O presidente licenciado do Conselho dos Direitos Humanos de Sacramento (CDHS), Lucas de Oliveira, denunciou à Procuradoria do Estado, ainda quando estava à frente do CDHS, a existência de trabalho escravo em uma pedreira localizada próximo ao Lixão da Prefeitura. O então presidente tomou a providência depois de ouvir a queixa de trabalhadores do local.
De acordo com Lucas, como o local era fechado por cadeado não houve como comprovar a denúncia. “Diante disso, encaminhei um ofício à Procuradoria do Trabalho narrando a situação da pedreira em relação ao tratamento com os empregados, conforme suas queixas, e eles estiveram em Sacramento com a Polícia Federal, no último dia 10”, narrou Lucas, justificando que só acompanhou a comissão ao local, porque o presidente em exercício do CDHS estava viajando.
“- Como o presidente em exercício estava em Belo Horizonte a trabalho e como a Polícia Federal ligou, tive de acompanhar mesmo estando afastado. Acompanhei, em caráter informal, os agentes até o local, e ali constatamos que os funcionários, incluindo pessoas idosas, estavam trabalhando em condições bem degradantes e sem registro trabalhista”, disse, ressaltando que o proprietário não foi encontrado pela Polícia Federal.
“- Estivemos inclusive na residência, na Prefeitura e não obtivemos informações. Ninguém sabia informar nada. Ao questionarmos como compravam pedras sem saber de quem estavam comprando, uma funcionária informou o nome do proprietário, Jesu Luiz Afonso, inclusive o nome da empresa é Jesu Luiz Afonso. Agora, a Procuradoria do Trabalho e a Polícia Federal vão tomar as providências cabíveis. Já informei ao promotor José do Egito, que, naturalmente, vai também pedir uma inspeção em nível estadual para saber se a empresa está legalizada para fazer extração das pedras”, disse mais.
Afirmou ainda Lucas Oliveira que na Prefeitura foi orientado a procurar o funcionário público, Reizinho, mas também não foi encontrado. “Por telefone, estavam todos com telefone desligado. Não achamos ninguém, uma correria danada dentro da Prefeitura. Não sei se estavam com medo por causa da fiscalização da Polícia Federal. Qual o problema? Poderiam não saber da situação da pedreira. Eu estava ali ajudando. Até que eu apelei, perguntando 'como é que vocês compram uma coisa e não sabem de quem estão comprando'. Aí localizaram uma licitação...”, disse Lucas, informando que aguarda as providências da promotoria de Sacramento.