Reunião festiva, no sábado, 23, na sede do Centro de Recuperação do Alcoólatra de Sacramento (Cerea) para a posse da nova diretoria, encabeçada por Olício Inácio dos Santos (Zezeu), que já ocupou a presidência.
“- Retornamos para a presidência pelo voto dos companheiros e juntos vamos trabalhar no combate ao vício na nossa cidade e, também, para o término da ampliação de nossa sede. Há muito o que fazer e temos a intenção de trabalhar bastante', afirma, ressaltando: “Parece que Deus nos pede para ocupar este cargo e já que os companheiros me confiaram essa missão, agora é arregaçar as mangas e trabalhar”.
Segundo Zezeu, o principal objetivo do Cerea é de recuperar e reintegrar o cidadão à sociedade. “O Cerea precisa fortalecer, pouco mais de 30 pessoas estão frequentando. Para nós é um número bom de cereanos, mas é preciso mais participação, porque aqui é que se encontra o remédio, é no grupo que nós nos fortalecemos”, afirma.
Diz mais o presidente que os diretores e voluntários continuam fazendo visitas e atendendo a pedidos de famílias. “Fazemos visitas nas casas tanto na cidade como na zona rural, a pedido de muitas famílias e, aos poucos, temos conseguido os nossos objetivos. Às vezes vamos até os bares onde há rodas de amigos bebendo. Lá bebemos refrigerante e, conversa vai conversa vem, a gente acaba convidando as pessoas. Eles veem a perua Kombi do Cerea, tudo isso é um convite”.
Zezeu lembra que encontrou sua recuperação e reintegração no Cerea. “A primeira vez, vim para ver como funciona, porque sempre gostei de reunião. Vim, vi, gostei, fiquei seis meses me preparando até que proferi o voto. Hoje, estou com 23 anos de cereano e fiz duas coisas; deixei de beber e de fumar. A partir de então me tornei um verdadeiro homem”, reconhece, agradecido à instituição.
Compõem a diretoria do Cerea, além do presidente Olício Inácio dos Santos, os membros: Delcides Tiago Filho, Cid, (vice-presidente); Alice da Silveira e Mônica Inácio dos Santos (secretárias); Heliana Oliveira Barcelos e Mileide Inácio dos Santos (tesoureiras). Heliana de Oliveira Barcelos (Diretora Social e Relações Públicas), Derly Silva Loyola (Diretora Artística); Ivone Regina Silva (Assessora Jurídica) e, Mário Florentino Santana (Padrinho do Cerea).
Conselho Fiscal - Efetivos: Eurípedes Batista Honório (presidente) e José do Carmo Martins (vice-presidente), Meiry de Mendonça Silva, Terezinha Alves Soares, Floripedes Batista da Silva, Marlei Margarida Inácio, Maria das Graças Cunha, Maria dos Dores Bento, Jerônima das Graças Santana. Suplentes: Gilson da Silva, Maria Auxiliadora Gomes, Joana Helena Gomes Merice, Nirce das Graças Bento, Pedro Mereice.
Lições de prevenção e de voluntariado
Dois exemplos de dedicação ao Cerea vêm de uma menina de dez anos, Aira Cristina Moreira da Souza, e do mais longevo dos cereanos, Mário Florentino Santana, 80, ambos frequentadores do Cerea.
Aira não é filha de cereano, muito menos frequenta a entidade por conta de algum vício. Toda quinta-feira, lá está a menina nas reuniões, salvo algumas poucas exceções. “Venho aqui para nunca colocar uma bebida na boca, porque causa coisas muito ruins na nossa vida, pessoas que bebem ficam mal, não conseguem andar direito e praticam coisas ruins”, ressalta com sabedoria. E vai mais longe, aluna do 6º ano da Escola Coronel, diz que fala com os colegas sobre as reuniões. “Conto para meus colegas o que falam aqui dentro, os conselhos que dão aqui, conto tudo para eles e digo pra nunca colocarem bebida na boca”.
Mário Florentino Santana, 80, é, digamos, o 'Vovô do Cerea', por ser o mais antigo frequentador da entidade, que ajudou a fundar em 1974, sem nunca ter sido alcoólotra. Já ocupou a presidência e muito batalhou pelo crescimento da entidade na cidade junto com as vicentinas Júlia Mateus Terra, Blandina Maria Alves e Laércia Alves que tomaram a frente para a criação da entidade na cidade, com o apoio das conferências vicentinas. Mário, raramente perde uma reunião e posses de presidentes já perdeu a conta. “Não sei ao certo, mas já participei de mais de 20 posses. Antigamente, antes de nascer o Unicerea, quem dava posse à diretoria era eu, que tenho o título de 'Padrinho do Cerea'”, explica.
Mário tem 40 anos de trabalhos na instituição. “O Cerea começou na cidade com um trabalho dos vicentinos da Conferência Santa Madre Cabrini, que descobriram o Cerea em Uberaba e fomos em frente. A razão de eu estar no Cerea até hoje foi pelas pioneiras dona Júlia, Blandina e Laércia e outros. Mas no começo, como vicentino, fui para ajudar. Essa era minha intenção, porque, graças a Deus, nunca tive esse vício. Porém, com o decorrer dos dias fui apanhando gosto e vendo que eu também tinha necessidade, porque o Cerea não é só para quem bebe e estou aqui até hoje. Sempre que posso estou aqui”, afirma.