Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Wesley vai desapropriar Estação de Jaguara

Edição n° 1266 - 15 Julho 2011

 

Depois de receber, pela segunda vez, um requerimento pedindo a recuperação da Estação Férrea de Jaguara, o prefeito Wesley De Santi de Melo, afirmou, do alto da plataforma da histórica estação, que vai iniciar o processo de desapropriação daquele importante patrimônio turístico.

O anúncio aconteceu durante a V Cavalgada Jaguara Adventure, realizada pelo Parque Náutico de Jaguara, na manhã do último sábado, 9, e coordenada pelo empresário Ivan Sebastião Barbosa Afonso. 

Na passagem pela estação um grupo de 30 cavaleiros, entre eles políticos, empresários e amantes desse esporte, entregaram ao prefeito Wesley e ao vereador Luiz Sinhorelli, representando a Câmara Municipal, um documento reiterando o pedido de recuperação daquele ponto turístico. 

Presentes também à solenidade, o vereador e historiador Carlos Alberto Cerchi, o vereador rifainense Gilmar Marques da Silva, o Gilmar do Chapéu, o vereador de Cristais Paulista, André Spirlandelli,  Wagner Samello empresário  da cidade de Franca, o também  empresário francano Oto Roberto Sandoval e Thaís Meirelles, além de um grupo de cavaleiros, amantes da cavalgada . 

A servidora municipal da área de Turismo, Virgínia Dolabela Lima, Sebastião Viana, presidente do Nata e familiares de cavaleiros aplaudiram a iniciativa e a promessa de desapropriação da estação, hoje pertencente a um empresário residente em Ribeirão Preto, porém interditada pela Justiça, desde que foi constatada a retirada de estruturas metálicas do local, ponto turístico histórico.

 A Cavalgada reuniu cavaleiros de Sacramento, Rifaina, Igarapava, Pedregulho, Cristais Paulista e Franca, que percorreram 24 km. No mesmo dia, o parque sediou também o III EJUL – III Encontro de Jaguara de Ultra Leves,  de  São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Divinópolis, Uberaba, São Sebastião do Paraíso, Bauru, dentre  outras.

 

 

 

“Em sendo do município o patrimônio, temos como conseguir recursos”

 

 

 

O empresário Ivan Sebastião, falando do movimento reivindicatório frisou no documento entregue às autoridades:

 “Hoje são 9 de julho, dia em que se comemora  a Revolução Constitucionalista de São Paulo e aqui nesse cenário temos uma grande história para ser recontada. A Mogiana tem uma importância fundamental para todo Triângulo Mineiro,  Alto Paranaíba e Goiás e foi esta a primeira estação nas Minas Gerais. A partir daqui deu-se origem a Conquista, Engenheiro Lisboa, Arial, Uberaba e seguindo até Catalão. Por isso, esse grande patrimônio precisa ser recuperado, reinventado (...) com uma destinação de forma sustentável. Outras cidades com muito menos fazem  grandes eventos turísticos e nós aqui com esse patrimônio, precisando sensibilizar as autoridades para recuperá-lo”. 

Ao receber o documento, o prefeito Wesley De Santi de Melo explicou que desde o início de seu governo trabalha para a recuperação de todos esses patrimônios históricos e turísticos do município e com a Estação de Jaguara não será diferente. “Já foram feitos contatos com a família proprietária dessa área pensando nessa negociação amigável. Mas vamos iniciar já o processo de desapropriação da área, para futuras intervenções”, afirmou, ao que foi aplaudido pelos presentes. 

O prefeito informou que outros dois importantes sítios históricos serão recuperados. “Nossas primeiras ações junto ao governo foram para a recuperação das históricas igrejas do Desemboque, datadas do século XVIII, e da Estação do Cipó. Os recursos para o Desemboque já foram autorizados e depositados esta semana, no valor de R$ 600 mil e, para a o Cipó, o projeto está aguardando aprovação do Setop. Mas como esse é um compromisso do governador do Estado, acredito que a verba do Cipó sairá em breve”, afirmou.

 

 

 

Berto defende ocupação da área para preservar o que resta

O historiador e vereador Carlos Alberto Cerchi, como todos os  demais, vê a necessidade de preservação do patrimônio da Estação de Jaguara, como ponto de referência histórica. “Jaguara foi a primeira estação da Mogiana no Estado de Minas Gerais. Nesse ponto onde havia a ponte de Jaguara foi feito um  dos maiores viadutos da época, inaugurado em 1888, que funcionou até a década de 1980, inclusive servindo para o  transporte de cimento de Ponte Alta para fazer a  represa de Jaguara. Foram mais de 80 anos de atividade ininterrupta, funcionando vários trens entre Ribeirão Preto e Araguari. De repente foi desativada, entrou no ostracismo e está se tornando ruínas”, avalia.

 

 

Para Cerchi, o primeiro passo para iniciar as atividades de recuperação do local seria a imediata ocupação  do local. “Trazer para cá uma ou duas famílias para irem fazendo a limpeza e preservando  o que está de pé. Restauração é muito caro, mas fazendo a recuperação das partes que estão em condições de serem recuperada, impede que deteriorem ainda mais e aos poucos vai fazendo a ocupação do lugar, uma ocupação racional com a exploração de uma marcenaria ou qualquer outra atividade de ocupação nesse espaço seria benéfico, enquanto não se encontram verbas suficientes para a recuperação total do patrimônio.  O que não pode é ficar abandonado como está...”, frisou.

Falaram também sobre a importância do resgate da Estação o empresário Ivan, o vereador rifainense, Gilmar do Chapéu e Wagner Samello, empresário de Franca.