 01 Novembro 2013

A chuva da tarde da quarta-feira, 23, tirou o sossego de muita gente, principalmente moradores da rua Juvenal Bizinoto, no bairro Cajuru, onde várias casas encheram de lama, algumas pela terceira vez.

Seguindo para o bairro para atender chamado dos moradores, o ET flagrou a primeira  inundação, na rotatória do cemitério. A água que desce pela rua José Sebastião de Almeida, que não é captada pelos bueiros, espalha na rotatória com acúmulo na parte de baixo da via, atrapalhando o tráfego.

 Na avenida Tomaz Novelino, onde está a causa de toda a inundação do Residencial Cajuru vários trechos do asfalto estavam enlameados.  No Cajuru, várias casas do lado esquerdo da rua Juvenal Bizinoto ficaram inundadas. A primeira casa é de José Ricardo Alves, (Zé da Felino Gás), que estava com a  garagem, sala, banheiro, cozinha, copa  inundados. Essa é a segunda inundação da casa. “Coloquei alguns bujões de gás e panos pra proteger, mas não adiantou, a água entrou pra valer”,  informou  José Renato, mostrando os móveis, rack e sofá novos, que substituíram  os que foram estragados na primeira inundação.

“- Sem contar a esteira de ginástica e o aparelho de som que também estragaram... Já perdi dinheiro em móveis aqui dentro, perdi todos os meus blocos de nota fiscal, que estavam numa caixa no chão do quarto. E agora de novo,  quem vai arcar com o prejuízo?”, questiona. 

Na rua Alberto Vieira, a casa de nº 280, novinha, de Manoel (Piauí), onde mora a filha,  também ficou inundada. “Moramos aqui há três meses e agora inundou tudo. A rua vira um rio”, afirmou, explicando a causa: “A galeria não segura o volume de água que desce lá de cima. Ela deveria ser contida lá na avenida. Mas depois que fizeram aquela rampa para subir para a outra pista reduziram as manilhas debaixo rampa e elas não suportam mais a água que aumentou muito depois do novo loteamento. Então, derrama tudo e vem parar aqui em baixo”. 

A situação complicou também na casa de nº 217, onde moram dona Antônia Rodrigues Alves, 70, o marido de 73 anos, cadeirante, e uma filha portadora de deficiência. “Eu estava ajudando no banho do meu marido, quando vi, a água já estava chegando dentro de casa”, explica.  No passeio na porta da casa havia um metro e meio de areia que a família adquiriu para melhorais na casa, a maior parte rodou e invadiu a casa vizinha.  “No final do ano passado entrou água pela primeira vez e agora,  é chover forte que inunda tudo. Mas isso só começou a acontecer depois que começaram a construir os novos loteamentos e jogaram a água pra canaleta da avenida, que não suporta”, afirmou o filho Leandro, enviando algumas fotos à redação.

 Também a casa de nº 145,  de Ritamar dos Santos aconteceu o mesmo. “O sofá virou um lamaçal só, até o banheiro inundou”. Neide Nicássio lavava a lama da casa que aluga na mesma rua.  E de modo geral todos pedem providências. 

Some-se a isso um erro de construção na época em que o residencial foi projetado. As casas do lado esquerdo estão abaixo do nível da via pública. E quanto maior o desnível, maior a inundação. De acordo com um dos moradores, na época da construção, chegou a questionar com o engenheiro responsável. “Ele justificou que o leito da rua seria rebaixado. Mas, se fosse rebaixado, como seria para entrar na garagem?” – questiona hoje, revoltado com toda a situação e informando que decidiu mudar a garagem para o outro lado da casa para diminuir o problema, além de implantar um cano de escoamento da garagem para a rua, passando sob o passeio do vizinho. 

Outra informação dos moradores é de que, a partir da rua da Quadra (que ninguém sabe o nome, porque não existem placas, na verdade) para baixo não há galerias. “E nas ruas que têm, elas estão entupidas”, denunciam também. 

Carolina, moradora da avenida Tomaz Novelino, completou as informações, fazendo um pedido.  “O problema todo está lá na avenida. Aquela canaleta não suporta mais o volume de água que desce lá dos novos loteamentos. A água vem com muita pressão, não cabe na canaleta e inunda tudo. E aproveito para fazer um apelo às autoridades. Ainda vai acontecer um acidente grave aqui nessa avenida. A gente que tem filho pequeno, estamos muito preocupados. Os motoristas não respeitam o limite de velocidade. É preciso uma lombada aqui urgente”, alertou, informando que o telhado da casa de sua mãe teve parte arrancado.


Canaleta não comporta o volume de água

Os moradores  das ruas cujas casas foram inundadas, são unânimes em afirmar que o problema iniciou no final do ano passado e atribuem o fato à construção de dois novos residenciais, Novo Horizonte e Novo Alvorecer, em terrenos acima do bairro do Cajuru. 

Sabemos que esses loteamentos têm galerias, mas nem toda a água corre pela galeria e o excesso que acaba sendo muito grande escoa pra avenida Tomás Novelino. Ali, aquela canaleta não suporta, principalmente, na passagem debaixo da rampa que foi construída para dar acesso à pista de cima. Na época, a Prefeitura colocou umas manilhas que não suportam o volume de água que desce, então inunda tudo e a enxurrada vai toda para o Residencial Cajuru. Dali sai um toró d´água e vem em direção à nossa rua (Juvenal Bizinoto)”, explica. E outro morador completa: “Moro aqui desde o começo, sou dos primeiros moradores e este problema começou do ano passado pra cá. A água dos novos bairros nunca poderia ser escoada na Tomaz Novelino. As galerias deveriam ter saído direto para o córrego”.

 

 Maria Alice Dias, presidente da Associação Comunitária do Bairro do Cajuru e moradora da rua Juvenal Bizinoto, informou que entregou à Prefeitura um requerimento pedindo  solução par ao problema. “Estive conversando com o prefeito, expliquei o problema  e ele pediu um relatório por escrito, que foi entregue, assinado e protocolado, mostrando todos os problemas e apontando uma solução, especialmente, a necessidade do aumento da canaleta da avenida Tomaz Novelino”, afirmou, lembrando que mora no bairro há 11 anos e nunca viu tanta água descendo nas ruas como agora. “Isso começou  há pouco tempo, do ano passado pra cá, então tem que haver uma solução”.