Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Uma canadense em Sacramento

Edição n° 1254 - 22 Abril 2011

O casal Eurípedes dos Reis Ferreira e Maria Helena A. F. Ferreira é uma das três famílias rotarianas que hospedaram a canadense, intercambiária, Danielle Sheahan, de Muskoka (Ontario), que chegou ao Brasil em agosto último, mas está retornando antes de completar um ano, por conta de problemas de saúde com o avô, que reside na Inglaterra, e provas em sua escola, em maio. 

O objetivo do intercâmbio é conhecer o país, os costumes e aprender a língua. Na  cidade, Dany cursa o terceiro ano do ensino médio no Colégio Rosseau e já passou por outras duas experiências em família, Joel Vilela Moreira Leite e Maria Isabel Araújo Vilela; e Maria Regina dos Santos Kondo. 

Na pequena entrevista que concedeu ao ET, já arrastando um certo 'Português', falou da educação e do que mais gostou em Sacramento, os amigos e a liberdade para curtir os finais de semanas nos eventos da city.  “O curso básico no Brasil é mais puxado, há muito mais matérias aqui. No Canadá temos as matérias obrigatórias, como o Inglês ou Francês, Matemática, Geografia, História... e as demais, o aluno escolhe. O ingresso à Faculdade não depende de vestibular, mas de seu currículo escolar”, explica. 

Em outras palavras, (grifo nosso), a educação canadense é descentralizada, isto é, o governo federal canadense não se envolve na educação, sua participação é com o  apoio financeiro à educação, ao treinamento ocupacional de adultos e ao ensino das duas línguas oficiais do país. Não há, portanto,  um sistema de ensino federal. Mas todo o ensino, até o término do ensino secundário, é gratuito. O Canadá gasta mais per capita em seu sistema educacional do que qualquer outro país do G-7 e está entre os três principais países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD), com o título de excelência em educação mundial. 

Dany acrescenta que não sabe ainda que carreira seguir, mas adianta que não será nada na área de exatas. “Quem sabe alguma coisa na área de artes, dança, por exemplo”, diz. Do Brasil, a dança de que mais gosta é o funk. “Não gosto do sertanejo, mas gosto do forró e, gosto de algumas MPB”.

Experiências não vão faltar na bagagem de Dany ao retornar para o Canadá. “Vou levar muita coisa boa do Brasil, a amizade e a liberdade dos jovens. No Canadá, não é assim, os jovens não têm a liberdade daqui pra saírem à noite”, comenta, elogiando também a convivência dos brasileiros em relação aos estrangeiros. “As pessoas aqui são mais abertas, receptivas, alegres. Essa é a maior lembrança que vou levar daqui. No Canadá não é assim. Eu fico até lisonjeada quando alguém me vê e repara: Olha, ela é estrangeira”, diz, referindo-se também a alguns lugares onde esteve como o Nordeste. De Sacramento, particularmente, o que ficará  marcado é o carinho dos amigos. “A cidade é muito pequena, todos se conhecem, a gente vai às compras  todos nos conhecem, na rua, todos falam uns com os outros. É muito bom”.

Dany tem 16 anos e divide o seu lar, no Canadá, entre duas cidades, a terra natal, Muskoka e Toronto, onde mora o pai, que é engenheiro. A mãe é professora de dança e ela  é a caçula de três filhos.  E, a todos agradece e deixa a sua mensagem: 

“- Deixo meu 'tchau', o meu muito obrigado por me tratarem tão bem. Vou sentir saudades de vocês”.