Moradores de grande parte da cidade ficaram sem água no início dessa semana. Conforme justificativas do secretário Osny Zago, diretor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), o problema ocorreu devido a vazamentos em dois pontos da cidade: um na esquina da Major Lima com a Capitão Borges e outro no bairro de Lourdes.
Explicando o que aconteceu, o secretário revelou um problema muito sério que vem acontecendo na cidade, o colapso da antiga rede de água da cidade, datada das décadas de 60 e início de 70. “O problema se deve, sobretudo, por se tratar de redes muito antigas... O centro da cidade, bairros de Lourdes, Rosário, Chafariz e Santo Antonio possuem um sistema de redes muito antigo, datado de 1970, feito ainda com ferro fundido e amianto, material que não existe mais no mercado. Quando danifica, temos que mandar fazer a peça no torno, razão da demora”, justifica.
A solução, segundo Osny, é trocar toda essa rede antiga, porque ela chegou ao seu limite de tempo. “Aliás, feita para durar 30 anos, ela já tem mais de 40. Mas, já temos um projeto pronto para trocar e adequar todo esse sistema, que não vai ficar barato. Todo o projeto está orçado em R$ 10 milhões”, informou, afirmando que o projeto já foi protocolado na Funasa e no Ministério das Cidades, para conseguir recursos.
As explicações para o rompimento dessa rede, de acordo com Osny, está na evolução dos tempos. No tempo da seca, principalmente, quando há uma acomodação do solo por falta de chuva, ocorrido, principalmente, pelo peso dos caminhões de hoje, com cargas de 30 toneladas no lugar de veículos que transportavam no máximo cinco toneladas”, comparou. “Hoje, são caminhões, tremião de madeira, carretas carregadas, isto é, um trânsito pesado... E parou de chover, com qualquer movimentação do solo, a rede se rompe”.
E a falta d’água no Perpétuo Socorro e Alto da Santa Cruz
Outro problema que deve ser resolvido, informou o diretor Osny Zago, é a falta de água no setor do Seminário; Paulo Cervato 1, no Perpétuo Socorro; e do Alto da Santa Cruz.
“- Para solucionar esses problemas, estamos iniciando um projeto de construção de obras, em três etapas: uma elevatória no reservatório do bairro Skaff, com uma adutora, que alimentará o reservatório na chácara do Dr. Milton; a segunda etapa será a interligação desse reservatório ao que será construído no alto da Ritinha; e, a terceira etapa será a construção de uma tubulação que vai ligar o reservatório da Ritinha a um novo reservatório de 500 mil litros que será construído próximo à Casinha do Pão, já no início do bairro Alto da Santa Cruz. Daí, por bombeamento, a água será canalizada até o final desse bairro, onde será também construída uma nova caixa d'água elevada”, informou.
Ainda de acordo com Osny, será contratada uma empresa para fazer um estudo para levantar as perdas e fraudes ocorridas em muitas residências, o famoso 'Gato de água'.
“- Tem muita agente que desvia água, passa por fora do padrão e usa água 24 horas, inclusive com desperdício. Já foi constata essa fraude em várias casas. Além disso, há muitas perdas de água que precisam ser levantadas”, informa, destacando que a fraude de água dá inclusive B.O. na polícia. “Muita gente sabe que tem e fica resistente. A empresa virá fazer o estudo, hidrômetros antigos serão trocados e o consumo será monitorado. Essa é uma das formas de combater o excesso de água consumido”, justificou.
Em 12 anos, cidade cresceu mais do que o previsto
O diretor do SAAE, Osny Zago, informou que a cidade cresceu mais do que a previsão do IBGE, anunciada no último censo. “Quando foi construída a Estação de Tratamento de Água (ETA) há 14 anos, a previsão era de abastecimento para 20 anos. Naquela época, Sacramento possuía 5.040 ligações de água. Pelos estudos do IBGE, em 20 anos chegaríamos a 7.500 ligações, só que hoje temos 8.154 ligações, a cidade cresceu mais do que o previsto”, informou.
Nesses 14 anos, de acordo com o diretor, foram construídos vários residenciais, como o Cajuru, o Primavera, o Morada do Sol, agora o Eurípedes Barsanulfo, várias residências na Assyncrito Natal (João XXIII), na Anibal Ferreira Cândido (sentido São Geraldo), Jardim das Oliveiras, uma parte no Maria Rosa, uma parte no Alto da Ritinha, as casas do Skaff II, além das 300 casas do Jardim das Acácias.
“- A cidade cresceu muito. Os R$ 10 milhões que estamos pleiteando são para resolver o problema das redes antigas e esse aumento do consumo é um outro problema que temos que enfrentar. Mas já estamos concluindo o projeto, para buscar recursos com essa finalidade: aumentar a captação de água para abastecer a cidade”, finalizou.
São caminhões, tremião de madeira, carretas carregadas, isto é, um trânsito pesado... E parou de chover, com qualquer movimentação do solo, a rede se rompe”.