A Emer Lotérica está em festa, comemorando 40 anos de funcionamento na cidade. A abertura da casa aconteceu, exatamente, no dia 1º de setembro de 1972, às 8h da manhã, quando o casal Émerson Silveira (Mercinho) e Marisa Cerchi Silveira abriu as portas, sob o aplauso do público, que aguardava há tempos a abertura de uma casa lotérica na cidade, para poder participar da então recém criada Loteria Esportiva. Aquela da 'zebrinha', que mostrava a cada domingo à noite, os resultados dos 13 jogos pela TV. E, para marcar a data, os clientes terão um atendimento mais que especial neste sábado, 29.
Quatro décadas depois, a empresária Marisa Silveira continua à frente do empreendimento. Ao recordar em entrevista ao ET, esses 40 anos, inicia dedicando todo esse tempo ao seu esposo, Mercinho, de saudosa memória. “Devemos a Mercinho a abertura de nossa casa lotérica. Ele teve a ideia de abrir a casa, numa época em que esteve desempregado e as coisas estavam muito difíceis. Ele correu atrás e conseguiu a autorização”, lembra.
Segundo Marisa, a empresa começou em um cômodo alugado, na rua Visconde do Rio Branco, onde é hoje. “Mercinho, eu e mais dois funcionários contratados fomos a Belo Horizonte fazer um curso antes da inauguração da Emer Lotérica. “Iniciamos com a então Loteria Esportiva, hoje Loteca, fazendo os jogos manualmente, onde cada volante era perfurado 13 vezes. Fechávamos os jogos nas quintas-feiras em Sacramento e, logo depois, fechávamos os jogos de Conquista”, recorda mais, informando que os primeiros jogos foram transportados até BH através do Tomaz Edson Tormim. “Algum tempo depois havia um veículo que recolhia os jogos da região, pegando malotes com as apostas de Sacramento e Conquista, no Posto Nova Era, na BR 262”.
Aos poucos, as velhas caixinhas de madeira foram sendo substituídas por equipamentos mais modernos até chegar a uma informatização completa. “Primeiro, apareceu uma prancha com uma alavanca que perfurava os volantes de uma só vez, depois as primeiras máquinas já digitadas, terminando com o computador e hoje toda a sofisticação do mundo virtual via internet, destaca.
Outro fato curioso lembrado por Marisa era a forma como todos assistiam aos resultados da Loteria Esportiva via TV. “Ficavam todos, inclusive nós, os donos da Loteria, esperando o 'Fantástico' para ver o resultado através da zebrinha, ou pelo rádio, porque, na segunda-feira, o resultado tinha que ser divulgado para o público”, conta mais.
De acordo com Marisa, durante muitos anos só havia as apostas na Loteria Esportiva (Loteca) e os bilhetes da loteria federal, depois vieram a Mega Sena e aos poucos foram chegando outros jogos: Lotomania, Lotofácil, Timemania, Quina, Lotogol, Dupla sena e Instantânea (raspadinha). “Foi uma evolução muito grande, inclusive, na prestação de outros serviços: recebimento de boletos em geral, depósitos e saques do Banco do Brasil e Caixa, dentre outros”, explica.
Os prêmios pagos ao longo desses 40 anos foram muitos, de prêmios pequenos a grandes prêmios, como o grande prêmio de R$ 3 milhões para Sebastião Rosa Lima, o Cavaco. “Sempre há ganhadores de prêmios menores nos diversos tipos de jogos. O maior prêmio foi o da Lotomania para o Cavaco. Um prêmio razoável saiu também para a própria casa, na sobra de um bilhete. Quando não vendemos todos os bilhetes da Loteria Federal, os bilhetes correm por nossa conta. E Mercinho foi contemplado, uma quantia razoável, que nos ajudou muito na época”, lembra.
A título de informação, as loterias de Caixa iniciaram em 15 de setembro de 1962, com a primeira extração da Loteria Federal. A loteria esportiva (Loteca), é realizada desde 19 de abril de 1970, quando foi feita uma rodada experimental no estado da Guanabara com prêmio fixo de 200 mil cruzeiros novos e cem mil bilhetes distribuídos. Naquela época, era necessário acertar os resultados de treze jogos selecionados pela Caixa para ganhar o prêmio. Depois o jogo evoluiu e até mudou o nome para Loteca. De acordo com Marisa, a Loteca hoje não é jogo muito usado, os apostadores preferem outros que dão prêmios maiores.
Muitas dificuldade superadas
Nesses 40 anos de Emer Loterias na cidade, Marisa dá um grande crédito à funcionária Maria Helena Gonzaga, que gerenciou a casa, após o falecimento de Mercinho, em 1996. “Maria Helena foi uma guerreira ali na gerência. Após a morte de Mercinho, como eu tinha ainda vínculo como servidora do Estado, não podia me dedicar com horário integral à Loteria. Maria Helena, então, assumiu a gerência e tocou a casa com muita competência. Foi graças ao seu trabalho que pude, com confiança, continuar com o empreendimento”, diz, agradecida.
A exemplo do que sempre vem acontecendo no país, a Emer Lotérica também não se viu livre de assaltos. “Nesse tempo foram quatro assaltos consumados, graças a Deus sem vítimas fatais ou feridas”, conta Marisa, afirmando que, com a nova loja inaugurada, o sistema de segurança foi ampliado e melhorado, com um circuito de segurança completo”, ressaltando ainda que coloca sempre a Emer Lotérica sob a proteção de Na. Sra. das Graças e São Miguel Arcanjo, os patronos da casa. “Contamos muito também com a intervenção divina. A cada acontecimento ruim desses é um susto, mas sempre superamos com a graça da Deus”, afirma.
Com a inauguração do novo prédio e os novos serviços implantados, como o Caixa Aqui, a Emer Lotérica conta com dez atendentes, que faz questão de agradecer. “Somos uma família, tenho as meninas como filhas e sou muito agradecida a todas elas; ao Mercinho que teve a iniciativa; à Maria Helena que por muitos anos foi nosso braço direito; à Caixa Econômica Federal e, sobretudo, a Deus, por nos propiciar isso tudo nestes 40 anos de existência. Foi um tempo de alegrias, tristezas, perdas, mas também de muitas realizações”, agradece Marisa, ressaltando ainda um agradecimento especial aos clientes:
“- O mais importante é refletir sobre os acontecimentos, a jornada do dia-a-dia, e concluir ao final, que tivemos um saldo de crescimento e aprendizado. E somos gratos a todos pela dedicação, cooperação, confiança e respeito de todos, clientes, funcionários, amigos”.