A cidade ganhou um belo presente: 162 fotos em preto e branco, devidamente protegidas em uma pasta plástica, que marcam toda a construção da Usina Hidrelétrica de Jaguara, de 1965 a 1972 foram doadas ao Arquivo Público da cidade. A doação das fotos históricas foi feita por Marco Aurélio de Almeida, ex-funcionário, aposentado da Cemig, ao secretário de Cultura e Turismo, Amir Salomão Jacób, na manhã do dia 15 de março. “São 162 fotografias desde as escavações até a construção da ponte que corta o rio Grande, uma das últimas obras e toda a construção da usina”, explicou, revelando como conseguiu o álbum.
“- Quando a Cemig implantou o programa de Qualidade Total, especialmente o 5S, foi feita uma limpeza grande de guardados. Entre esses, as fotos que seriam incineradas. Como tudo ia ser queimado, eu pedi ao meu chefe, Dr. Enio Silício, para ficar com elas. Eu me comprometi a fazer um álbum para a usina de Jaguara com fotos diferenciadas, que creio ainda está no Setor de Operação, em Jaguara e o outro guardei para mim, que agora entrego ao Arquivo Público. Acho oportuno doar estas fotos como parte do acervo municipal. Guardei-as por muitos anos como recordação de parte de minha vida e hoje faço esta pequena contribuição que também é do conhecimento de minha família e somos felizes por isto”, frisou.
De acordo com Marco Aurélio, as fotos eram tiradas apresentadas junto com o boletim de medição pelos profissionais da área, dando conta que os serviços foram executados ou o andamento em que se encontravam as obras. “Tudo isso começou em meados de 1965 com a escavação da usina. Os empreiteiros fotografavam e faziam as anotações que estão no rodapé das fotos. Isso era um comprovante da obra, para que a Cemig pagasse as faturas. Esses boletins eram arquivados, até que chegou o dia em que iriam para a incineração”, contou.
É uma preciosidade que estamos recebendo
Para o secretário de Cultura e Turismo, Amir Salomão Jacob, as fotos são uma preciosidade e representam uma preciosidade para a história de Sacramento. Quero acreditar que um documentário fotográfico como esse só a Cemig pode ter. São 162 fotografias históricas desde a construção da vila de Jaguara, o hotel, a casa de vista, a ponte que nos liga ao Estado de São Paulo, o esvaziamento do rio, as explosões para desvio do rio, construções da barragem, do canal de fuga... É uma preciosidade que estamos recebendo”, elogiou.
O secretário fez questão de citar a importância da imprensa no local, para registrar o fato. “Sairemos seguros do Arquivo Público com esse registro feito na imprensa escrita. Futuramente, todos saberão que essas fotos pertencem ao Arquivo Público e foram doadas por Marco Aurélio de Almeida. Assim, o risco de desaparecerem será bem menor”, afirmou.
De acordo com Amir, o álbum será lacrado e na capa estarão todas as fotografias digitalizadas para pesquisa e cópias. “O álbum em si fica guardado, ele não será para manuseio em pesquisa ou cópias e, futuramente, este álbum ira para um museu de imagem e som. Isso é história de vida, não só da construção da usina, como da vida de Marco Aurélio, que foi anotando em cada uma, o fato histórico que acontecia. Somos lhe muito gratos por essa doação”, disse, agradecendo.
Marco Aurélio, 33 anos de Cemig
Marco Aurélio de Almeida ingressou na Cemig como motorista em 1966, em Belo Horizonte. No ano seguinte, veio para Sacramento, também como motorista. Depois de algum tempo passou ao cargo de almoxarife, fazendo o controle de terra e cimento na obra, depois na parte contábil também do almoxarifado, até chegar ao setor administrativo. “Fui galgando postos na empresa, de motorista cheguei a Técnico de Administração, quando encerrei minha carreira na Cemig, ao me aposentar em 1999, depois de 33 anos de serviço”, contou.